CÂMARA DE BH

PV decide manter filiação de Wagner Ferreira, integrado à 'Família Aro'

Mesmo com decisões contrárias à orientação da legenda, o Partido Verde reintegrou o vereador de Belo Horizonte a seus quadros

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O vereador de Belo Horizonte Wagner Ferreira permanecerá no Partido Verde (PV). O conselho de ética da legenda decidiu, nesta terça-feira (20/5), revogar a suspensão do parlamentar e reintegrá-lo aos quadros da sigla.

Wagner Ferreira foi afastado do PV em abril por ter descumprido o estatuto do partido. A medida foi tomada pelo diretório estadual da legenda logo após o vereador ter sido oficialmente acolhido na chamada "Família Aro", grupo político comandado por Marcelo Aro (PP). Com forte influência nos bastidores do poder, ele lidera um grupo coeso dentro da Câmara Municipal de Belo Horizonte e comanda também a Secretaria de Governo na gestão de Romeu Zema (Novo) à frente do estado.


A relação entre Ferreira e o PV é marcada por turbulências desde o fim do ano ado, quando o vereador anunciou que apoiaria Juliano Lopes (Podemos) à presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O vereador largou à frente na articulação de um grupo com 23 dos 41 parlamentares eleitos na capital mineira já um dia depois do segundo turno do pleito para prefeito da cidade.

Entre outubro e dezembro, Lopes foi o único nome a se declarar concorrente à presidência da Câmara de BH, marcada para 1º de janeiro. Dias antes da votação, o líder governista Bruno Miranda (PDT) anunciou que entraria no páreo e arregimentou o apoio dos parlamentares ligados ao Executivo.


Mesmo tendo integrado a base governista em seu mandato anterior, Ferreira não migrou seu apoio para Miranda e se manteve ao lado da candidatura de Juliano Lopes. No primeiro dia do ano, ele foi um dos 23 votos que deram a vitória à Família Aro em uma eleição marcada por troca de farpas e um clima de rivalidade política.

Desde então, Ferreira foi paulatinamente se aproximando do grupo político de Marcelo Aro. Ainda assim, o PV decidiu por não perder seu único nome no parlamento da capital mineira. 

Na decisão de permanência de Ferreira, PV explicitou que o parlamentar infringiu o regulamento do partido em mais de uma oportunidade. Ainda assim, o comitê de ética entendeu que “não se verifica gravidade suficiente que justifique sanção de suspensão ou expulsão”.

Sobre o episódio da eleição para a presidência da Câmara, o partido foi categórico ao afirmar que o voto do vereador contrário à orientação partidária significa um descumprimento do estatuto. O parecer ainda aponta que Ferreira foi notificado sobre a escolha da legenda por Bruno Miranda.

“Restou incontroverso que o Diretório Estadual e a Executiva Municipal do Partido Verde deliberaram por apoiar o nome do vereador Bruno Miranda à presidência da Câmara Municipal. Tal orientação foi comunicada ao filiado por meios digitais (email e aplicativos), e há registros de deliberação interna formalizada, ainda que o vereador alegue desconhecimento ou intempestividade dessa comunicação. O vereador, ciente da deliberação partidária, optou conscientemente por apoiar e votar em candidatura diversa (vereador Juliano Lopes), fato amplamente noticiado na imprensa e reconhecido pelo próprio denunciado na defesa. Tal conduta caracteriza descumprimento da disciplina partidária”, diz trecho do parecer pela manutenção de Wagner no PV.



Em nota, Wagner Ferreira afirma que foi pressionado a mudar seu compromisso de voto firmado junto a Juliano Lopes ainda em outubro de 2024. O vereador ainda destacou que está satisfeito por sua decisão de integrar um “novo grupo político”.



"A decisão só confirma que fui injustamente pressionado para mudar minha palavra em relação à votação para eleição da Presidência da Câmara. Mas aqueles que me conhecem sabem que sempre cumpro os compromissos que faço, pois sou escravo da minha palavra. De traíra ninguém pode me chamar. Sigo trabalhando muito por BH e feliz no meu novo grupo político”, afirmou o parlamentar.

Família Aro

A influência de Marcelo Aro na política mineira data do século ado e tem suas origens na Federação Mineira de Futebol (FMF). Além de comandar a articulação política de Zema no segundo mandato do governador, o secretário é filho do deputado estadual Zé Guilherme (PP) e da vereadora Professora Marli (PP).

Na Câmara Municipal de BH, Aro demonstrou força ao eleger Juliano Lopes a partir da mobilização de sua base sólida acrescida por novos nomes, incluindo o de Wagner Ferreira, agora oficialmente incluído na ‘família’. 

Embora Lopes tenha vencido o líder de governo na eleição interna da Câmara, o grupo está longe de ser um opositor do Executivo de Belo Horizonte. Antes de se reeleger, Fuad Noman contou com o apoio da "Família Aro" para comandar a capital mineira. Os secretários municipais de Governo, Castellar Neto; de Educação, Roberta Rodrigues Martins; de Meio Ambiente, José Reis Nogueira; e de Desenvolvimento Econômico, Fernando Campos Motta foram indicados por Marcelo Aro.

Castellar Neto (PP), inclusive, é um aliado de todas as horas de Marcelo Aro. Sob a influência do secretário de Zema, ele já ou pela presidência da FMF, pelo secretariado da PBH e pelo Senado Federal na vaga de Carlos Viana (Podemos) durante período em que o parlamentar se licenciou do cargo para concorrer à prefeitura da capital.

A teia de influências do secretário de Governo vai além dos cargos eleitorais e tem impacto até mesmo no Ministério Público. Na escolha de Paulo de Tarso Morais Filho para o novo procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Romeu Zema escolheu o candidato de Aro em detrimento dos nomes apoiados pelo antigo ocupante do cargo, Jarbas Soares Júnior, e pelo vice-governador Mateus Simões (Novo).

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Para 2026, Marcelo Aro tenta converter seus contatos e influência nos mais diversos âmbitos de poder em votos nas urnas. Ele é o nome forte do governo estadual para tentar uma vaga no Senado Federal. Em 2022, ele concorreu ao cargo, mas terminou a corrida atrás do eleito Cleitinho Azevedo (Republicanos) e de Alexandre Silveira (PSD).

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