Maior bloco de BH? Alok reuniu mais de meio milhão pessoas na Afonso Pena
DJ estreia no Carnaval de Belo Horizonte e leva mais de 500 mil pessoas à Afonso Pena e consolidando a capital mineira como grande destino nacional da folia
compartilhe
Siga noO “mar de gente” visto na estreia de Alok no Carnaval de Belo Horizonte representou nada menos do que meio milhão pessoas espremidas na Avenida Afonso Pena, no Centro da capital, nessa terça-feira (4/3). O número foi divulgado pela equipe do DJ nesta quarta-feira (5/3).
Com um setlist adaptado para o carnaval, o DJ levou foliões ao delírio com hits eletrônicos e remixes de sucessos nacionais. “O carnaval, diferente de outros eventos, não exclui, ele acolhe. E eu me senti acolhido aqui com o eletrônico”, disse Alok em entrevista ao Estado de Minas antes do desfile.
Na concentração, desde às 14h, foliões fantasiados, muitos em trajes neon e óculos espelhados, já lotavam a avenida, aguardando o trio elétrico do DJ. Mas, conforme o público aumentava, a falta de espaço começou a gerar tensão. Com a aglomeração intensa, diversos foliões aram mal e precisaram ser retirados da multidão.
Leia Mais
O aperto foi tanto que algumas pessoas chegaram a pular as grades do Parque Municipal para escapar da muvuca. Em uma gravação feita pela reportagem do Estado de Minas é possível ver que um folião é carregado por cima da grade do parque. A Guarda Civil Municipal, então, abriu os portões para permitir a entrada dos foliões.
A reportagem também flagrou foliões subindo em estruturas de pontos de ônibus para ter uma visão privilegiada do trio. Dançando, eles não se importaram com a possibilidade de acidente. Pouco tempo depois do flagrante, guardas civis mandaram que o grupo descesse do local.
Com o tema "Liberte o Seu Melhor", o trio do Alok começou seu desfile às 16h40, quando o bloco transformou a via em uma imensa pista de dança a céu aberto. “Acho que tem a questão também de eu conversar com uma parcela que não é do segmento eletrônico. Por mais que essa seja minha essência, estou aqui para servir a galera, então é um set diferente do que faço na Tomorrowland. Aqui vai ser mais democrático, como é o carnaval”, disse O DJ à reportagem momentos antes do desfile.
Dentre os milhares de fãs, uma personagem roubou a cena: Marlene Perdigão, de 84 anos, que veio de Ipatinga, cidade no Vale do Aço, em Minas Gerais, à cerca de 200 quilômetros da capital, com um único desejo: conhecer Alok. Ao saber da história, a equipe do DJ permitiu que ela acompanhasse o show de um local privilegiado no trio. "Era o meu sonho. Nunca pensei que fosse acontecer de verdade", comemorou a idosa, em conversa com a reportagem do Estado de Minas.
Mesmo com os desafios logísticos, a avaliação do evento foi positiva. A presidente da Empresa Municipal de Turismo (Belotur), Bárbara Menucci, destacou a rapidez na tomada de decisão para conter os problemas de superlotação.
"Naquele momento a gente foi vendo, foi entendido que ia abrir o Parque Municipal para ajudar no escoamento das pessoas, para as pessoas poderem entrar ali. Depois a gente foi andando devagarzinho com o trio, paramos na Rua da Bahia também, porque era uma forma das pessoas saírem escoando e dar uma distanciada", disse em coletiva de imprensa, realizada na manhã desta quarta-feira de Cinzas.
Além de arrastar uma multidão de mais de 500 mil pessoas, o bloco do Alok deixou um rastro de resíduos na pista. Segundo a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), foram recolhidas 40,8 toneladas de lixo após a festa. Foram necessários 10.200 sacos de lixo e o trabalho de 200 garis para limpar o trajeto.
Após a agem do bloco do DJ, conhecido por seu ativismo ambiental, a quantidade de resíduos recolhidos representou 25% do total já acumulado nos quatro dias de festa em BH. No balanço geral, a SLU já retirou 161,5 toneladas de lixo das ruas durante a folia.
O sucesso da apresentação do DJ reforçou a intenção da Prefeitura de Belo Horizonte em garantir uma atração de renome nacional a cada dia do Carnaval. Para 2026, a PBH já trabalha para estruturar uma programação que mantenha a tradição dos blocos de rua, sem abrir mão de grandes shows.
"O mais legal do carnaval de Belo Horizonte é isso: múltiplas experiências culturais. A gente viu ontem o Alok, bloquinho de fanfarra e o Carnaval de arela. Essa é a grande preciosidade do nosso Carnaval", disse a presidente da Belotur.
Segundo ela, Belo Horizonte se consolidou como o terceiro destino mais procurado do Brasil durante o carnaval, com um aumento de 50% na demanda por hospedagem e lotação total dos hotéis na região Centro-Sul. Ainda sem os números finais, a estimativa é que a festa na capital mineira possa ter ultraado a marca de 6 milhões de foliões em 2024.
*Com informações de Mateus Parreiras