Investimento de R$1,5 bi em ferrovia é debatido na ALMG
Audiência pública nesta sexta-feira debateu impacto da construção de ramal ferroviário entre Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, na região de Serra Azul
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Siga noA Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou na manhã desta sexta-feira (28/3) uma audiência pública sobre o impacto econômico e social da construção do Ramal Ferroviário Serra Azul, que ligará Mateus Leme a São Joaquim de Bicas, na Grande BH.
A Cedro Participações, conglomerado dos setores de mineração, logística e agronegócio, estima um investimento de R$ 1,5 bilhão em um trajeto de mais de 26 quilômetros. O projeto pretende conectar a região à malha ferroviária que leva ao Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, para escoamento de minério de ferro destinado à exportação.
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A nova ferrovia deverá transportar cerca de 25 milhões de toneladas até o litoral, o que, segundo a empresa, pode retirar cinco mil carretas por dia das estradas da região.
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O maior impacto deve ocorrer na BR-381, conhecida como "Rodovia da Morte", devido ao alto número de acidentes e mortes em Minas Gerais. Nos últimos três anos, na região de Serra Azul, onde será construído o ramal ferroviário, foram registrados mais de sete mil acidentes, sendo 440 fatais.
Cinco trens deverão operar no trajeto na região de mineração, transportando até 130 toneladas de minério de ferro em 132 vagões. Cada trem equivale a 570 carretas, o que pode resultar em 2.850 veículos pesados a menos nas estradas.
O empreendimento deverá gerar quatro mil empregos diretos e três mil indiretos, segundo estimativas da Cedro Participações.
Em novembro de 2024, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou a construção da ferrovia. A Superintendência de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes também aprovou a desapropriação de imóveis ao longo do trajeto para a execução da obra.
A empresa afirma que o projeto busca minimizar impactos em áreas povoadas, aproveitando caminhos já existentes para reduzir a interferência na paisagem. A estimativa é que 188 famílias sejam afetadas pela desapropriação.
O Ramal Ferroviário Serra Azul, com obras previstas para 2028 e início das operações em 2030, também terá impacto ambiental.
Embora movido a diesel, o transporte ferroviário é seis vezes menos poluente que o rodoviário, pois transporta mais carga com menor consumo de combustível. A Cedro estima uma redução anual de 40 mil toneladas na emissão de gás carbônico.
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A medida está alinhada ao objetivo do governo federal de reduzir a emissão de gás carbônico e outros gases de efeito estufa nos próximos anos. O Brasil assumiu o compromisso de cortar essas emissões em até 67% até 2035.