Bolsonaro chama de 'absurdos' entendimentos do STF em seu julgamento
Ex-presidente afirmou que, caso o seu julgamento tenha como foro a Suprema Corte, o caso deve ser apreciado no Plenário e não na Primeira Turma
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- Em dezembro de 2023, com a PET 12.100 já em curso, o STF alterou seu Regimento Interno para que as ações penais originárias deixassem de ser julgadas pelo Plenário e assem a tramitar nas Turmas.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 25, 2025
- Agora, há apenas duas semanas do meu julgamento, o STF mudou novamente seu…
"Adaptações regimentais e mudanças jurisprudenciais feitas sob medida, com nome, sobrenome e prazo de validade. Com a palavra, juristas, legisladores e todos os que estão enxergando esses absurdos", publicou Bolsonaro.
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Ele reclamou do entendimento de que, por as acusações terem ocorrido durante e em razão do exercício do cargo de Presidente da República, a Suprema Corte teria competência para julgar o caso. Bolsonaro alegou que deveria ser julgado em primeira instância.
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Bolsonaro também argumenta que, caso o foro determinado seja o STF, o caso deve ser julgado pelo plenário e não pela turma. Ele recorre ao art. 5º do Regimento Interno do STF, que diz que compete ao Plenário julgar, em casos de "crimes comuns, o Presidente da República".
"Preservar o foro por um motivo 'carimbado', mas negar o julgamento pelo órgão competente, é transformar a Constituição e o Regimento em um self-service institucional", reclamou.
Por fim, o ex-presidente comparou a situação à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve sua condenação anulada por decisão do ministro Edson Fachin, referendada por 8 votos a 3, com base no entendimento de que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era competente para julgar o caso.
Dias depois, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou o então juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) parcial. Com a decisão de Fachin, 14 processos que tramitavam na Suprema Corte foram extintos.
Julgamento
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (25/3), o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas do alto escalão do governo bolsonarista réus pelo planejamento e tentativa de golpe de Estado.
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Após nove horas de argumentações do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, dos advogados de defesa dos acusados e dos ministros do STF, a votação que poderá tornar os acusados réus foi adiada para esta quarta-feira (26/3).