MG: expressão vira-lata caramelo é reconhecida como manifestação cultural
PL aprovado pela Câmara Municipal de Viçosa pretende apoiar a causa animal, além de valorizar a simbologia do caramelo que representa a convivência urbana
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Siga noUm projeto de lei (PL) que reconhece a expressão ‘vira-lata caramelo’ como manifestação cultural imaterial em Viçosa, na Região da Zona da Mata, em Minas Gerais, foi aprovado por vereadores nessa segunda-feira (19). De acordo com a vereadora Marly Coelho (PRD), defensora da causa animal e autora do PL 29/2025, o objetivo é utilizar o reconhecimento para dar notoriedade ao combate de maus-tratos e angariar recursos para lutar. Moradores do município apoiam a medida, que precisará ser sancionada pela prefeitura.
A moradora de Viçosa Giulia Albernaz, de 26 anos, avalia positivamente a proposta. Tutora da Paçoca, uma vira-lata caramelo de porte grande, e outros dois gatos adotados, ela acredita que a partir do reconhecimento da expressão a conscientização em relação aos animais de rua possa ser ampliada. Isso porque, segundo ela, a população carece de educação para evitar maus-tratos.
“É uma causa muito importante, porque traz visibilidade para os animais de rua, não só o caramelo. O caramelo é a representação dos cães de rua, mas existem muitos outros. A medida vai trazer mais consciência, de que você não está no mundo sozinho, porque os animais precisam de você”, diz a auxiliar istrativa.
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Como justificativa da proposta, foi explicado que o vira-lata caramelo simboliza a convivência urbana e reflete a identidade social de Viçosa. Ele é uma manifestação cultural imaterial, inserida no cotidiano e nas interações sociais da cidade. O projeto tem como base a Lei nº 8.313/1991, que criou o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), voltado à preservação e valorização de bens e produtos culturais.
O conceito de bens culturais imateriais engloba símbolos e práticas essenciais para a construção da identidade local. Com a aprovação do projeto, a valorização da cultura viçosense é estimulada, assim como o sentimento de pertencimento, solidariedade e compromisso ético com a cidade e seus moradores.
De acordo com a vereadora, a ideia foi pensada a partir das mazelas e da dificuldade existente para angariar recursos para a causa animal. Embora seja uma questão de saúde pública, a parlamentar enxerga muitas dificuldades para conseguir verbas federais por causa de rubrica que ainda não existe, com exceção do documento autenticado relacionado ao controle populacional de cães e gatos.
“Se a gente torna esse título como manifestação imaterial e cultural, a gente pode apresentar projetos para tentar angariar recursos para concentração, fazer um filme, gerar cartilhas que a gente possa entregar nas escolas, ter um dia do ‘Vira-lata Caramelo’, promover uma grande feira de adoção, convidar a comunidade da nossa cidade para que a gente possa falar sobre conscientização e angariar recursos”, diz a vereadora.
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A medida ainda prevê a diminuição no número de abandono e maus-tratos contra animais por meio da conscientização. Há, ainda, a ideia de criar o Dia do Vira-lata Caramelo, no dia de São Francisco de Assis, celebrado no dia 3 de outubro, para reforçar a ideia.