SUSPEITA DE BOTULISMO

Intoxicação em padaria: análise de amostras pode demorar até 60 dias

Trabalho pericial deve ser concluído até o dia 6 de julho. Casal e idosa que consumiram uma torta de frango comprada na padaria seguem internados

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As análises laboratoriais das amostras dos alimentos da padaria no Bairro Serrano, na Pampulha, em Belo Horizonte, consumidos por três pessoas que tiveram intoxicação e que há suspeita de botulismo, podem demorar até 60 dias para serem concluídas.

De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), as amostras clínicas dos pacientes, bem como as amostras dos alimentos suspeitos foram recebidas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) para análise pericial e serão enviadas ao Laboratório de Referência Nacional (LRN), conforme protocolo estabelecido.

Segundo a PCMG, a análise do material está sendo conduzida em cooperação de ambos os órgãos com a Vigilância Sanitária de BH e o prazo previsto para a conclusão é de até 60 dias, contados a partir de 6 de maio. O inquérito policial segue em andamento, no momento com oitivas em procedimento, e aguarda a conclusão dos laudos periciais.

Mais de 20 dias depois de terem uma intoxicação ao comer uma torta de frango, o casal Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, e José Vitor Carrillo Reis, de 24, e a idosa Cleuza Maria de Jesus, de 78, seguem internados com traqueostomia, segundo familiares.

O alimento foi comprado pelo casal no dia 20 de abril e eles começaram a ar mal. Os três continuam na UTI, a idosa está em estado grave, e os jovens estão tendo uma evolução positiva.

De acordo com o boletim de ocorrência, o casal estava em BH para visitar a idosa. Horas depois, perceberam que a torta que haviam comido estava estragada e chegaram a retornar à padaria para devolver o produto.

Já em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, onde moram, começaram a ar mal e procuraram atendimento médico, sendo imediatamente internados. No dia 28 de abril, os jovens foram transferidos para um hospital particular em BH.

A idosa só apresentou os primeiros sintomas na manhã de 21 de abril. Ela teve uma parada respiratória e precisou ser reanimada pelo filho antes de ser levada a um hospital particular na capital. Cleuza Maria de Jesus está internada no Hospital Med Center, em Venda Nova, na capital.

A origem da intoxicação das vítimas está sendo investigada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) como possível botulismo. No dia 24 de abril, a pasta confirmou que recebeu a notificação dos três casos suspeitos de intoxicação pela bactéria Clostridium botulinum.

Uma análise preliminar de médicos que atenderam os pacientes indicava que os sintomas apresentados eram compatíveis com intoxicação por substâncias como carbamato e organofosforado (ambas utilizadas em inseticidas) ou pela toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os pacientes receberam o Soro Neutralizante Anti-toxina Botulínica dentro do prazo oportuno.

Ao Estado de Minas, a pasta municipal informou, na última terça-feira (6/5), que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) recebeu as amostras clínicas dos pacientes, bem como as amostras dos alimentos suspeitos. De acordo com a pasta, as análises serão realizadas pelo Laboratório de Referência Nacional (LRN) do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo e as análises estão sendo realizadas em articulação com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte.

Padaria interditada 

A padaria, onde a torta de frango havia sido vendida, foi interditada pela Vigilância Sanitária em 23 de abril. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não há nenhuma medida para regularização ou solicitação de desinterdição. 

De acordo com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), a interdição foi necessária porque o estabelecimento não tinha alvará sanitário e nenhum cadastro no serviço para iniciar o processo para liberação do documento. Segundo o Executivo municipal, também foram encontradas irregularidades no que se refere a questões de higiene e estrutura sanitária.

Na ocasião, em nota, a prefeitura informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da PBH foi notificado e monitora a situação. A Secretaria Municipal de Política Urbana disse que o alvará de localização e funcionamento (ALF) da padaria está regular.

No dia 28 de abril, a Vigilância Sanitária voltou à padaria e realizou apreensão de todos os produtos irregulares quanto às normas sanitárias. Os demais produtos que estavam sanitariamente adequados foram recolhidos pelos funcionários.

Padeiro denuncia más condições

O padeiro Ronaldo de Souza Abreu, de 55 anos, ouvido na Central de Flagrantes no dia 23 de abril e liberado em seguida, trabalhava havia apenas seis dias na padaria. Em sua versão, ele negou que tenha envenenado as tortas e denunciou a precariedade das condições de higiene no estabelecimento. Segundo ele, os alimentos eram mal armazenados, o que poderia ter causado uma eventual contaminação cruzada.

Ao Estado de Minas, a esposa do padeiro, Ruth Lazarini, de 43 anos, confirmou que o marido levou uma torta de frango produzida na padaria, na mesma ocasião, para a família e que ninguém ou mal ou teve qualquer reação adversa.

O produto também foi entregue à polícia para perícia. “Meu marido está há mais de 40 anos nessa profissão e isso nunca aconteceu. Eles estão fazendo uma acusação falsa contra ele”, disse.

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Ela também detalhou as falhas sanitárias, que, segundo seu marido, eram rotina no estabelecimento. “A higienização da padaria, pelo que meu marido me contava, não era de boa qualidade não. Eles mantinham muito os alimentos jogados e não tinham aquele cuidado com os alimentos que precisavam ter. As comidas ficam todas juntas e abertas dentro do congelador”, contou.

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