Empreendedores e lideranças locais se reúnem em defesa do Centro de BH
O primeiro encontro aconteceu na última terça-feira (6/5) e discutiu temas como esvaziamento do hipercentro e a preservação de espaços históricos
compartilhe
Siga noA Praça Sete marca o hipercentro de Belo Horizonte e, na tentativa de preservar o espaço, empreendedores e lideranças locais, se reuniram em defesa da região da capital. O primeiro encontro da iniciativa “Em defesa do Centro de BH”, aconteceu no Terraço Niê, estabelecimento que funciona como restaurante e sede cultural, localizado no P7 Criativo, um prédio em frente ao coração da capital mineira.
Pedro Lobo, sócio do Terraço Niê, foi o idealizador da reunião. Proprietário de outros estabelecimentos em diferentes regiões de BH, ele conta que sente falta de uma união dos empreendedores no centro da cidade. “O primeiro encontro foi marcado com o intuito dos empreendedores se conhecerem e iniciarem uma política de boa vizinhança. Todo mundo se apresentou e falou um pouco da sua dor, para alinhar as expectativas”, explica.
A mobilização também foi organizada pela vereadora Marcela Trópia (Novo), que destaca a importância de ouvir pessoas que vivem no hipercentro de Belo Horizonte, sejam empreendedores ou cidadãos locais. “O centro de BH vive um momento de abandono, mas tem um potencial imenso. É urgente envolvermos quem vive e investe na região para pensarmos juntos em soluções que possam transformar esse cenário”, afirma.
Degradação urbana e abandono de espaços históricos
Ao longo da conversa, muitos empresários contaram sobre seus estabelecimentos e “suas dores”, como explica Pedro. Questões sobre segurança, iluminação e sujeira no centro de BH foram abordadas pelos participantes.
Débora Ignachiti, proprietária da Bagueteria sa, conta que os comércios de sua família já estão no centro de BH há 45 anos. “A gente viu o quarteirão da Bagueteria cheio de vida há dez anos. Hoje, o local só tem o nosso comércio”, explica. A empreendedora participou do encontro e afirma que o objetivo de reunir com outros empresários é "fazer o centro encher de vida, moradia, comércio e entretenimento."
Cerca de 40 empreendedores participaram do evento. O proprietário do bar Pirex, Vitor Velloso, estabelecimento na Galeria São Vicente, localizado na Avenida Amazonas, no Centro de BH, afirma a importância da união de empresários da cidade. “A gente tem pouca união no meio da gastronomia, mas também de empresários no Centro de BH. Vários colegas que participaram da conversa, expressaram problemas similares, questão de lixo, iluminação, mobilidade…”
Ele ainda afirma acreditar que muitos problemas não são resolvidos devido a uma disputa política. “Foi importante participar dessa discussão sobre o Centro de BH, porque, enquanto empresário e cidadão, noto que tem uma certa politização da questão e acaba que, efetivamente, pouca coisa é feita”.
Neste primeiro encontro, além da presença de empreendedores, também estiveram presentes autoridades como o Chefe de Gabinete da Prefeitura de BH, Duander Franco, e a presidente da Belotur, Bárbara Menucci. O ex-vereador Gabriel Azevedo participou da conversa, figura pública que sempre está presente em discussões sobre o Centro de Belo Horizonte, principalmente por afirmar morar no local.
“Em defesa do Centro de BH”
O idealizador do encontro, Pedro Lobo, conta que a mobilização ainda continua e outras reuniões ainda serão marcadas para que mais assuntos sejam abordados, a fim de revitalizar o centro de BH. “Espero que a gente seja escutado, mas acho que os encontros vão trazer resultado. No início, alguns empresários declinaram o convite, achando que seria algo partidário, mas depois desse encontro, vi muita gente engajada ", destaca.
Por ter sido a primeira conversa, questões específicas ainda não foram abordadas e discutidas, como o projeto de criação da “Times Square de BH”, lei que já está em vigor e pretende transformar a Praça Sete em um espaço de publicidade, podendo receber paineis de LED.
Vitor Velloso, proprietário do Bar Pirex, destaca sobre a importância de um debate público para entender o que a população quer do centro da cidade, antes de pensar em medidas maiores. “Acredito que tenha uma precipitação de logo ter uma solução. Precisamos ter uma discussão sobre como será a ocupação do centro, se é estritamente comercial, ou também residencial. Antes de chegar em uma conclusão, a gente precisa entender o que queremos para o Centro de BH”.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice