REFORMA

Vapor Benjamim Guimarães retorna às águas do Rio São Francisco

Em fase final de reforma, histórica embarcação é colocada no leito do Velho Chico, mas retorno dos eios no rio ainda vai depender de trâmites burocráticos

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O lendário barco à vapor Benjamim Guimarães foi colocado novamente dentro d' água neste sábado (3/5), no Rio São Francisco, em Pirapora, no Norte de Minas. A operação representa um o importante na reforma da histórica embarcação, a fim de que ela possa voltar a navegar. 

Parado há 12 anos, o vapor tem a sua “reinauguração” marcada para o dia primeiro de junho, dentro da comemorações do aniversário de Pirapora. O retorno dos eios turísticos no Velho Chico deverá ocorrer no segundo semestre, em outubro ou novembro, após vencidas algumas burocracias. A navegação depende também do volume de água do rio.

O Benjamim Guimarães, única embarcação movida a vapor a lenha ainda existente no mundo, foi retirado da água há cinco anos, ficando “estacionado” em terra em um ponto próximo do porto de Pirapora, para a reforma da estrutura. Os serviços estão a cargo da empresa Indústria Naval Catarinense (INC) e foram viabilizados, em setembro de 2024, pelo Ministério de Minas e Energia e pela Eletrobrás, com verba federal, no valor de R$ 5,8 milhões, do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba.

Devido ao peso do barco, 243 toneladas, a operação para o seu retorno ao leito do Rio São Francisco dependia da elevação do volume do rio. Para isso, na tarde dessa sexta-feira (2/5), foi necessária aumentar a liberação de água no reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, de cerca de 200 m3/s para 650 m3/s. A ampliação, solicitada pela prefeitura de Pirapora e pela Eletrobrás à Cemig, se prolongou até este sábado.

Na operação para colocar o icônico vapor dentro d água,iniciada na tarde de sexta-feira e concluída na tarde deste sábado, foram utilizadas boias e máquinas escavadeiras, tudo acompanhado pelos técnicos com muito cuidado.

O presidente da Empresa Municipal de Turismo de Pirapora (Emutur), Elton Jackson Gomes da Mota, explicou que, neste sábado (3/5), a empresa responsável pela recuperação do histórico barco apenas colocou a estrutura dentro d' água, dando sequência aos serviços de reforma, com testes de “flutuabilidade”. Desta forma, a caldeira do vapor ainda não foi acesa.

Elton Jackson disse que mesmo não ouvindo o apito Benjamim Guimarães – o sinal sonoro do seu funcionamento, os moradores de Pirapora comemoram o retorno da embarcação para o Rio São Francisco.

“A recuperação do vapor representa muito para Pirapora e para a região, não só culturalmente, mas, principalmente como instrumento de incentivo turístico, que mexe bastante com a cadeia econômica da nossa cidade. Depois do próprio Rio São Francisco, o vapor Benjamim Guimarães é um de nossos principais atrativos turísticos”, salienta o presidente da Emutur.

Durante a “revitalização”, foi feita a reforma geral do vapor na parte de madeira. Houve também a instalação de novas caldeira e chaminé e reestruturação de grande parte do casco e da casa de máquinas. “O vapor hoje, está novo, e muito bonito. (Isso é) um orgulho não só para Pirapora, mas para toda Minas Gerais e o Brasil. Afinal, é o único vapor no mundo ainda movido a caldeira de lenha”, comemora Elton Jackson.

Ele disse que a Emutur e a Prefeitura, oficialmente, vão receber a embarcação “pronta para navegar” no próximo dia 26. Após a reinauguração, no dia primeiro, a istração municipal vai manter contatos com a Marinha do Brasil para que seja feita uma vistoria visando a liberação dos eios pelo rio. Também deverá ser mantido contato com o Departamento de Infraestrutura em Transportes Terrestres (Dnit) para a sinalização dos pontos de navegação dentro do leito do rio.


História

O vapor Benjamim Guimarães foi construído em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees & Sons, e navegou inicialmente pelo Rio Mississipi, no país de origem. Na sequência, veio para o Brasil, onde, por alguns anos, percorreu o Rio Amazonas, sendo transferido para o São Francisco a partir de 1920.

Na segunda metade da década de 1920, a firma Júlio Guimarães adquiriu a embarcação e a montou no porto de Pirapora, recebendo o nome de “Benjamim Guimarães”, uma homenagem ao patriarca da família proprietária da empresa. A partir de então, o vapor ou a realizar contínuas viagens ao longo do Rio São Francisco e em alguns dos seus afluentes.

 O Benjamim Guimarães foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) em 1985. Durante décadas, o vapor foi um importante meio de transporte para mercadorias e ageiros, conectando comunidades ribeirinhas e promovendo o comércio e a troca cultural. A cada viagem entre Pirapora e Juazeiro (BA), trecho de 700 quilômetros em que o Rio São Francisco é navegável, ele se tornava um elo entre o ado e o presente, transportando não apenas pessoas, mas também tradições e memórias.

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A partir da década de 1980, o Benjamim Guimarães ou a ser usado para eios turísticos, com ponto de partida e de chegada em Pirapora. Com problemas em sua caldeira e outras avarias, em 2013 o vapor parou de navegar.

O processo de recuperação ficou muito tempo parado devido à falta de dinheiro e só foi viabilizado em setembro de 2024, pelo Ministério de Minas e Energia e pela Eletrobrás, com verba federal, do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba , após entendimento com o Iphan e com a Prefeitura de Pirapora.

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