
Minas confirma primeira morte por febre amarela em 2025
Paciente era morador de Extrema, no Sul do estado, mas o Governo de Minas ainda investiga o local provável de contaminação
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Siga noUma pessoa morreu por febre amarela em Minas Gerais em 2025. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta segunda-feira (3/1). O paciente era morador de Extrema, no Sul do estado, mas a pasta ainda investiga o local provável de contaminação. Este é o segundo caso positivo para a doença no atual período sazonal, que engloba as notificações de julho de 2024 a junho de 2025.
O primeiro caso de contaminação pela arbovirose foi notificado ao Governo de Minas em 7 de janeiro deste ano. O paciente é um homem, de 65 anos, morador de Camanducaia, no Sul do estado. Ele está internado em um hospital de São Paulo, onde faz tratamento oncológico para tratar um linfoma, mas não corre risco de morrer.
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A suspeita é que a contaminação tenha sido no sítio do paciente, localizado próximo à cidade de Itapeva, também no Sul de Minas. Conforme o governo estadual, recentemente foi determinado que o município era uma “área de epizootia”, ou seja, foi registrado a contaminação de um número de animais ao mesmo tempo, podendo, ou não, levar à morte desses.
O estado é uma das quatro federações que estão em alerta devido ao aumento da transmissão da doença. O aviso do Ministério da Saúde, emitido por meio de nota técnica, no domingo (2/2), recomenda que as secretarias de saúde intensifiquem as ações de combate à febre amarela.
No último período sazonal de 2023/2024, foi computados dois óbitos. Um registrado em 2024 em Águas de Lindoia, em São Paulo. Na época, o local provável de infecção foi Monte Sião, na mesma região das contaminações em 2025. Já em 2023, foi confirmado um óbito no município de Monte Santo de Minas, localizado na Regional de Saúde os. Nesse caso, o paciente era do sexo masculino, não vacinado, com histórico de deslocamento para São Sebastião do Grama, em São Paulo.
Vacinação
A imunização é a principal ferramenta para a prevenção e controle da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina para a população em todas as Unidades Básicas de Saúde do Estado. Segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), até o último 1º de novembro, a cobertura vacinal contra a febre amarela em Minas era de 86,27% do público-alvo, menor de 1 ano de idade. Em Itapeva, onde foram registrados casos de animais infectados, 83,3% do grupo se imunizou. A meta de cobertura estipulada pelo Ministério da Saúde é de 95%.
A vacina é indicada conforme recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), para pessoas a partir de 9 meses de idade. O esquema vacinal em crianças menores de 5 anos de idade compreende duas doses, sendo a primeira aos 9 meses de vida e uma dose de reforço aos 4 anos de idade.
Em pessoas de cinco a 59 anos de idade, não vacinadas, a recomendação é istrar uma dose única. Nas demais situações, caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade, deve ser istrada uma dose de reforço, independentemente da idade atual.
Pessoas com 60 anos ou mais de idade poderão ser vacinadas após avaliação das condições de saúde e existência de possíveis contraindicações à vacinação. Viajantes internacionais e viajantes para áreas com evidência de circulação do vírus febre amarela (em humanos ou epizootias), não vacinados, a recomendação é que seja istrada uma dose da vacina com pelo menos com 15 dias de antecedência da viagem.
A doença
No Brasil o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no país em 1942, e todos os casos confirmados desde então são atribuídos ao ciclo de transmissão em zonas de mata ou rurais.
A doença é endêmica na região amazônica, mas, de tempos em tempos, emerge na região extra-amazônica. O padrão é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo entre dezembro e maio. Surtos ocorrem quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão, como altas temperaturas, baixas coberturas vacinais e alta densidade de vetores (os mosquitos) e hospedeiros (macacos e seres humanos).
A partir de 2014, o vírus reemergiu na região Centro-Oeste do país, se espalhando nos anos seguintes para as demais regiões. Entre 2014 e 2023, foram registrados 2.304 casos de febre amarela em humanos, sendo que 790 chegaram a óbitos no Brasil. Em Minas, o pior período ocorreu entre 2016 e 2018.
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Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o alerta para que equipes de vigilância e de imunização intensifiquem as ações nas áreas afetadas, com ampliação para municípios vizinhos; a notificação do adoecimento ou morte de macacos; e a atenção a sintomas de febre leve e moderada em pessoas não vacinadas.
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver alguns sintomas, como: febre alta; icterícia; hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Ainda conforme o Governo Federal, de 20% a 50% dos pacientes que desenvolvem a doença podem morrer. “Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata”.