Movimento mangue

Eddie faz show nesta sexta (16/5), em BH, cantando os 35 anos de carreira

Formada em Olinda (PE), banda não seguiu as regras do mercado, mas conseguiu manter público fiel e vem ganhando novos iradores

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A Banda Eddie já conta com 35 anos, quase 36. Formada em Olinda, integrante do Movimento Mangue, nunca teve o estouro dos conterrâneos Mundo Livre S/A e Nação Zumbi. Manteve-se, ao contrário deles, na independência desde o início. Sem seguir regras de mercado, talvez por isto tenha conseguido estabilidade. Atualmente, é maior do que o foi no ado, e ver a Eddie em cena é sempre uma alegria, que não rima com nostalgia, diga-se.

A cada ano e meio, em média, o quarteto capitaneado por vocalista e guitarrista Fábio Trummer faz show em Belo Horizonte. Nesta sexta (16/5), mais uma vez na Autêntica, Eddie divide a cena com Siba, que abre os trabalhos. É certo que novamente será uma noite de casa cheia.

O mote serão os 35 anos de carreira (o grupo foi formado em 1989). Tanto que o show deve reunir músicas de seus 10 discos. O mais recente é “Carnaval chanson” (2023), o primeiro não autoral, só com versões. Há desde standards como “Máscara negra” (Zé Kéti e Hildebrando Pereira Matos) e “De chapéu de sol aberto” (Capiba), a canções menos conhecidas de Alceu Valença, como “O homem da meia-noite” (com Carlos Fernando), e Moraes Moreira, como “Casa amarela”.

O carnaval é importante, não há como discutir, mas Trummer tenta manter alguma distância desse vínculo. “A gente estava ficando muito falado pelo carnaval. Não vejo como uma coisa saudável, limita a visão da banda. Só 20% do que fazemos traz elementos do carnaval. É perigoso ficar estigmatizado como banda de música de carnaval, de frevo. Não é a onda.”

O frevo é a primeira referência que se faz a banda, qualquer um que já viu um show da Eddie vai atestar. Trummer vai por outro caminho. “Dizem isso, mas a gente não sabe tocar frevo, é difícil, de uma escola completamente diferente da nossa, que é espontânea.” Seja como for, pois cada um sente a música como deve ser, a Eddie, com canções como “Pode me chamar”, “Ela vai dançar”, “Bairro novo/Casa caiada”, “Desequilíbrio”, “Lealdade” criou um repertório dançante, mas também reflexivo e imagético.

“A música em si nunca é uma referência (na hora de compor). É sempre o cinema, a literatura, ou o momento socioeconômico”, comenta Trummer, que confirma que hoje a Eddie tem um público maior do que nos primeiros tempos. Há quatro anos, o vocalista mudou-se para Brasília, por causa dos filhos. O resto da banda permanece no Recife.

Mercado descartável

“É uma questão de método de trabalho. A gente não faz parte do mercado descartável que proporciona um novo gênero por semestre. Como não tivemos música explorada comercialmente, não ficamos presos a nenhum formato. A nossa fórmula de fugir de armadilhas parece que tem dado certo, pois todas as casas onde estamos fazendo show estão esgotadas”, continua Trummer.

O trajeto da independência não é fácil. “Você tem que inventar caminhos, se adaptar. A gente nunca caiu na festa de se achar artista, de achar que chegou lá. Pegamos carona no início do mangue, abraçamos isso também, mas sempre independentes. Só que quanto mais você trabalha, mais aprende sobre casas de show, empreendedores. Outra coisa é que não paramos a obra. Temos 10 discos, não é muito, mas eles dão uma média de um cada três anos. Acho que é uma produção que te mantém no mercado, alimentando o público e surfando a onda.”

Ao contrário de alguns de seus contemporâneos, a Eddie renovou seu público. Trummer vê isso em cada cidade que toca. “A gente realmente busca uma conversa com quem está chegando, mas também com quem está indo. Não ficamos pensando em fazer música de acordo com faixa etária. Inclusive, tem muita criança no nosso público. E uma vez que essa criança cresce e chega à vida adulta, se depara com a música, e acaba levando a banda para a vida toda”, conclui.

BANDA EDDIE E SIBA

Show nesta sexta (16/5), a partir das 21h, na Autêntica, Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia. Ingressos a partir de R$ 100, à venda na plataforma Sympla.

OUTRO SHOW

>>> ANDRÉ MIGLIO

Com 50 anos de idade e 30 de carreira, o cantor e compositor, integrante da banda Falcatrua, apresenta nesta sexta-feira (16/5) uma prévia de seu projeto solo. Pela primeira vez, Miglio vai tocar ao vivo as três primeiras canções de "Amiglio", que ele lançará em 2026. São elas “Devagar é sempre”, que chegou às plataformas nesta semana, “Veneno ou remédio” e “Escassez”, lançados em abril. O show será às 19h30, na Casa Outono Café e Cultura, Rua Outono, 571, Carmo. Ingressos: R$ 40. À venda na plataforma Sympla.

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