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Música

Nação Zumbi relembra relação com BH às vésperas de show na cidade

Banda se apresenta na capital mineira, nesta sexta (14/2) e sábado, tocando na íntegra "Da lama ao caos", o clássico disco de 1994. Ingressos estão esgotados

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Esgotado em menos de duas horas, o show da Nação Zumbi n’A Autêntica, na próxima sexta (14/2), não demorou a ganhar uma segunda data. Também em pouquíssimo tempo, os ingressos para a apresentação do sábado (15/2) acabaram. Sim, há uma forte razão para tal: a banda pernambucana celebra os 30 anos de seu álbum de estreia, “Da lama ao caos” (1994), tocando o repertório (13 faixas) na íntegra e na ordem do disco.


Mas há outros motivos, como uma nova geração que está conhecendo agora um dos álbuns fundamentais da música brasileira do final do milênio, e a própria Belo Horizonte, que tem uma relação próxima com o grupo desde os primórdios. Chico Science e Nação Zumbi fizeram seu primeiro show por aqui muito antes do lançamento deste disco.


Nos idos de 1993, a bordo do que chamaram de “Caravana da Coragem”, CSNZ e Mundo Livre S/A (na época com Otto como percussionista), pegaram um ônibus – “Busão de linha mesmo”, lembra Jorge Du Peixe – e saíram do Recife rumo ao Sudeste para “levantar uma grana para gravar o disco”.


Antes de ir para São Paulo, fizeram um show em BH, no antigo Drosophyla, lendária casa na Avenida dos Andradas que recebeu todas as bandas em início de carreira que importavam na época (até os Mamonas Assassinas tocaram lá).


Uma das lembranças que Du Peixe tem da temporada foi a hospedagem na cidade. “Na casa da Sandrinha, que era dona de uma marca de roupas, Deejays.” Era Sandra Lage, e sua loja ficava na Rua Tomé de Souza, na Savassi, quem viveu os anos 1990 na cidade pode se lembrar. Ela não viu problema algum em hospedar não uma, mas as duas bandas em sua casa – por baixo, umas 12 pessoas.


Este primeiro show estava lotado, assim como o segundo, já em março de 1996, no Bar Nacional – outra casa na região das Andradas que fez história em BH. Menos de um ano depois, em 2 de fevereiro de 1997, Science morreria aos 30 anos, em um acidente de carro em Recife.


Novos artistas

“Da lama ao caos” foi lançado em 9 de abril de 1994 pelo Chaos, da Sony Music – selo dedicado a novos artistas que também assinou os primeiros trabalhos de Skank, Planet Hemp e Jorge Cabeleira. A gravação ocorreu no Rio de Janeiro, no estúdio Nas Nuvens, a meca de qualquer músico na época, de Liminha, que também produziu o álbum.

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“Era um estúdio de grande porte e a gente molecão, totalmente novo. Mas tínhamos feito uma demo, então a gente sabia o que queria. Não entregamos o disco para o produtor, como tem gente que faz. Mas é claro que o Liminha colocou os elementos dele”, comenta Du Peixe.


“Era muito doido porque não se ouvia prato de bateria. A nossa era de três tambores, como era tocado o maracatu de rua. Houve dificuldade para microfonar a pele animal (nos tambores), pois era pele de bode e não sintética. O Liminha acertou com Dengue (baixo) e Lúcia Maia (guitarra) as harmonias. Foi toda uma logística para ele chegar junto, mas entendeu o que era a nossa parada.”


Foi no Nas Nuvens que a banda conheceu outro nome que despontaria tempos depois. “O jovem Yuka, com camisa jamaicana. Era um ‘fanzineiro’ e foi falar com a gente”, conta Du Peixe. Marcelo Yuka (1965-2019) é um dos fundadores d’O Rappa.


De volta ao presente, a Nação Zumbi que toca neste fim de semana traz três membros originais: Dengue, Toca Ogan (percussão) e Du Peixe. O grupo se completa com Marcos Matias e Da Lua (tambores), Tom Rocha (bateria) e Neilton Carvalho (guitarra).


Os shows terão a participação de Maciel Salú. Cantor, compositor e rabequeiro, é filho de Mestre Salustiano (1945-2008), uma das principais referências não só de CSNZ, como de todo o movimento mangue. Salú vai tocar com a banda em algumas canções, entre elas a instrumental “Salustiano song”.


Vai ser um show daqueles, é fato, diante do repertório de canções que atravessaram três décadas sem perder a força: “Banditismo por uma questão de classe”, “Rios, pontes & overdrives”, “A cidade”, “A praieira”, “Samba Makossa”, “Computadores fazem arte”, além da canção-título, tudo faz parte do repertório de “Da lama ao caos”.


“Uma coisa é ouvir o disco, outra é ouvi-lo sendo tocado pela banda”, diz Du Peixe. A turnê comemorativa teve início em junho de 2024, em São Paulo. A Nação fará mais alguns shows do álbum. “Cada disco nosso (são oito) tem alguma novidade. Mas estou a fim de fazer o novo, pois nosso mote sempre foi o de não nos repetir”, acrescenta.


Já são mais de 10 anos desde que a banda lançou seu mais recente álbum de inéditas, “Nação Zumbi” (2014). Houve “Radiola NZ” (2017), mas este só de versões. “Vamos soltar um single, clipe e música, depois do Carnaval. Estamos no processo, nos reunimos em Recife há pouco tempo para ver o que temos. Somos românticos ainda, mesmo em tempos de um apocalipse por dia”, afirma.


NAÇÃO ZUMBI
Show nesta sexta (14/2) e sábado (15/2), n’A Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). Ingressos esgotados.

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