A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou na segunda-feira (21/4) um conjunto de mudanças nas regras de disputa e campanha pelo Oscar. O comunicado também confirmou a data de realização da próxima cerimônia de entrega das estatuetas – 15 de março de 2026.


O novo regulamento estabelece que “os membros da Academia agora precisam assistir a todos os filmes indicados em cada categoria para poderem votar na rodada final do Oscar”.


Na edição deste ano, foi levantada a hipótese de que poucos integrantes da Academia haviam assistido a “Ainda estou aqui”, razão que explicaria o fato de Fernanda Torres não ter levado a estatueta pela interpretação de Eunice Paiva em “Ainda estou aqui”, de Walter Salles. A melhor atriz foi Mikey Madison, por “Anora”. “Ainda estou aqui” conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional.


Na nova categoria Melhor Elenco, foi decidido que “haverá uma rodada preliminar de votação para determinar uma lista de 10 filmes”. Ficou estipulado ainda que “na categoria Fotografia haverá agora uma rodada preliminar de votação para o prêmio para determinar uma lista de finalistas entre 10 e 20 filmes”.


Ainda segundo o comunicado, “na categoria Longa-Metragem Internacional, o requisito de elegibilidade referente ao controle criativo foi atualizado para incluir cineastas com status de refugiado ou asilado”.


Em resposta à polêmica do uso da inteligência artificial, que neste ano envolveu os concorrentes “O brutalista” e “Emilia Pérez”, que fizeram uso da tecnologia para aperfeiçoar o sotaque dos atores (no caso do primeiro) e o resultado das cenas de canto (no caso do segundo), a Academia divulgou seu entendimento relativo à questão.


“No que diz respeito à inteligência artificial generativa e outras ferramentas digitais utilizadas na produção do filme, elas não contribuem nem prejudicam as chances de obter uma indicação. A Academia e cada seção julgarão a conquista levando em consideração o grau em que um ser humano esteve no cerne da autoria criativa ao escolher qual filme premiar”, dita a regra.


Campanhas

Sobre as campanhas de promoção dos filmes com vistas a conquistar votos para indicação ou premiação, alvos cada vez mais frequentes de reclamações, houve uma atualização das regras já existentes.

Desenho animado da Letônia, 'Flow' acompanha gato que teve o lar destruído por enchente e ou a viver em um barco com outros animais. Dirigido por Gints Zilbalodis, concorre ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Animação. Dream Well Studio/divulgação
Produção sa e mexicana, 'Emilia Pérez' é dirigido por Jacques Audiard. Com Karla Sofía Gascón, Zoe Saldana e Selena Gomez. Indicado a 13 Oscars em 2025, inclusive de Melhor Filme Internacional. Chefão de cartel decide se aposentar e desaparecer do radar das autoridades, com ajuda de advogada, para realizar o desejo de assumir sua verdadeira identidade trans como Emilia Pérez. Pathé/divulgação
'A semente do fruto sagrado', de Mohammad Rasoulof, é um longa iraniano, mas representa a Alemanha no Oscar de Melhor Filme Internacional. Isso porque o Irã perseguiu Rasoulof enquanto rodava o longa. Indicado a uma estatueta em 2025. Na trama, juiz luta contra a paranoia numa Teerã em ebulição política depois da morte de uma jovem. Run Way Pictures/divulgação
O sombrio dinamarquês 'A garota da agulha' aborda dilemas morais em torno da compra e venda de bebês na Copenhague pós-Primeira Guerra. Candidato ao Oscar de Melhor Filme Internacional, é dirigido por Magnus von Horn e protagonizado por Victoria Carmen Sonne. Na trama, costureira pobre encontra parceira para comandar agência de adoção clandestina. Lukasz Bak/divulgação
Produção franco-brasileira, 'Ainda estou aqui', dirigido por Walter Salles deu o primeiro Oscar da história do Brasil, premiado na categoria Melhor Filme Internacional. O longa é protagonizado por Selton Mello e Fernanda Torres Sony Pictures/divulgação


Ficou estabelecido que “comunicações públicas (incluindo publicações, republicações, compartilhamentos e comentários em redes sociais) não podem menosprezar as técnicas utilizadas ou o tema de qualquer filme”. O texto diz ainda que “qualquer membro da Academia, empresa cinematográfica ou indivíduo diretamente associado a um filme elegível que seja considerado infrator estará sujeito a penalidades”. Um veto a ataques a competidores já existia.


No caso das categorias de Música houve mudança nos prazos de inscrição, que serão separados das demais categorias.

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