
Cruzeiro: para terminar a primeira fase entre os ponteiros
time engrenou com o trabalho de Leonardo Jardim, a mudança do comando no futebol, e hoje o que a gente assiste dá gosto
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O Cruzeiro encara o Fortaleza no Castelão, naquele horário indecente criado pelas emissoras de TV, às 20h30. Falta de respeito com os torcedores e com os trabalhadores em geral. Os jogos, aos domingos, sempre foram às 16h ou às 17h, qualquer coisa fora disso é uma vergonha. Os clubes continuam sem saber o poder que têm e se submetem a qualquer coisa.
Dito isso, o Cruzeiro vai em busca dos três pontos para chegar aos 20 e, antes da parada para o Mundial de Clubes, quem sabe, estar com 25 pontos, uma pontuação de campeão. O time engrenou com o trabalho do português Leonardo Jardim, a mudança do comando no futebol, e hoje o que a gente assiste dá gosto: um Cruzeiro propondo o jogo, amassando seus adversários, com futebol de altíssima qualidade.
Precisou contratar um técnico europeu para ajeitar aquilo que nenhum treinador brasileiro conseguiu. Até mesmo quem está na reserva tem colaborado com o projeto, e o que se percebe é um grupo coeso, unido, em busca dos objetivos.
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O maior exemplo de tudo isso é Gabigol, que ganha R$ 2,5 milhões mensais, mas que está na reserva. Claro que nenhum jogador gosta de ficar no banco, ainda mais um cara acostumado a decidir jogos decisivos e ganhar títulos com seus gols. Mas o atacante entendeu o momento de Kaio Jorge e resolveu colaborar com a equipe e com o técnico. Está trabalhando para arrumar um lugar no time, mudando até de posição, voltando um pouco mais para buscar o jogo. Fala-se até que pode ser ele o cara para substituir Matheus Pereira na condução da bola e lançamentos para os artilheiros. Isso se chama espírito de grupo.
As chamadas “laranjas podres” foram mandadas embora e hoje, no Cruzeiro, só joga quem realmente está comprometido com a organização e com o projeto. Contrariando tudo e todos, o Cabuloso briga pela taça do Brasileirão com seus pares, Flamengo e Palmeiras.
Terminar com uma pontuação alta, antes da parada para o Mundial de Clubes, foi o objetivo traçado pelo novo treinador, e tudo caminha para isso. Não é fácil ganhar do Fortaleza em sua casa, mas, este ano, o time cearense não está tão regular como no ano ado. Pelo futebol que vem apresentando, o Cruzeiro pode, sim, triunfar e voltar para BH com mais três pontos.
Vejam o que é organização e trabalho. O Cruzeiro mudou da água para o vinho. Sua postura é de quem pensa lá no alto e que não quer apenas figurar nas competições.
Quando o time se reuniu em Bradenton, nos EUA, eu disse que esse grupo era muito forte e que brigaria pelas taças. Com o técnico Fernando Diniz, não ou nem perto disso, mas com Jardim está dando essa certeza. É sim um dos grupos mais fortes do Brasil, com jogadores de alto nível. Alguns estavam bem abaixo do que podem produzir, mas um treinador com mentalidade moderna e de líder, resgatou o que há de melhor. É um Cruzeiro com corpo, alma e coração, o que sempre cobrei, e jogadores, realmente, sabedores de seu potencial e seu objetivo.
O Cruzeiro voltou mais forte do que nunca, por isso uso a frase: “atura ou surta”. Aqueles que duvidaram desse gigante, devem estar bem frustrados. Pode até não ganhar título nesta temporada – na ada o Palmeiras não ganhou absolutamente nada –, mas que o Cruzeiro está no nível dos dois melhores times do Brasil, ah, isso está. Só não enxerga quem não quer. Sou mais o Cabuloso no Castelão, esta noite. E você?
ELEIÇÃO DO NOVO PRESIDENTE
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Samir Xaud será eleito hoje o novo presidente da CBF. Ao seu lado, o grande jurista Flávio Zveiter, que tem ideias e conceitos modernos sobre futebol, e pretende empregá-los nas nossas competições. Espero realmente que os jovens, que assumirão o comando da entidade, pensem exclusivamente em fazer nosso futebol voltar aos seus melhores dias, e que nenhum escândalo possa macular sua gestão. O que o futebol mais precisa é de transparência, qualidade e competência. O presidente pode não ser aqueles dos sonhos, mas vamos apoiar a juventude, em busca do resgate do nosso verdadeiro futebol.
Xaud cuidará da Seleção Brasileira e Zveiter, do futebol e das competições. Que os clubes entendam sua força, criem a Liga e toquem seus próprios destinos. Os protagonistas sempre serão os jogadores e clubes.
Boa sorte aos novos gestores. Meu elogio será do mesmo tamanho da crítica.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.