A tireoide é responsável pela produção de hormônios que agem no corpo e metabolismo desde a formação fetal até a senilidade, ou seja, é uma glândula pequena em tamanho e poderosa em função
William Priess/Unsplash
Mais comuns em mulheres, o hipotireoidismo e o hipertireoidismo são doenças que afetam a tireoide, uma glândula endócrina fundamental para o bom funcionamento do organismo. A tireoide é responsável pela produção de hormônios que agem no corpo e metabolismo desde a formação fetal até a senilidade. Ou seja, é uma glândula pequena em tamanho e poderosa em função. André Colapietro Guida Barbosa, tutor da endocrinologia da Prevent Senior, esclarece as principais dúvidas.
Qual é a diferença entre Hipotireoidismo e Hipertireoidismo?
A diferença está na produção insuficiente (hipotireoidismo) ou excessiva (hipertireoidismo) de hormônios tireoidianos. O hipotireoidismo consiste, então, na produção baixa dos hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina). É uma condição muito comum, com mais de 2 milhões de casos somente no Brasil. Para o organismo, é essencial um perfeito equilíbrio neste aspecto.
Já o hipertireoidismo é caracterizado pela produção em excesso dos mesmos hormônios, uma condição menos frequente, com cerca de 150 mil casos no país.
O equilíbrio é essencial para o bom funcionamento do metabolismo.
"Quando há o desequilíbrio na produção de hormônios, o corpo pode manifestar sintomas", explica o endocrinologista. André Colapietro Guida Barbosa detalha: “Podemos ficar mais irritados, perder peso ou, então, sentir o coração bater mais rápido e perceber tremores nos casos de hipertireoidismo, já que existe um estímulo das funções pela produção excessiva de hormônios. Por outro lado, quando há baixa produção, no hipotireoidismo, gastamos menos energia e isso pode levar ao aumento de peso, entre outros sintomas”.
Prevenção
Não há dúvidas quanto ao impacto da boa alimentação na saúde. Quando se pensa em prevenção contra o hipotireoidismo e hipertireoidismo, não é diferente. A formação dos hormônios T3 e T4 está diretamente relacionada à ingestão equilibrada de iodo. Por dia, o recomendado é a ingestão de 150 microgramas do micronutriente, que é abundantemente encontrado no sal de cozinha, em peixes de água salgada, mariscos, ostras, moluscos, leite e ovos.
No Brasil, o governo federal determinou a adição de iodo ao sal de cozinha para prevenir e controlar as deficiências do nutriente. Exercícios físicos regulares também são indicados. Existem estudos que sugerem a correlação entre alguns poluentes e o aumento dos casos de doenças da tireoide, principalmente o Bisfenol A (BPA). Uma boa dica é optar pelo uso de plásticos livres de BPA (“BPA free”).
Hipotireoidismo: sintomas e tratamentos
Aumento do colesterol no sangue
Cansaço excessivo
Depressão
Desaceleração dos batimentos cardíacos
Diminuição da memória
Dores musculares
Ganho de peso
Intestino preso
Menstruação irregular
Pele seca
Queda de cabelo
Sonolência excessiva
O tratamento envolve a reposição da Tiroxina (T4), algo que o paciente deverá seguir por toda a vida, já que é uma doença que não regride. Todavia, os resultados são muito satisfatórios quando há o adequado acompanhamento médico.
Hipertireoidismo: sintomas e tratamentos
Aumento da frequência cardíaca
Bócio
Comprometimento da capacidade de tomar decisões equilibradas
Hiperativação do metabolismo
Insônia
Intolerância ao calor
Nervosismo e irritação
Olhos saltados
Perda de peso
Sudorese excessiva
Taquicardia
Tremores
"Assim que diagnosticamos o hipertireoidismo, iniciamos rapidamente o tratamento mais indicado. Podemos incluir medicamentos e iodo radioativo. A cirurgia de retirada da glândula (tireoidectomia) também é uma alternativa, raramente indicada atualmente, mas depende das causas da doença e suas características”, complementa André Colapietro Guida Barbosa. Ele destaca que, quando ocorre na terceira idade, a urgência é ainda maior, já que a doença pode levar a arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial, hipertensão, osteoporose e infarto.
Quais são as principais causas?
No caso do hipotireoidismo, a Doença de Hashimoto é a principal causa, já que provoca a redução gradativa da tireoide. Além disso, como vimos, o iodo também tem papel central na questão.
Já com o hipertireoidismo, vale a pena alertar para a Doença de Graves, que ocorre quando o próprio corpo produz um anticorpo que se liga a receptores da glândula. Este anticorpo, por sua vez, estimula a produção demasiada dos hormônios tireoidianos. O bócio, popularmente conhecido como “papo”, também pode gerar nódulos que produzem hormônios tireoidianos.
"É preciso diagnosticar com exatidão o tipo de problema na tireoide, assim como entender as possíveis causas relacionadas considerando o histórico do paciente, sua rotina alimentar e outros fatores. O diagnóstico começa por análise laboratorial do hormônio TSH, produzido pela hipófise, e dos hormônios T3 e T4”, acrescenta o endocrinologista.
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