
“Os alimentos ultraprocessados são aqueles produtos com adição de aditivos, ou seja, substâncias utilizadas com o objetivo de modificar características físicas, químicas, biológicas e/ou sensoriais durante fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte e/ou manipulação. Esses adicionais podem ser obtidos de fontes naturais ou sintetizados em laboratórios”, explica a nutricionista e consultora da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo.
Além de prontos para o consumo imediato, os ultraprocessados frequentemente apresentam relevantes quantidades de farináceos, açúcares refinados, gordura vegetal hidrogenada, sódio, corantes, aromatizantes e emulsificantes artificiais. Esses aditivos são utilizados para aumentar a palatabilidade (sabor, textura, cheiro), estimular o consumo e prolongar o tempo de validade (também conhecido como shelf life, ou tempo de prateleira do produto).
Aditivos dos ultraprocessados estão relacionados ao aumento do peso corporal 62132p

O consumo frequente desses alimentos também tem a capacidade de alterar a microbiota intestinal e aumentar o risco de disbiose (desequilíbrio de bactérias) e todas as condições clínicas e/ou doenças ligadas ao intestino.
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Ainda, um estudo recente conduzido pela Universidade de São Paulo (USP), revelou que pessoas que consumiram mais de 20% das calorias diárias em ultraprocessados tiveram um impacto negativo de aproximadamente 30% em sua cognição, ou seja, no que se refere ao conhecimento (pensamento, memória, percepção, linguagem e atenção).
Há quantidades seguras para os salgadinhos, docinhos e refris? 5v1j5e
Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, a quantidade máxima de açúcares simples não pode ultraar 10% das calorias sugeridas para ingestão diária.
A gordura saturada, ou seja, aquela encontrada principalmente em alimentos de origem animal, não deve corresponder a mais do que 10% da quantidade de gorduras totais consumidas.
Em relação ao sódio, orienta-se o consumo de até 2g/dia. “Cabe destacar que a quantidade de sódio indicada diz respeito tanto ao sal de adição como de produtos industrializados”, completa Adriana Zanardo.
Para as demais substâncias, não existem doses seguras regulamentadas específicas. Desta forma, recomenda-se que a maior parte da dieta seja composta por alimentos in natura e/ou minimamente processados.
“A redução do consumo de ultraprocessados deve respeitar a premissa do “descasque mais e desembale com consciência”. Além disso, é preciso buscar informação de fontes confiáveis para que nós, consumidores, estejamos munidos de conhecimento para fazer boas escolhas frente à crescente propagação dos ultraprocessados”, explica a nutricionista.
“A redução do consumo de ultraprocessados deve respeitar a premissa do “descasque mais e desembale com consciência”. Além disso, é preciso buscar informação de fontes confiáveis para que nós, consumidores, estejamos munidos de conhecimento para fazer boas escolhas frente à crescente propagação dos ultraprocessados”, explica a nutricionista.
Atenção: processamento não é necessariamente negativo A principal dica é: leia sempre o rótulo dos produtos (foto: Joshua Rawson-Harris/Unsplash ) 583pm
Considerando a sociedade moderna, o avanço da tecnologia e o controle de patologias relacionadas a alimentos contaminados, o processamento é um aliado ao estilo de vida saudável devido à segurança alimentar e à rotina atribulada das pessoas. Devido à praticidade e variabilidade do consumo, os alimentos processados cuidadosamente são muito bem-vindos.
“A primeira dica é: leia o rótulo! Gosto de fazer a analogia de que, se você não consegue falar o nome da substância, ela provavelmente não é boa. Você sabia que o corante natural de urucum e o amarelo tartrazina têm a mesma finalidade, mas o primeiro é natural, ao o que o segundo é artificial".