"Começo com um registro, cuja importância avulta nos tempos procelosos que estamos a viver, que me levaram na última segunda-feira, dia 14, a reafirmar, em nota pública, que a democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, se mostra absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão", disse.
A fala se refere os episódios de ataques que os ministros do STF vêm sofrendo nos últimos dias. Os integrantes estão nos Estados Unidos para participar do Lide Brazil Conference e aram a ser perseguidos e hostilizados pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) - derrotado nas eleições deste ano. Na segunda-feira (14), a Suprema Corte já tinha se manifestado e classificado os atos como "incompatíveis com a democracia".
Dia Internacional da Tolerância 1z406f

"Aliás, a própria Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), como sabido, em seu art. 13, § 5º, exclui expressamente do âmbito de proteção da liberdade de manifestação do pensamento 'toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência'. A liberdade de expressão, reafirme-se, em absoluto não abriga agressões e manifestações que incitem ao ódio e à violência, inclusive moral", concluiu.