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Estado de Minas POLêMICA

Justiça censura Porta dos Fundos 1c3p5e

Desembargador determina que Netflix tire do ar o especial de Natal do grupo humorístico que retrata Jesus como homossexual b75h


postado em 09/01/2020 04:00 / atualizado em 09/01/2020 08:32

No centro da polêmica, o vídeo A primeira tentação de Cristo mostra relacionamento de Jesus com Lúcifer (foto: Divulgação/Netflix)
No centro da polêmica, o vídeo A primeira tentação de Cristo mostra relacionamento de Jesus com Lúcifer (foto: Divulgação/Netflix)

Rio – A Justiça do estado do Rio determinou ontem que a Netflix tire do ar o especial de Natal feito pelo grupo humorístico Porta dos Fundos. O grupo também está proibido de autorizar a exibição do filme por qualquer meio. O descumprimento dessas ordens pode gerar multa de R$ 150 mil por dia de exibição do filme. A decisão foi emitida “para acalmar ânimos”, justificou o desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Rio de Janeiro. Ele também destacou que a sociedade no Brasil é “majoritariamente cristã”.

O vídeo, chamado A primeira tentação de Cristo, retrata Jesus Cristo como um homossexual que se envolve com Lúcifer; na versão, Maria trai José com Deus. O especial de Natal gerou polêmica e virou pretexto para um atentado contra a sede da produtora do Porta dos Fundos, no Humaitá (zona sul do Rio de Janeiro), na madrugada de 24 de dezembro. Dois coquetéis molotov foram lançados, por um grupo que se apresentou na internet como integralista, dentro do prédio, causando um incêndio que foi controlado antes de causar danos significativos.

A decisão de tirar o especial do ar foi tomada em agravo de instrumento proposto pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, um grupo religioso carioca.

Em dezembro a entidade propôs uma ação civil pública pedindo que o vídeo fosse retirado do ar, mas em primeira instância o pedido foi negado. “Não constatei a ocorrência de qualquer ilícito (...). Também não verifiquei violação aos direitos humanos, incitação ao ódio, à discriminação e ao racismo, sendo que o filme também não viola o direito de liberdade de crença, de forma a justificar a censura pretendida”, escreveu, em 19 de dezembro, a juíza Adriana Jara Moura, da 16ª Vara Cível.

A Associação Dom Bosco recorreu, mas a decisão também foi mantida pelo plantão judiciário. O grupo então ajuizou agravo de instrumento ao Tribunal de Justiça, distribuído à 6ª Câmara Cível. Na decisão emitida nesta quarta-feira, em documento de 40 páginas, o relator Abicair afirma que “nessa fase preliminar não cabem maiores erudições para embasar qualquer decisão, diante da exiguidade do tempo para se decidir com quem está a razão, mas sim, qual dano de maior potencialidade precisa ser evitado”.

Segundo ele, o grupo Porta dos Fundos “não foi centrado e comedido ao se manifestar nas redes sociais, pois poderia justificar sua ‘obra’ através de dados técnicos e não agindo com agressividade e deboche”. E conclui afirmando que “me aparenta mais adequado e benéfico não só para a comunidade cristã, mas para a sociedade brasileira, majoritariamente cristã, até que se julgue o mérito do agravo, recorrer-se à cautela, para acalmar ânimos, (motivo) pelo que concedo a liminar”.

O grupo Porta dos Fundos e a Netflix não haviam se manifestado sobre a decisão judicial até o fechamento desta edição.

Autor de ataque na lista da Interpol 2v1m23


Fauzi embarcou para Moscou após participar do ataque à produtora(foto: Reprodução/Internet)
Fauzi embarcou para Moscou após participar do ataque à produtora (foto: Reprodução/Internet)
Brasília – O nome do economista Eduardo Fauzi, suspeito de participar do ataque com coquetéis molotov contra a produtora do Porta dos Fundos, foi incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol. A difusão vermelha é o alerta máximo da Interpol e limita os deslocamentos do alvo. Se ingressar em território que integra a comunidade policial, Fauzi pode ser imediatamente detido.

O economista está foragido desde o último dia 30, quando a Polícia Civil tentou cumprir mandado de prisão contra ele em quatro endereços ligados a ele no Rio de Janeiro, mas não o encontrou. Depois, descobriu-se que Fauzi havia embarcado para a Rússia um dia antes de sua prisão ser decretada.

Já no país, Eduardo Fauzi divulgou um vídeo de pouco mais de sete minutos em que ataca o Porta dos Fundos e utiliza argumentos cristãos para chamar os humoristas de “intolerantes, marginais e bandidos”. O suspeito pelo ataque diz que "quando o Porta dos Fundos escarnece do nome de nosso senhor Jesus Cristo ele pisa na esperança de milhões de pessoas que só têm Jesus Cristo como riqueza" – reforçando a tese de que o atentado contra a produtora pode ter sido motivado por um recente programa em que o grupo humorístico satiriza Jesus Cristo, sugerindo que este pode ter tido experiência homossexual.

“Quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro. Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos”, acusou Fauzi no vídeo divulgado.

EXTRADIÇÃO Uma autoridade brasileira em Moscou já iniciou as tratativas com as autoridades russas para pedir a extradição de Fauzi. A informação foi ada à GloboNews por uma fonte graduada do Ministério das Relações Exteriores que não quis se identificar.

Oficialmente, o Itamaraty afirmou que não entrou em contato com autoridades russas e que cabe ao Poder Judiciário a decisão de pedir a extradição. O Brasil mantém acordo de extradição com a Rússia desde 2007. Segundo o Ministério da Justiça, a Justiça do Rio de Janeiro já pediu formalmente à pasta e ao Itamaraty a extradição do suspeito.
 


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