
O artigo 18 do Código Penal Brasileiro considera a conduta culposa quando o suspeito age por imprudência, negligência ou imperícia. No caso do homicídio culposo, se condenada, a pessoa pode pagar pena de um a três anos de detenção.
criança morreu na madrugada do dia 1º de maio, mas o caso veio à tona na última semana, após a família procurar a polícia para fazer a denúncia. De acordo com o relato, depois da mãe ser internada pela segunda vez com pressão alta, a equipe médica do Hospital das Clínicas decidiu fazer a indução do parto. Mesmo assim, a responsável pelo procedimento estava encontrando dificuldades.
AEm entrevista ao Estado de Minas, a advogada da família afirmou que em um certo momento a médica chamou o pai e a avó da criança para participar do parto, uma vez que a cabeça do neném teria “apontado”. Ao chegarem na sala, o homem teria visto a criança abrir os olhos e mexer a boca, mas, ao se aproximar, percebeu que a cabeça havia sido decapitada.
Ainda segundo a denúncia, depois que o pai percebeu que a cabeça do filho tinha sido “arrancada”, a médica lhe pediu desculpas. Em seguida, uma assistente social do hospital o procurou informando que a instituição iria arcar com os custos e procedimentos necessários para o sepultamento da criança. Além disso, informaram que a necropsia do corpo já havia sido realizada e que o corpo não seria encaminhado para o Instituto Médico Legal da cidade.
O corpo da criança deverá ser enterrado só após ar pelos exames de necropsia do Instituto Médico Legal da Polícia Civil de Minas Gerais. O tempo mínimo para a liberação do corpo é de 30 dias.
Parto difícil 44b6s
Na semana antes do parto, a mãe da criança já havia sido internada com quadro de hipertensão e recebeu alta quatro dias antes do procedimento ter que ser induzido. Na sexta-feira, ela teve que ser internada novamente por estar com retenção de líquido e pressão alta. Ainda segundo a advogada da família, com essa informação, a gestante afirmou que queria ar pela cirurgia cesariana, o que não foi respeitado.
O procedimento teria começado na madrugada de segunda-feira (1/5), após bastante espera, visto que a mãe entrou em trabalho de parto às 18h, e a criança nasceria por volta das 3h do dia seguinte. “O parto demorou muito para começar. De meia em meia hora, eles faziam o procedimento de escutar o coração da criança e a cada dez minutos vinham residentes fazer exame de toque na mãe, tanto que a criança nasceu cheia de marcas de dedos”.
A médica então teria dito que o bebê não iria sair naturalmente e perguntou se poderia cortar mais um pouco, sem anestesia. A mãe aceitou o procedimento, mas, mesmo com os dois novos cortes feitos, a criança ainda não saiu.
A profissional ainda teria afirmado que subiria sobre a gestante e pedido que ela fizesse força. “Nessa de puxar a cabecinha da criança com as mãos para tentar tirar o corpinho e fazer a criança nascer efetivamente, aconteceu essa tragédia de separar a cabeça do corpo da criança”, contou Aline.
O que diz o hospital 5wp20
A istração do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais afirmou que a equipe médica que atuou no parto de um recém-nascido que teve a cabeça decapitada, em meio ao procedimento, realizou todos os esforços para “garantir a vida da gestante”. Por meio de nota, a unidade informou que um processo istrativo interno foi aberto para “apurar os fatos”.
Em relação ao estado de saúde da mãe do recém-nascido, o hospital informou que a gestação estava na 30ª semana e que a equipe de Medicina Fetal já havia constatado que o feto havia malformações, incluindo do pulmão, o que seria "incompatível à vida". “Durante a internação, a gestante evoluiu para agravamento do seu quadro clínico, com elevação da pressão arterial e edema generalizado. Devido à gravidade do quadro materno e à inviabilidade fetal, o corpo médico optou pela indução do parto”.
A reportagem questionou se o bebê estava vivo no momento do parto, por que a polícia não foi acionada após a constatação da decapitação do bebê e se a unidade já identificou como a cabeça da criança foi arrancada, mas a istração não respondeu a nenhuma das perguntas.