De Niro enfrenta julgamento acusado de ser um chefe abusivo
Ex-funcionária pede indenização de R$ 60 mi por discriminação de gênero. Sessão em tribunal de Nova York deve se estender por até duas semanas. Ator se defende
Robert De Niro chega ao tribunal de NY para julgamento que começou na última segunda
David Dee Delgado/Getty Images/AFP
No primeiro dia de julgamento de Robert De Niro em Nova York, acusado por uma ex-assistente de ser um chefe abusivo, o ator disse durante a audiência que "isso tudo é uma bobagem".
De Niro é processado por Graham Chase Robinson num julgamento que começou na última segunda (31/10) e deve se estender por duas semanas. Robinson trabalhou para De Niro entre 2008 e 2019, e recebia US$ 300 mil por ano antes de deixar o cargo de vice-presidente de produção e finanças da Canal Produções, uma empresa do ator.
A mulher, encarregada durante anos de tudo, desde decorar a árvore de Natal de De Niro até levá-lo ao hospital quando ele caiu da escada, processou o ator pedindo US$ 12 milhões, cerca de R$ 60 milhões, em indenização por discriminação de gênero durante os 11 anos em que trabalhou para ele.
Irritação do ator
Segundo relato do site "Daily Mail", o vencedor do Oscar (“Touro indomável”, 1981) parecia rabugento e inicialmente se conteve para não explodir durante a audiência, mas acabou não se segurando, já que suas interações com Robinson foram dissecadas por advogados.
De acordo com a ex-assistente, De Niro se recusou a dar a ela uma referência para que encontrasse outro emprego quando ela pediu demissão, após seguidos confrontos com a namorada do ator, Tiffany Chen. Chen dizia que a assistente estava apaixonada pelo ator.
O ator de 80 anos testemunhou durante a maior parte da tarde de segunda. Ele afirmou que listou Robinson como seu contato de emergência e contou com ela para ajudar a escrever cartões em datas comemorativas para seus filhos.
Segundo o "Daily Mail", De Niro levantou a voz e quase gritou duas vezes durante seu depoimento. A primeira foi quando ele defendia as interações que sua namorada teve com Robinson, dizendo que o trio tomava as decisões juntos.
A segunda foi quando o advogado de Robinson sugeriu que De Niro incomodou sua cliente numa manhã de 2017, com o pedido de que ela o levasse ao hospital. "Foi uma vez que quebrei as costas ao cair da escada", disse o ator, com raiva.
Netflix no trabalho
A maior explosão ocorreu quando DeNiro defendeu o que descreveu como seu bom tratamento dispensado a Robinson depois de comprar uma casa de cinco quartos em Manhattan. "Não é como se eu estivesse pedindo para ela ir lá e raspar e esfregar o chão. Então, tudo isso é bobagem."
Em paralelo a esse processo, a Canal Produções está processando Robinson, alegando que ela via Netflix o dia todo enquanto trabalhava, entre outras reclamações. A empresa pede US$ 6 milhões em indenização, cerca de R$ 30 milhões.
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