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Depois do #OscarTãoBranco e #OscarTãoMasculino, uma coisa é certa: #VaiTerClimão 1e2b5g

Academia dispensou apresentador para evitar saias justas, mas escanteio de mulheres e negros seguem gerando mal-estar. Se Joaquin Phoenix fizer discurso, farpas não devem faltar 2i1p62


postado em 09/02/2020 04:00 / atualizado em 09/02/2020 09:52

(foto: KEVORK DJANSEZIAN/AFP)
(foto: KEVORK DJANSEZIAN/AFP)
O sul-coreano Bong Joon Ho (Parasita) e o norte-americano Quentin Tarantino (Era uma vez em... Hollywood) concorrem a melhor diretor, categoria que não teve mulheres entre os indicados(foto: KEVORK DJANSEZIAN/AFP)
O sul-coreano Bong Joon Ho (Parasita) e o norte-americano Quentin Tarantino (Era uma vez em... Hollywood) concorrem a melhor diretor, categoria que não teve mulheres entre os indicados (foto: KEVORK DJANSEZIAN/AFP)

Os últimos anos, campanhas como #MeTo, contra o assédio sexual, e #OscarsSoWhite, que questionava a falta de representatividade racial na premiação, deixaram a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood mais atenta e criteriosa em relação à sua grande celebração, cuja 92ª edição será realizada neste domingo (9).

Mais do que um desfile de celebridades em looks caríssimos e a entrega de troféus criados para retroalimentar uma indústria bilionária, o Oscar ou a ser também uma vitrine para a promoção de pautas identitárias e causas diversas, com os próprios artistas como garotos-propaganda. O Oscar 2020 não fugirá a essa nova regras, mas algumas grandes decepções já despontam no cenário, antes mesmo de a festa começar.

Uma das mudanças recentes tem impacto direto na dinâmica da cerimônia. Pelo segundo ano seguido, não haverá uma pessoa responsável pela apresentação. O motivo é claro: fugir de polêmicas que possam afastar a audiência. Em 2019, o comediante Kevin Hart ocuparia o lugar de mestre de cerimônias do Oscar. Bastou seu nome ser anunciado para as redes sociais se encheram de protestos. O motivo foram piadas de teor homofóbico feitas por ele no ado e resgatadas pelos internautas.


''Às vezes, precisamos ser mais responsáveis e fazer mudanças e sacrifícios nas nossas vidas. Não precisamos usar jatinhos sempre que formos a Palm Springs'' 2232b

Joaquin Phoenix, ator 4s3td



Envolvido pela onda de rejeição, Hart desistiu de apresentar o Oscar e, com isso, realizar um sonho, como deixou claro. Com dificuldades para encontrar um substituto que fosse imune a acusações, a Academia tomou a arriscada decisão de realizar o Oscar sem um apresentador – vários artistas convidados se revezaram na função de apresentar os concorrentes e anunciar os vencedores. Como o resultado não foi o desastre que muitos anteciparam e chegou a arrancar elogios de críticos de TV, o formato foi mantido para este ano.

Neste 2020, até nos bastidores o glamour está engajado. A exemplo do que ocorreu no jantar oferecido durante o Globo de Ouro, no último dia 5, o menu do almoço anual dos indicados e dos petiscos servidos durante a cerimônia será inteiramente vegetariano. No luxuoso Governors Ball, jantar servido após a gala, o cardápio será 70% vegano e o restante dividido entre opções vegetarianas, incluindo queijo e ovo, e pratos com carne. Garrafas de plástico também estão excluídas. Muita pompa, mas sem abrir mão de uma consciência ambiental alinhada ao discurso de vários dos artistas indicados, que são ativistas em prol do meio ambiente, a exemplo de Leonardo DiCaprio.

CORINGA  143q6k


Depois de finalmente ter vencido o Oscar em 2016, em sua quinta indicação, por O regresso, de Alejandro González Iñárritu, DiCaprio concorre novamente a melhor ator por seu papel em Era uma vez em… Hollywood, de Quentin Tarantino. Mas o favorito desta vez é Joaquin Phoenix, com seu Coringa. Se Phoenix de fato conquistar sua primeira estatueta – em sua quarta indicação –, a plateia deve se preparar para um discurso de agradecimento recheado de farpas.

Ao menos foi isso o que ocorreu nas duas premiações importantes que o intérprete do Coringa venceu nesta temporada, o Globo de Ouro e o Bafta. No prêmio da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, Phoenix, que é vegano, agradeceu a instituição pelo menu sem carne, com um “obrigado por reconhecer a conexão entre a pecuária e as mudanças climáticas”.

Em seguida, subiu o tom, apontando para a proverbial hipocrisia de Hollywood. Depois de citar os diversos discursos da noite que mencionaram graves problemas, como os incêndios que consumiam a Austrália, e expressavam desejos de mudança, ele disparou: “Espero que possamos agir juntos e fazer mudanças reais. É ótimo votar (Michelle Williams havia feito uma convocação pela participação na próxima eleição americana), mas,  às vezes, precisamos ser mais responsáveis e fazer mudanças e sacrifícios nas nossas vidas. Não precisamos usar jatinhos sempre que formos a Palm Springs (onde havia ocorrido uma premiação de cinema no fim de semana anterior)”.

Como um modo de literalmente vestir a sua causa, Phoenix anunciou que usaria o mesmo smoking durante toda a temporada de premiação. É uma forma de incentivar que as pessoas evitem o consumo desnecessário, com seu conseguente esgotamento dos recursos do planeta. O smoking de Phoenix é da grife Stella McCartney, que foi ao Twitter parabenizar o ator pela atitude e se disse “orgulhosa de unir forças” com ele nas “escolhas pelo futuro do planeta”. O episódio não ou sem críticas nas redes sociais de quem viu na atitude um indício de que ambos estão tão fora da realidade quanto o restante de Hollywood que Phoenix não se intimida em criticar.

Porém, no Bafta, o prêmio do cinema britânico que anunciou seus vencedores no último domingo (2), Phoenix voltou à carga. Premiado como melhor ator, ele criticou a ausência de concorrentes negros, trazendo para o centro da cerimônia uma discussão que estava em torno dela desde o anúncio dos indicados.

O ator se disse “honrado” com seu troféu, mas também “em conflito”, por entender que é “privilegiado” e que muitos de seus colegas atores “eram igualmente merecedores, mas não tinham esse mesmo privilégio”. Com afirmações enfáticas, ele reconheceu a existência de um “racismo sistêmico” na indústria audiovisual e se disse envergonhado por saber que é “parte do problema”. Dessa vez, a manifestação de Phoenix recebeu o apreço dos usuários de redes sociais, com muitos apontando aquele como o mais relevante momento da noite.

Se valeu para o Bafta, a bronca de Phoenix cabe perfeitamente no Oscar. O baixo número de artistas negros entre os indicados é um problema que a Academia tem tido dificuldades em contornar. Neste ano, não será diferente. Nas categorias masculinas e femininas de atuação individual, todos os atores são brancos. Entre as atrizes, a única negra é a inglesa de pais nigerianos Cynthia Erivo, que concorre pelo papel principal na cinebiografia Harriet, em que interpreta a escrava Harriet Tubman, que se tornou líder abolicionista.

CADÊ LUPITA", resume Gerwig. (Com  AFP) 2dx55



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