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CARNAVAL 2025: PALCO DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA 4sm41

Os temas explorados pelas escolas de samba em torno da religiosidade de matriz africana, repercutiram nas redes sociais


12/03/2025 06:00
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Por Tamara Santos

O carnaval na Marquês Sapucaí é um acontecimento! O Rio de Janeiro para, assim como o Brasil, na expectativa de conferir as escolas de samba do grupo especial na avenida com os seus sambas-enredos, baterias, alegorias, fantasias e, claro, com muito samba no pé. 

Mas, esse ano a comoção foi diferente, isto porque os desfiles, em sua maioria, abordaram as Religiões de Matriz Africana, causando um verdadeiro burburinho nas redes sociais. Para se ter uma ideia, a Unidos do Viradouro, apresentou o samba enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, ao contar a história da entidade afro-indígena que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro. 

A Unidos da Tijuca apresentou o enredo “Logun-Edé: Santo Menino Que Velho Respeita”, que contou a história do orixá filho de Oxum e Oxóssi representado pelas mesmas cores que a escola: amarelo e azul.

A Beija-Flor de Nilópolis, vencedora do carnaval, homenageou Laíla, um de seus  baluartes com “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas”, buscando a religiosidade e a fé em Xangô, além de se despedir de Neguinho da Beija-Flor, que cantou o seu último samba-enredo pela escola. 

Já a Salgueiro, entrou na avenida com o corpo fechado, explorando a relação humana e a busca por proteção espiritual. Por outro lado, a Unidos de Vila Isabel, apresentou o Diabo em sua comissão de frente, interpretado pelo ator José Loreto, com o samba enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”

Mas, por que isso é relevante? Por que isso incomoda?
 
O termo macumba é jogado de forma pejorativa para atacar essas manifestações religiosas. Mas, essa autora faz questão de explicar para aqueles que usam o termo de forma indevida, que a macumba tão citada, nada mais é do que um instrumento africano que promove o batuque, batuque esse carregado de ancestralidade. 

As Religiões de Matriz Africana, como o Candomblé e a Umbanda, possuem a sua origem desde a chegada e instalação dos portugueses no Brasil do Brasil. A população negra já chegava ao Brasil despossuídas de qualquer direito. Eles vinham em navios negreiros com populações de diversas etnias, nações, povos, não se compondo numa identidade única. Os africanos eram misturados para chegarem à Colônia em estado de grande alienação e viverem aqui em estado de subjugação permanente.

As suas raízes religiosas eram mitigadas. A cristandade medieval obrigava os africanos aqui escravizados a cumprirem as obrigações oficiais do culto, que era uma forma de controle público da fé e de desconstruir suas referências culturais. Mas, mesmo diante da diversidade imposta, eles conseguiram manter muitos costumes, tradições e ritos religiosos. Isto é, os escravizados sempre resistiram com garra e força todas as imposições do Estado/Igreja, por meio do sincretismo religioso. 

Pois bem, como é possível que em 2025 ainda seja necessário buscar recursos para justificar a manifestação da fé? Como é possível as pessoas atacarem uma representatividade de fé, que sequer conhecem">







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