VIAGEM SABOROSA

Itacaré, onde a Bahia é ainda mais incrível 

Paraíso dos surfistas, na foz do Rio de Contas, aparece em diversos livros de Jorge Amado, que descreveu as belezas naturais da região.

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Itacaré (BA) - É lindo acordar em Itacaré, onde o azul do mar ao fundo da mata verde fechada quase invade o quarto da gente. É lindo tomar café da manhã em Itacaré e ouvir a sinfonia dos pássaros que fazem a maior algazarra junto com os micos ao longo da floresta. É lindo mergulhar em Itacaré e sentir a queda da cachoeira desatar os nós nas costas ou então as ondas do mar balançarem a lombar num vaivém pra lá e pra cá desgovernado porém calmo, calmo... tranquilo.

É lindo terminar o jantar em Itacaré, pedir a saideira e depois bater um bom papo antes de ir para a cama, onde o azul do mar e o verde da mata se misturam como numa pintura impressionista. Tudo é lindo em Itacaré, a cidade baiana que encanta o dia inteiro como refúgio de paz e harmonia com a natureza, ao mesmo tempo em que oferece o que os baianos têm de maior valor: a baianidade.


Ribeirinhas navegam nas águas calmas do Rio das Conchas
Ribeirinhas navegam nas águas calmas do Rio das Conchas Renata Ghiotto/Divulgação

Prainha é um dos refúgios exclusivos de Itacaré
Prainha é um dos refúgios exclusivos de Itacaré Renata Ghiotto/Divulgação

Uma história que parece se repetir, aquele texto de novela ensaiado e decorado por alguns dos 30 mil habitantes: “vim ar uns dias de férias e decidi ficar”. Basta perguntar, “como você veio parar aqui? E, batata!, eis a resposta padrão para uma gente que não se aguenta mais num mundo cada vez mais padrão. O carioca Osvaldo largou o táxi e foi plantar cacau; a paulistana Juliana Ghiotto trocou a vida agitada da capital de América Latina pelo hotel que privilegia e reproduz os encantos locais; o soteropolitano Paulo César deixou uma vida para trás em busca da paz em meio às atrações mais bacanas da cidade que encanta pela beleza e o modo único de ser. A jóia verde da Bahia. 



Um enxoval de experiências que começa no hotel Barracuda com o café da manhã preparado pela chef Sheyla Dócio com o pão de queijo do Luciano Moreira e termina na galinha caipira da dona Isabel, ando pelos frutos do mar do chef Ernando Oliveira, a moqueca da Pituba, a lagosta do Fernando Luz, o peixe do Fabio Campello e João Carlos Reis (assado no barco em alto mar) e o acarajé de Jeremias Batista.



Que tal viajar para celebrar?


Barracuda oferece pescados frescos nas refeições servidas no restaurante
Barracuda oferece pescados frescos nas refeições servidas no restaurante Renata Ghiotto/Divulgação

Entender a importância da Mata Atlântica é abrir o coração. Tal qual fez um trio formado por uma paulista, um baiano e um grupo sueco. A 800 metros do Centro de Itacaré, o hotel Barracuda é um caldeirão de lições que o turista sabe de cor: mão de obra com experiências e sabores locais. Chega de viajar para o Nordeste para ser refém de comida congelada ou então chefs que ficaram famosos na TV. É a hora e a vez de valorizar o morador do destino, eles são a verdadeira estrela da peça. Nisso, Juliana Ghiotto é o marido Dani Lima tiram de letra. Muito em razão de uma filosofia do Barracuda, que tem como embrião um empreendimento imobiliário financiado por um grupo sueco. Tudo o que se come ali vem daquele Terroir, farto em baianices que são divinas. 



No café da manhã por exemplo, os frios e queijos tão comuns em outras partes do Brasil dão lugar ao pão delícia (um clássico da cozinha padaria baiana) e à tapioca do dia, que vai de goma com spirulina e recheio de berinjela com queijo coalho. E o pão de queijo de tapioca? É dos melhores (desculpa mineiros), ainda mais se vai junto com uma xícara de café da Chapada Diamantina. Naquela mesa, só dá Bahia.



Dois nomes em destaque na gastronomia do Barracuda, Ernandes Oliveira toca a cozinha do novo Oiti, restaurante de peixes e frutos do mar (a maior parte pescada por ele) do primeiro hotel do grupo, no Centro, o Barracuda Boutique. Ao o que no ponto onde ficam as vilas de moradores, diante da mata e do mar, Fernando Luz (também pescador) assina pratos que são patrimônio da cultura baiana, como bobó de camarão e uma série de peixes e frutos do mar feitos na brasa - incluindo lagosta. 



O Barracuda é parceiro dos pescadores de Itacaré e tem como modus operandi oferecer o que há de mais fresco em nossa costa, além de insumos de pequenos produtores locais”, me disse Luz.



“Nossa parrilla oferece aquilo que Itacaré tem de mais fresco, do peixe à lagosta pescada no dia, o que há de melhor nesta costa além do mar que ninguém consegue evitar”, me disse Luz. “E também verduras e legumes de pequenos produtores orgânicos locais para valorizar o que há de mais saudável e sustentável, além de apoiar marisqueiras e pescadores. Uma experiência orgânica e verdadeira.”



Foi numa noite de parrilla a la baiana que, de repente, fiz 43 anos, entre garfadas e brindes com minha comadre Heliana Queiroz com quem todo ano celebro mais um início de ciclo. E assim entre peixes e lagosta pescados no dia vindos direto da grelha, que brindamos com vinhos Uvva, feitos na (olha ela aí de novo!) Chapada Diamantina, onde nasce o Rio de Contas que desemboca em Itacaré. 



Discreto, chique e recluso

Vista que o hóspede terá ao visitar o Barracuda Hotel
Vista que hóspede terá ao visitar o Barracuda Hotel Renata Ghiotto/Divulgação


O Barracuda está situado no topo de uma falésia rodeada por palmeiras, com sua ampla piscina infinita e terraços de madeira abertos para o mar, o céu e a selva. O ambiente e a estética reúnem o charme baiano descontraído e o minimalismo escandinavo, ambos de forma autêntica - os proprietários originais são, na verdade, brasileiros e suecos. O edifício principal alberga 17 suítes com linhas arquitetônicas simples, pisos de cimento polido, tetos com painéis de madeira e mobiliário construído por carpinteiros locais. 



A 73 quilômetros de Ilhéus e com cerca de 30 mil habitantes, essa pequena cidade banhada pelo Oceano Atlântico tem sua história revista depois do Barracuda Hotel e Villas, um refúgio paradisíaco no alto da costa da Praia do Resende, cercado por 26 hectares de Mata Atlântica, que hoje recebe turistas do mundo inteiro.



Um marco na história do turismo em Itacaré que, até a década de 70, era apenas uma vila de pescadores, sem energia elétrica e pouco conhecida. O destino ganhou fama no boca a boca entre surfistas aventureiros que exploravam o litoral sul da Bahia em busca de boas ondas. 



O projeto é do  arquiteto Eduardo Leite, em sinergia com a natureza. O hotel possui atualmente 17 suítes, todas com varanda particular (algumas de frente para o mar), um rooftop e um restaurante cercado por uma piscina de borda infinita. Ao chegar, os hóspedes são recebidos com um shot energizante de mel de cacau, típico do lugar.



Toda a decor vai com artesanato local e peças assinadas por artistas brasileiros. Além de uma série de fotos de Re Ghiotto, que também saiu de SP para conseguir um lugar no paraíso baiano.



Barracuda e cacau carbon free: um lugar sustentável 



O replantio de mata nativa é a preservação de áreas verdes não construídas são algumas das ações do Barracuda para o enfrentamento climático. Sem tempo a perder, o hotel de luxo - de design moderno e recluso - criou o Instituto Yandê, com foco na preservação da vida. Nasceu para contribuir com o desenvolvimento socioambiental do município, além de ajudar a população, por meio de ações educativas, atualmente em sete projetos sociais.



E tamanho não é mesmo documento. Na sua pequena fazenda Taboquinhas, uma das beneficiárias do Yandê, o seu Osvaldo produz cacau orgânico para sua mulher, dona Laura fazer chocolate de altíssima qualidade. Tree to bar, do pé de cacau à barra, todo o processo é artesanal e por isso na mais perfeita simbiose com a tradição indígena, que ensina para o mundo como fabricar um dos bens mais desejados do planeta.



Para Osvaldo, plantar cacau é como criar uma obra de arte. E ele tem toda razão. 



Belezas naturais e a indecisão: é mar ou rio?

A região da Costa do Ilhéus / Itacaré é uma das mais visitadas da Bahia, por suas belezas naturais. As praias selvagens de Canavieiras, as ondas do surf em Itacaré e a poesia de Ilhéus são alguns dos atrativos da região.

O Bataclan, o cabaré mais célebre de Ilhéus durante o ciclo do cacau, é um dos lugares que ilustram as histórias de Jorge Amado. Virou espaço cultural com bar, restaurante, café e museu à meia luz para receber turistas entusiasmados pelo ado. O mesmo vale para o Vesúvio, bar vizinho onde os coronéis se encontravam para tomar uns goles e fugir para o bordel, enquanto as esposas participavam da missa.

Ali perto há uma Pizzaria Gabriela e uma série de lojas de chocolate, como a Dengo. 

Ah, e tem a melhor parte, que é a temperatura da água, que permite ficar horas no mar sem desconforto. Além disso, aulas de surfe a aproximadamente R$ 200.

Bahia de todos os santos, orixás e encantos: avisa lá que eu vou

Turismo sustentável entre o oceano e a Mata Atlântica 



A exuberante vegetação em Itacaré serve de lar e abrigo para centenas de famílias de aves, além de dezenas de grupos de mamíferos e anfíbios. Vários animais que vivem no local fazem parte da lista de habitantes da Barracuda (hoje incluído na lista de hotéis do Michelin), a joia verde que reluz inteligência e amor à natureza no pequeno vilarejo da Costa do Cacau, às margens do Rio das Contas (local de repouso de barcos e canoas) que tem sua origem na Chapada Diamantina.



Tem ônibus da rodoviária de Ilhéus para Itacaré de hora em hora (R$ 30) com duração de 90 minutos.



@barracuda.hotelandvillas

Rua Pedro Longo, 600 | Pituba | Itacaré | Bahia

Diárias a partir de R$ 2.860.



O jornalista viajou a convite do Barracuda Hotel & Villas.

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