Nem se pagar: 30 lugares para não visitar em 2025
Guia de viagem Fodor’s divulgou uma lista com lugares tomados pelo overturismo para evitar. Já a International SOS Foundation alerta para os mais perigosos
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Siga noTodo ano, a revista americana Fodor’s Tavel Guide seleciona destinos que devem ser evitados por turistas ao redor do mundo. A "No List" 2025, ou, em português, a "Lista do Não" deste ano inclui 15 locais desejados como Veneza, Lisboa, Ilhas Virgens Britânicas e Tóquio. Quando se discute tanto a questão da superlotação e do turismo de massa, diversas localidades ao redor do mundo se encaixam nesse cenário negativo.
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Como resultado, você pode se deparar com atrações turísticas abarrotadas de pessoas ou até situações menos agradáveis. "Alguns desses pontos turísticos tão procurados estão enfrentando dificuldades devido à pressão da sua própria popularidade", explicou a publicação. Nesses casos, a restrição não é por perigo, mas para preservar ecossistemas frágeis. Limitar o o de turistas evita danos à biodiversidade única ou a patrimônios naturais ameaçados pelo excesso de visitantes. A lista de recomendações conta com diversos locais que são destinos populares de turismo. Confira a seguir:
Barcelona, Maiorca e Ilhas Canárias, na Espanha
O excesso de turistas nas famosas cidades espanholas desagrada os moradores. Segundo o Fodor, o que caracteriza o turismo como uma “ameaça existencial” aos europeus é o aumento do custo de vida, infraestrutura despreparada para receber todo mundo, recursos em escassez e risco de homogeneizar a cultura local. Nos últimos meses, esses três destinos se tornaram hostis e pouco receptivos, com mensagens que intimidam os visitantes e ataques com pistolas d’água nas praias.
Bali, Indonésia
A economia de Bali depende da hotelaria e do turismo, contudo, com a onda crescente de urbanização, as paisagens naturais do lugar estão sendo destruídas, assim como os valores religiosos e a herança cultural, que conta com templos e santuários. As autoridades não conseguem manter a organização da ilha, que recebe cerca de cinco milhões de pessoas ao ano, resultando em poluição, baixa qualidade da água costeira e aumento do custo de vida dos balineses.
Veneza, Itália
A superlotada cidade italiana adotou a medida de cobrar um “pedágio” para os turistas, até mesmo para os pedestres, e começou a impor um limite de visitantes diários. Os moradores seguem protestando contra os turistas com a justificativa que a quantidade de visitantes interfere na rotina.
Lisboa, Portugal
Na capital portuguesa, o custo de moradia se tornou insustentável em decorrência do turismo. Estima-se que aproximadamente 60% das residências de Lisboa aram a ser casas ou apartamentos de aluguel por temporada. Desde 2013 a cidade já perdeu 30% dos moradores e é considerada a terceira cidade do mundo menos viável para se morar, fatos esses que justificam o motivo pelo qual os turistas são indesejados por ali.
Koh Samui, Tailândia
O lugar já é um local atrativo para estrangeiros por seus resorts e vilas de luxo, mas o local deve ganhar ainda mais popularidade neste ano, com o lançamento da nova temporada da série The White Lotus, da Max, que se a nas ilhas montanhosas. O problema de Koh Samui é o impacto ambiental causado pelo aumento de lixo e de construções não regulamentadas, feitas para atender os turistas. Até o momento, as autoridades ainda não acharam uma solução efetiva para despoluir as águas da região.
Monte Everest, Nepal
A montanha já vem sendo afetada pelo excesso de turistas há um tempo, o que corrobora para o desgaste acelerado. Nos últimos 25 anos, o número de visitantes mais que dobrou e comprometeu de forma considerável a trilha até o campo-base. Pequenos sítios de agricultores locais foram transformados em hotéis e casas de chá, serviços que contribuem para o acúmulo de lixo nos percursos.
Agrigento, Itália
Agrigento ainda não está tão saturada como os demais locais dessa lista, mas por ter sido eleita a capital italiana da cultura em 2025, a tendência é de receber mais turistas neste ano. A região a por uma crise de reabastecimento de água, que pode ser agravada pelo excesso de pessoas por lá. As belezas naturais também devem ser impactadas pela seca.
Ilhas Virgens Britânicas
As ilhas recebem um grande número de visitantes, mas já não lucram tanto por causa das empreitadas promovidas por empresas estrangeiras. Cruzeiros tem feito com que o dinheiro do turismo e bem longe das mãos dos moradores, fora o impacto ambiental que eles tem gerado.
Kerala, Índia
O crescimento exacerbado do turismo tem contribuído para desastres naturais, com construções não regulamentadas que obstruem o fluxo de água em algumas regiões, causando deslizamento de terra. Quase 60% dos 3.782 deslizamentos ocorridos na Índia entre 2015 e 2022 ocorreram neste estado.
Kyoto e Tóquio, Japão
O aumento do custo de vida e a degradação de espaços e tradições é reflexo do aumento do turismo nessas cidades japonesas. Kyoto, em particular, sofre para tentar proteger as gueixas, patrimônios históricos locais, de encontros com turistas, isso devido ao assédio às mulheres, que são fotografadas a todo momento. A medida adotada foi suspender a entrada de turistas aos becos dos bairros frequentados por elas.
Oaxaca, México
O turismo e a onda de imigrantes, principalmente no período da pandemia do covid-19, quando muitos americanos se refugiaram por lá, se tornou prejudicial para Oaxaca. A indústria turística cresceu 77% em menos de cinco anos, mas a cidade não tem uma estrutura para comportar a quantidade de pessoas que recebe. Aos poucos, o inglês vai substituindo o espanhol e os nativos reclamam que a cultura e costumes originários tem se perdido. Nas ruas, a população local demonstra insatisfação com graffitis que declaram “Eu odeio gringos!”.
North Coast 500, Escócia
Essa rota turística escocesa ameaça o meio ambiente e tem sido, cada vez mais, motivo de queixas para as comunidades locais. "Acampar em barracas ou motorhomes são alguns dos jeitos mais populares para turistas explorarem a NC500, mas a falta de estrutura adequada de acampamentos, banheiros e descarte de lixo químico em áreas designadas está causando problemas ao longo da rota", aponta o guia.
Com colaboração de Mirna Silveira ( estagiária do Correio Braziliense)
Não vá nem se te pagar
A ONG International SOS Foundation frequentemente publica uma lista dos países mais seguros e, evidentemente, também aqueles que apresentam maior risco para os viajantes. No Travel Risk Map (“Mapa de Risco de Viagem”), a organização revela quais destinos podem oferecer riscos significativos à segurança dos turistas.
O mapa interativo classifica as nações em cinco categorias de risco: insignificante, baixo, médio, alto e extremo. Diante dos resultados, agentes de viagens desaconselham eios a determinados locais onde há possibilidade real de riscos que comprometem a segurança, a saúde, o bem-estar ou a integridade dos viajantes. Os motivos para essas recomendações envolvem fatores complexos e interligados.
Viajar para regiões sob sanções internacionais ou onde o turismo financia regimes opressores pode legitimar violações de direitos humanos. Há ainda debates sobre a ética de visitar áreas em crise, onde a presença de estrangeiros pode ser vista como exploração do sofrimento alheio. Para decisões informadas, é essencial consultar alertas atualizados de órgãos governamentais (como ministérios das Relações Exteriores), organizações internacionais (OMS, ONU) e relatos de viajantes. As condições globais mudam rapidamente, e um destino inseguro hoje pode se tornar ível no futuro — e vice-versa.
Risco extremo
Destinos com atividade intensa de grupos extremistas, sequestros, pirataria ou controle de gangues urbanas colocam turistas em risco direto. Ataques a espaços públicos, como hotéis ou mercados, são comuns em contextos onde há radicalização ou colapso da ordem pública. Surtos de doenças contagiosas (como cólera, ebola ou malária), falta de o a serviços médicos adequados ou contaminação radioativa residual são motivos para evitar certas regiões.
A falta de um governo centralizado ou a ocorrência de golpes de estado agravam a insegurança, dificultando a assistência a estrangeiros. Além disso, áreas com histórico de minas terrestres ou controle territorial por milícias representam perigo iminente.
Locais com vigilância estatal extrema, detenções arbitrárias de estrangeiros ou leis opressivas (como discriminação contra mulheres ou comunidades LGBTQIA+) geram riscos legais e éticos. A falta de transparência política e a manipulação de atividades turísticas para propaganda oficial também desencorajam visitas. Conheça:
Síria
Guerra civil ativa, presença de grupos armados e risco extremo de sequestros ou ataques.
O país sofre com a infraestrutura destruída e ausência de serviços consulares para turistas.
Afeganistão
Instabilidade política, controle do Talibã e ataques terroristas frequentes. Há restrições severas a direitos humanos, especialmente para mulheres e estrangeiros.
Coreia do Norte
Regime autoritário com monitoramento rigoroso de turistas e risco de detenções arbitrárias. Vale lembrar que as atividades turísticas são altamente controladas e politizadas.
Venezuela
Altos índices de criminalidade, hiperinflação e escassez de recursos básicos, além de colapso parcial de serviços públicos e tensões políticas.
Iêmen
Conflito armado em curso, fome generalizada e surtos de doenças como cólera. O o humanitário limitado e riscos de minas terrestres.
Somália
Pirataria na costa, ataques de grupos extremistas (Al-Shabaab) e falta de governo centralizado. Há zonas de risco máximo para sequestros e violência.
Ucrânia
Está em curso a guerra com a Rússia (especialmente Donetsk, Luhansk e áreas fronteiriças). Ainda hoje os bombardeios são constantes e há presença militar massiva.
Haiti
Gangues controlam partes da capital (Porto Príncipe), sequestros e caos político. O sistema de saúde frágil e desastres naturais frequentes (terremotos, furacões).
Sudão do Sul
Há conflitos étnicos, violência generalizada e campos minados. É um dos países mais pobres do mundo, com crise humanitária grave.
Líbia
Vive uma guerra civil com milícias armadas e tráfico de pessoas .A ausência de uma autoridade governamental unificada é preocupante
República Democrática do Congo
O país sofre com conflitos entre grupos armados, surtos de ebola e risco de ataques a civis. A infraestrutura precária com dificuldade de o a serviços médicos.
Mali
O país sofre com atividade de grupos jihadistas e golpes de estado recorrentes. O destino registra sequestro de estrangeiros e ataques a hotéis.
Iraque
Em algumas regiões há ataques terroristas residuais e tensões sectárias. Zonas como Mosul e áreas rurais ainda são instáveis.
Burkina Faso
País enfrenta, desde 2015, crise de segurança decorrente da expansão da ameaça terrorista pelo país. Ataques são mais frequentes nas regiões norte e leste do país, principalmente nas regiões próximas às fronteiras com o Mali e com o Níger, mas ações de grupos armados já foram registradas em outras regiões e atentados já ocorreram, em 2016 e em 2018 na capital, Uagadugu.
Ilhas Marshall
O local sofre com a contaminação radioativa de testes nucleares históricos com graves riscos à saúde.