Maio Vermelho: a importância do diagnóstico precoce do câncer de boca
Brasil apresenta a maior taxa de incidência da América do Sul; em 2021 foram registrados 15.190 novos casos
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Siga noO mês de maio marca a campanha “Maio Vermelho”, voltada à conscientização e prevenção do câncer de boca - doença silenciosa e muito mais comum do que se imagina. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), o Brasil apresenta a maior taxa de incidência da América do Sul, de 3,6 casos por 100 mil habitantes, e a segunda maior taxa de mortalidade, de 1,5 morte por 100 mil habitantes. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que somente em 2021 foram registrados 15.190 novos casos de câncer na cavidade oral, sendo 11.180 em homens e 4.010 em mulheres.
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Esse tipo de câncer pode atingir diversas estruturas da boca, como os lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as laterais) e a região sob a língua. Por se desenvolver de forma discreta, muitas vezes os sintomas am despercebidos.
“O câncer bucal afeta majoritariamente homens com mais de 40 anos. Os principais sinais incluem feridas na boca que não cicatrizam em até duas semanas, manchas avermelhadas ou esbranquiçadas nas gengivas, lábios ou mucosa bucal, espessamento das bochechas, rouquidão persistente e dor de garganta”, explica o cirurgião-dentista Sergio Lago, doutor em periodontia, implantodontista e embaixador da S.I.N..
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Entre os fatores de risco estão o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a má higiene bucal e a infecção pelo vírus HPV. Além disso, a exposição frequente ao sol sem proteção e o contato com substâncias tóxicas como poeira de cimento, amianto e agrotóxicos também aumentam as chances de desenvolver a doença. “A prevenção começa com a informação. Quando a população entende os fatores de risco e adota hábitos saudáveis, conseguimos reduzir significativamente os casos de câncer bucal. Como profissionais, precisamos reforçar essa mensagem sempre que possível”, afirma o especialista.
Embora o câncer de boca tenha alta taxa de mortalidade, o exame para identificar lesões suspeitas é simples e pode ser feito de forma rotineira por um profissional capacitado. “O diagnóstico precoce é fundamental: quando detectado nos estágios iniciais, as chances de cura podem chegar a 80%”, ressalta Sergio. “Por isso, é essencial manter consultas regulares ao dentista, que pode identificar alterações ainda no começo”, comenta.
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O tratamento depende da gravidade do caso. Em situações menos complexas, apenas a remoção das lesões pode ser suficiente. Já nos quadros mais avançados, pode ser necessário recorrer à cirurgia e sessões de radioterapia.
Sinais de alerta
- Feridas na boca ou nos lábios que não cicatrizam após 15 dias
- Manchas ou placas esbranquiçadas ou avermelhadas na mucosa bucal
- Sangramentos sem causa aparente
- Nódulos no pescoço
- Rouquidão persistente
Fatores de risco mais comuns
- Tabagismo
- Consumo excessivo de álcool
- Higiene bucal inadequada
- Exposição solar sem proteção
- Infecção pelo HPV
Como se prevenir
- Evitar fumar
- Reduzir ou eliminar o consumo de bebidas alcoólicas
- Usar protetor labial com filtro solar
- Vacinar-se contra o HPV
- Visitar regularmente o dentista
O que fazer ao notar algum sintoma?
O especialista indicado para tratar o câncer de boca é o cirurgião de cabeça e pescoço. Em muitos casos, o dentista é o primeiro a identificar sinais suspeitos e encaminha o paciente ao médico, que conduzirá uma investigação mais detalhada para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
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