VÍRUS

Crescem internações por herpes-zóster; vacina pode evitar risco de demência

Número de hospitalizações aumentou 10%. Especialistas reforçam a importância da vacinação como prevenção da doença e até de quadros neurológicos

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Os casos de internação por varicela e herpes-zóster no Brasil chegaram a 4.598 no ano ado, um aumento de 10% em relação a 2023, quando foram registradas 4.168 ocorrências causadas pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), causador das doenças. Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do Ministério da Saúde.

O aumento acende um alerta para a importância da vacinação e do diagnóstico precoce, sobretudo porque um estudo da Universidade de Stanford, publicado na revista científica Nature, relatou que a vacina contra o herpes-zóster pode reduzir o risco de demência, abrindo um novo caminho em potencial no combate ao declínio cognitivo.

A pesquisa, que analisou informações de idosos acima de 80 anos de idade que receberam a vacina contra o herpes-zóster, constatou que a vacinação foi associada a uma redução do risco de demência em 20% ao longo de sete anos e que o efeito neuroprotetor foi mais evidente em mulheres.

De acordo com Guenael Freire, médico infectologista do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica, da Dasa em Minas Gerais, a vacina estaria associada à dupla proteção. “A vacina evita a reativação do vírus varicela-zóster e, como consequência, evita uma inflamação que pode estar associada a demência, mas novos estudos são necessários para confirmar este fato.”

Vírus da catapora pode “acordar” anos depois e causar herpes-zóster

O médico explica que o herpes-zóster é causado pelo mesmo vírus da catapora e, quando se desenvolve a doença – geralmente na infância –, o corpo vence a infecção, mas o vírus não é completamente eliminado e fica “adormecido” (latente) em gânglios do sistema nervoso.

“Durante anos, ele pode ficar quietinho, sem causar problemas. Mas em situações em que o sistema imunológico enfraquece – como no processo de envelhecimento, assim como diante de altos níveis de estresse, doenças crônicas, uso de imunossupressores ou de quimioterapia, ele pode reativar e atingir a pele através de nervos inflamados, causando lesões com bolhas e muito dolorosas no trajeto de um nervo, ou seja, o herpes-zóster”, explica Guenael.

Ainda de acordo com o infectologista, há um cenário epidemiológico preocupante com relação ao herpes-zóster, pois “estudos apontam que mais de 90% da população adulta brasileira já teve catapora e, portanto, carrega o vírus VZV em seu organismo”, comenta o especialista.

Sintomas incomuns e dor prolongada: entenda como o herpes-zóster se manifesta

Entre os sintomas da doença estão as clássicas bolhas dolorosas em faixa, que aparecem em apenas um dos lados e em uma área limitada do corpo, porque o vírus segue o caminho de um nervo específico.

Mas, além delas, existem sinais iniciais que são incomuns e podem retardar o diagnóstico. “Manchas arroxeadas ou avermelhadas, principalmente em idosos ou em pessoas imunossuprimidas, podem ser confundidas com hematomas e alergias. Dores nas costas, no tórax ou no abdome que parecem dores musculares ou lombares comuns acontecem porque o vírus fica instalado em estruturas do sistema nervoso próximas à medula espinhal. E, além disso, também podem ocorrer sintomas neurológicos, como encefalites e paralisias e até problemas de visão, que podem se agravar e levar à necessidade de internação”, detalha o médico.

Outra característica do herpes-zóster são as dores prolongadas que podem persistir até mesmo após a cicatrização das bolhas. “Quando o vírus varicela-zóster é reativado, ele ataca também os nervos sensoriais que transmitem sinais de dor ao cérebro. A inflamação danifica as células nervosas, que ficam desorganizadas e supersensíveis. Então, o corpo fica ‘confuso’ e emite sinais de alerta de dor mesmo depois que a infecção ativa desaparece”, explica Guenael Freire.

A ocorrência é chamada neuralgia pós-herpética, uma das complicações do vírus varicela-zóster e uma das causas de hospitalização. Ela pode durar anos e acomete, principalmente, indivíduos com mais de 50 anos.

Segundo Guenael Freire, a melhor forma de evitar a doença é por meio da vacinação, disponível na rede particular de laboratórios.

“Com o ar dos anos, o corpo vai perdendo a capacidade de responder com eficiência a infecções. Por isso a vacinação é importante, pois ajuda a reestimular a imunidade, sobretudo em idosos que enfrentam um processo natural de envelhecimento do sistema imunológico. A vacina tem demonstrado alta eficácia, acima de 80% na prevenção do herpes-zóster”, finaliza.

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