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CONTAMINAÇÃO

5 doenças associadas ao período de chuvas intensas

Leptospirose, hepatite A e doenças diarreicas estão entre as doenças relacionadas ao contato com água contaminada

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Os últimos dias foram marcados por fortes chuvas em Belo Horizonte e em diversos estados do Brasil, resultando em enchentes, deslizamentos e prejuízos para milhares de pessoas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que as chuvas intensas continuem nos próximos dias, com alertas emitidos para áreas de risco em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.


O volume de chuvas acumulado até as 20h da última segunda-feira (27) já superou o total esperado para todo o mês em duas das nove regionais de Belo Horizonte, de acordo com informações da Defesa Civil do município. A média pluviométrica histórica para janeiro na capital mineira é de 330,9 mm

É comum que nesta época do ano a ocorrência de chuvas de curta duração e de forte intensidade, aumentem e com isso, crescem também o número de casos de leptospirose - doença transmitida pelo contato com a urina de ratos, hepatite A e doenças diarreicas agudas (DDA).


Para orientar sobre os cuidados com a saúde no período mais chuvoso do ano, o infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Filipe Piastrelli, orienta como se proteger.


Para evitar a leptospirose é importante minimizar ao máximo o contato com a água suja e barrenta. Além disso, sair rapidamente do ambiente atingido é fundamental para que as bactérias não penetrem na pele, afirma o especialista. Os principais sintomas são: 

  • Dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas
  • Febre
  • Icterícia rubínica (coloração amarelada na pele e nos olhos, que por vezes podem ficar avermelhados)
  • Dor de cabeça


O período de incubação da doença pode chegar a até 30 dias, mas normalmente os sintomas se manifestam entre sete e 14 dias após a exposição ao risco. O diagnóstico da doença é feito por meio de exame de sangue.

O tratamento da leptospirose consiste no uso de antibióticos e medidas de e clínico, muitas vezes requer internação hospitalar. “A qualquer sinal dos primeiros sintomas é importante procurar um médico e relatar o contato com a enchente, para que seja feita uma melhor avaliação clínica para a possibilidade de leptospirose e o tratamento seja instituído precocemente caso seja pertinente. A doença pode evoluir com comprometimento renal, hepático e pulmonar e até mesmo levar à morte”, explica o infectologista.


Já a hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A da hepatite (HAV) e que pode ser contraída quando há o consumo de alimentos ou líquidos contaminados. Os primeiros sintomas da doença são perda de apetite e dores abdominais. É importante lembrar que é possível evitar essa doença por meio da vacinação.


As doenças diarreicas agudas são caracterizadas por uma infecção gastrointestinal, que pode ser causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus ou parasitas. A doença altera a consistência das fezes, que fica aquosa ou pouco consistente, e há o aumento do número de evacuações em 24 horas, quadro que pode ser acompanhado de vômitos.


Segundo Filipe Piastrelli, essas doenças aparecem de forma silenciosa e por isso, as pessoas que tiveram contato com água contaminada devem procurar ajuda médica o quanto antes.

Dengue

Os períodos de chuvas intensas, aumentam a preocupação dos especialistas também com a proliferação dos casos de dengue que são provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, cuja reprodução é maior durante a estação mais quente do ano.
 

De acordo com os dados de Monitoramento de Arboviroses, em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e seis mil óbitos. Até a quinta-feira (9), foram notificados 16,3 mil casos prováveis e 16 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 75,4% estão concentrados na região Sudeste.


Os principais sintomas dessas doenças são febre alta, manchas na pele, dor de cabeça e dores pelo corpo, principalmente nas articulações. Quem apresenta esses sintomas deve procurar atendimento médico, pois se trata de uma doença potencialmente grave.

“A principal forma de prevenção é eliminar pontos que podem acumular água parada e que provocam o surgimento de poças de água, locais propícios para a proliferação das larvas do mosquito transmissor dessas três doenças. Para isso, é importante manter caixas d' água bem tampadas, evitar o acúmulo de lixo, realizar a limpeza frequente de ralos, calhas, além de eliminar pratos em vasos de plantas”, reforça Filipe.

Em fevereiro de 2024, o Ministério da Saúde iniciou a vacinação contra a dengue, incorporando o imunizante Qdenga ao Calendário Nacional de Vacinação. O esquema vacinal consiste em duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A vacina é tetravalente, produzida a partir do vírus vivo atenuado, visando fortalecer a resposta imunológica.

Por enquanto, a vacinação contra a dengue, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contempla crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta maior risco de agravamento e regiões com maior incidência da doença. 

Embora seja oferecida no SUS apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a Qdenga pode ser aplicada em pessoas de 4 a 59 anos. Caso a pessoa queira se imunizar e esteja dentro da indicação da Anvisa, ela pode procurar a rede privada (farmácias e laboratórios). As doses da Qdenga custam entre R$ 350 e R$ 500. 

O que fazer em casos de enchentes

Em caso de uma inundação, a limpeza dos ambientes atingidos deve ser feita quando a água baixar e sempre com o uso de protetores como luvas, botas impermeáveis ou sacos plásticos duplos para pernas e braços.

O que não puder ser recuperado, deve ser descartado e o barro que permanecer nos ambientes, utensílios, móveis e outros objetos deve ser removido usando escova ou vassoura, sabão e água limpa. Para a limpeza de ambientes e superfícies deve-se utilizar produtos à base de hipoclorito de sódio (como água sanitária).

Todos os alimentos que tiveram contato com a água das enchentes devem ser jogados fora, pois mesmo quando lavados e secos, ainda podem estar contaminados. Vale destacar que as crianças não devem brincar com a água suja das poças e inundações. 

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