
Pesquisa: hormônios sexuais deixam mulher mais resistente a anestesia?
Em testes com ratos, a pesquisa descobriu também que a menor resistência dos machos era modulada pela testosterona; por conseguinte, os ratos machos castrados tornavam-se mais resistentes
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Siga noUm novo estudo sugere que as mulheres são mais resistentes a anestesias devido a seus hormônios sexuais. A anestesia geral funciona, em parte, alterando a atividade do hipotálamo, a parte do cérebro que regula o sono e a vigília, levando a um estado de inconsciência controlada. Investigações anteriores descobriram que os circuitos dos neurónios nesta região diferem entre os sexos. O estudo recente foi publicado na revista PNAS.
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Tanto nos ratos, quanto nos humanos, os resultados revelaram que as fêmeas demoravam mais tempo a ficar anestesiadas e saíam do estado mais rapidamente. Descobriram também que a menor resistência dos machos era modulada pela testosterona; por conseguinte, os ratos machos castrados tornavam-se mais resistentes, e depois ficavam menos resistentes quando recebiam injeções de testosterona.
Os cérebros também foram monitorados durante a anestesia por eletroencefalogramas (EEG), que podem ser utilizados em contextos clínicos para medir a profundidade do estado anestésico. De forma inesperada, não foram detectadas diferenças entre os sexos.
Os investigadores concluíram que "as diferenças de sexo na sensibilidade anestésica são evolutivamente conservadas e não se refletem nas medidas convencionais de profundidade anestésica baseadas no electroencefalograma”. O estudo descreveu o fenômeno como "resistência dissimulada à anestesia" e sugere que pode explicar a maior incidência de consciência sob anestesia geral nas mulheres e a razão pela qual as abordagens clínicas típicas, como os EEGs, não revelaram quaisquer diferenças baseadas no sexo.
A conclusão também destaca outro fator importante - de onde provêm as informações que os médicos utilizam para orientar a anestesia. "Em contextos clínicos, a istração de anestésicos é normalmente orientada por dados desproporcionalmente compilados em homens". "Como demonstramos, esta abordagem pode subestimar significativamente os requisitos anestésicos para pacientes do sexo feminino."