SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 durante ato na tarde deste domingo (6/4), na avenida Paulista, em São Paulo.

Ele chamou ao trio elétrico a mãe e a irmã de Débora Rodrigues, cabeleireira que ficou presa por dois anos depois de ter pichado a estátua da Justiça nos ataques do 8 de janeiro. Débora, ré acusada de tentativa de golpe de Estado, está em prisão domiciliar há dez dias.

 


"Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a uma pena não tão absurda por um crime que ela não cometeu. Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro foi uma tentativa armada de golpe", disse.

Ele chamou ainda de "suplício" a situação da acusada e reclamou de penas "a pessoas humildes, por um crime impossível".

Bolsonaro falou em inglês em um breve trecho do discurso, citando os casos de um pipoqueiro e de um sorveteiro alvos de processo.

Depois, acusou o Judiciário de beneficiar o hoje presidente Lula na campanha de 2022, chamando de "mão pesada". Também citou medidas de seu governo, elogiando a própria gestão.

Ele voltou a ironizar o uso do avião da FAB por Alexandre de Moraes às vésperas da final do Campeonato Paulista, no fim de março. "Tem que fazer que nem eu e viajar em voo de carreira", declarou.

 

Bolsonaro cumprimenta manifestantes na Avenida Paulista Miguel SCHINCARIOL / AFP
Bolsonaristas ainda protestaram contra o presidente Lula Miguel SCHINCARIOL / AFP
Michelle Bolsonaro conseguiu um raro momento e se reuniu com os filhos do ex-presidente Miguel SCHINCARIOL / AFP
Bolsonaro ao lado do seu fiel apoiador, o pastor Silas Malafaia Miguel SCHINCARIOL / AFP
Michelle Bolsonaro levanta batom durante o protesto Miguel SCHINCARIOL / AFP
Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores na Avenida Paulista, neste domingo (6/4) Miguel SCHINCARIOL / AFP
Governador Tarcísio de Freitas é um dos nomes cotados para concorrer a presidência em 2026, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro esteja inelegível durante o pleito Reprodução/Redes Sociais
Ao lado de Bolsonaro, Zema participou ontem de ato na Avenida Paulista Reprodução
Nikolas discursou ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro em São Paulo Reprodução/Silas Malafaia
Bolsonaristas se reuniram em São Paulo neste domingo (6/4) para pedir anistia aos condenados do 8/1 Miguel SCHINCARIOL / AFP

O discurso durou cerca de 25 minutos. "Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite de 8 de janeiro [de 2023]", disse ele.

Afirmou também: "Se acham que vou desistir e fugir, estão enganados. Defender minha pátria com o sacrifício da minha vida. O que os canalhas querem não é me prender de verdade, é me matar. Eu sou um espinho na garganta deles. Mostrei a eles que o Brasil tem jeito. Um caipira do Vale do Ribeira chegou na Presidência. Só Deus explica como".

O ato deste domingo reuniu mais autoridades do que o realizado em Copacabana e contou com a participação de sete governadores: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Jorginho Mello (PL-SC), Mauro Mendes (União-MT) e Wilson Lima (União-AM). No Rio, apenas Tarcísio, Castro, Jorginho e Mendes participaram.

Bolsonaro acenou a Caiado, dizendo que o aliado também foi condenado a inelegibilidade ?a decisão foi em primeira instância e cabe recurso.

Disse que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) terá um perfil "de isenção e poderemos confiar na decisão do ano que vem", em uma referência à presidência de Kassio Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente ao STF.

Também fez uma menção ao filho Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado do PL-SP. "Hoje faltou um filho meu aqui. O 03. Fala inglês, espanhol e árabe. Tem contato com pessoas importantes lá nos Estados Unidos".

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Bolsonaro também elogiou o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, conhecido pela política de linha-dura na segurança, e o americano Donald Trump, que na última semana anunciou um tarifaço que incluiu o Brasil. Citou ainda a sa Marine Le Pen, líder da ultradireita no país e que ficará inelegível por cinco anos por decisão da Justiça local.

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