ENTREVISTA

Filha de Rubem Fonseca recorda histórias inéditas em box

Ela revela que achou também poemas avulsos e um romance epistolar inacabado

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Filha de Rubem Fonseca lembra como encontrou “Natal” e “Arinda”, as duas histórias inéditas incluídas em box a ser lançado em junho, e revela que achou também poemas avulsos e um romance epistolar inacabado


Como você localizou os contos “Natal” e “Arinda”?
Quando meu pai morreu e fui ao seu escritório em seu apartamento no Leblon, descobri que ele tinha os armários abarrotados de papéis, cadernos e pastas, coisa que ninguém da família sabia. Não estavam organizados. Levei tudo que encontrei para minha casa, espalhei na minha sala e durante a pandemia pude identificar vários contos inéditos, e entre eles, Natal e Arinda.

O que essas duas histórias revelam e antecipam das características que se tornariam marcas registradas do escritor?
“Natal” é um conto pungente, que fala de um dos temas de meu pai, a solidão e o desejo de amar e ser amado. Já “Arinda” é bem diferente deste. O personagem principal do conto está escrevendo uma história sobre Arinda, e acompanhamos o desenrolar de ambas as histórias. O desejo de meu pai de experimentar e surpreender aparece bem em “Arinda”.

As versões desta edição foram revisadas de acordo com as anotações do autor. Houve mudanças substanciais em alguma das narrativas?
As correções eram, em sua maioria, pontuais. Erros de concordância, pontuação e repetição de palavras.

Nos arquivos, o que mais chamou sua atenção entre os escritos da juventude?
O que mais me chamou a atenção foi que existissem contos de juventude. Coisa que desconhecia. Os mais antigos, de 1943 até 1948, estão em sua maioria datados. Isso demonstra que, apesar de só ter publicado seu primeiro livro de contos em 1963, já vinha escrevendo pelo menos desde os 18 anos.

E na correspondência com os amigos escritores e com os tradutores?
Sim, há uma farta correspondência com amigos, fãs, editores e familiares. Com os tradutores, a correspondência é muito interessante uma vez que ele acaba explicando várias agens de seus livros para orientá-los na escolha dos termos mais adequados a serem usados na língua estrangeira.

Você revelou que encontrou nos arquivos manuscritos com versos...
Sim, encontrei muitos poemas avulsos, muitos inacabados. Há vários outros que, aos poucos, fui percebendo que fazem parte de um romance epistolar muito corrigido com as folhas em muita desordem: uma troca de cartas entre os personagens Manuel e Léa. Em suas cartas, Manuel muitas vezes envia poemas para Léa.

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Já são cinco anos desde a morte do escritor. O que mais sente falta da vivência com o seu pai?
Do que mais sinto falta depois que meu pai morreu, há cinco anos, é de seu ponto de vista sempre inteligente e original sobre os assuntos diversos que conversávamos. n

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