Editorial

Abuso sexual virtual na infância e adolescência

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A conscientização e o enfrentamento do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil precisam estar constantemente no radar das autoridades e da sociedade. Neste mês, dedicado às reflexões sobre o tema, a realidade assustadora fica mais evidente diante do lançamento de ações e da divulgação de dados. A ChildFund, organização internacional que atua na defesa dos direitos desse público no país há quase 60 anos, desenvolveu estudo que serve de alerta máximo quando a questão está ligada às redes sociais.


Segundo a pesquisa “Mapeamento dos Fatores de Vulnerabilidade de Adolescentes Brasileiros na Internet”, 54% dos menores já sofreram violência sexual virtual, o que corresponde a 9,2 milhões de vítimas – os casos aconteceram com e sem a interação de um agressor. No levantamento, conforme a entidade, foram feitas cerca de 9 mil entrevistas, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste.


Neste ano, o “Maio laranja” – que pretende jogar luz sobre o problema, com o dia 18 institucionalizado para destacar o chamamento contra a exploração sexual infantil no Brasil – indica a importância de proteger esse público da investida de abusadores por meio da web. Os criminosos, aponta a organização da iniciativa nacional, usam diversos artifícios para se aproximar dos menores.


Muitas vezes, o contato parte do envio de emojis. Essas inofensivas imagens – que seriam apenas para expressar emoções, ideias e símbolos – ganham significados maldosos e até dificultam a identificação do assédio. Ainda de acordo com a campanha, a estratégia normalmente começa de uma forma amistosa, seguindo para o aumento do nível de intimidade e entrando numa escala gradativa de ameaça, que pode terminar em um estupro virtual.


Com o risco presente na vida das crianças e dos adolescentes, cada vez mais presos às telas, as famílias e as escolas precisam ter atenção máxima às interações no ambiente virtual. Não há como escapar dessa responsabilidade. Os menores estão sujeitos aos ataques pelas redes sociais, e essa insegurança se combate com presença afetiva dos parentes e dos educadores, a partir de uma escuta verdadeira e cuidadosa. Sem diálogo e confiança, o cenário tende a se agravar.


A punição dos agressores é outro ponto essencial para garantir proteção às potenciais vítimas. No Senado, em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), há um projeto de lei para incluir no Código Penal o crime de estupro virtual de vulnerável. A regulamentação dos meios digitais e das redes sociais também surge como desafio na luta contra esse tipo de violência.


A solução é complexa, mas o país não pode ficar parado diante das dificuldades, vendo a situação piorar a cada nova estatística. O debate e o entendimento sobre o tema têm de ser aprofundados, porém devem chegar de maneira clara à população. As artimanhas dos abusadores e o medo das vítimas de denunciar, por exemplo, podem ser enfrentados com conscientização. O investimento em tecnologia para a localização dos autores dessa barbárie precisam estar no orçamento dos governos, das instituições e das plataformas.


Se na maioria das vezes os violentadores físicos estão bem próximos das crianças e dos adolescentes, a internet não possui limites – e as marcas são tão profundas como quando ocorre o contato real. Não permitir que o abuso sexual virtual aconteça é missão diária nos lares, nas salas de aula e em qualquer lugar onde um menor esteja conectado à internet.

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