Hospital alega piso desnivelado e processa construtora em R$ 560 milhões
Hospital Humber River, no Canadá, alega que as falhas no piso estão colocando em risco a saúde e segurança dos pacientes e profissionais
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O Hospital Humber River, localizado em Toronto, no Canadá, e conhecido por ser o primeiro hospital norte-americano totalmente digital, está processando o consórcio responsável por sua construção e manutenção por US$ 100 milhões (cerca de R$ 560 milhões).
A instituição alega que falhas graves no nivelamento e na durabilidade dos pisos da unidade estão colocando em risco a saúde e a segurança de pacientes e profissionais, além de comprometer o funcionamento de setores essenciais do local.
De acordo com o site canadense CBC, a ação judicial, registrada no Tribunal Superior de Ontário no início de abril, afirma que "uma parte considerável" dos pisos do estabelecimento apresenta desnivelamento e sinais de deterioração precoce.
De acordo com a direção do hospital, isso tem dificultado a movimentação de equipamentos e pacientes, exigindo soluções improvisadas, como o uso de batentes de borracha para conter carrinhos com rodas.
"Trata-se de uma questão operacional e de segurança crítica", diz o hospital no documento oficial do processo. A situação teria tornado temporariamente indisponíveis salas e áreas críticas do prédio, o que afeta diretamente a prestação de serviços de saúde.
A instituição foi inaugurada em 2015 após uma obra iniciada em 2011, resultado de uma parceria público-privada com a Plenary Health Care Partnerships. O contrato firmado pelo governo de Ontário previa que o consórcio seria responsável por projetar, construir, financiar, operar e manter a instalação por 30 anos. Apesar disso, a Plenary ainda não apresentou uma defesa oficial e, por razões contratuais, informou que não pode comentar o caso publicamente.
Em resposta à situação, o porta-voz do local, Joe Gorman, declarou que a instituição está "adotando todas as medidas necessárias para garantir a melhor experiência para nossos pacientes, funcionários e comunidade".
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Esse não é o primeiro problema enfrentado pela estrutura do Humber River. Desde 2023, a Plenary moveu ao menos quatro processos contra a empreiteira e subcontratadas responsáveis pela obra, totalizando mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 56 milhões) em reivindicações. As ações incluem acusações de danos materiais causados por vazamentos, inundações e falhas nos sistemas de fornecimento de água, inclusive na unidade de oncologia, logo no primeiro ano de funcionamento do hospital.
Em algumas dessas disputas judiciais, empresas subcontratadas responderam com ações de terceiros, tentando transferir a responsabilidade para outras companhias envolvidas no projeto. Todas as rés negam as acusações e contestam a responsabilidade pelos danos alegados.
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Procurado pelo portal norte-americano, o Ministério da Saúde de Ontário afirmou que não pode se manifestar sobre o caso, já que o processo está em andamento na Justiça.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice
