Jeanne Whitefeather e Donald Ray Lantz foram condenados por maus-tratos aos cinco filhos - (crédito: Tribunal do Condado de Kanawha)
crédito: Tribunal do Condado de Kanawha
O casal americano Jeanne Whitefeather e Donald Ray Lantz foi condenado por maus-tratos, por tratar os filhos adotivos negros como escravos. As crianças chegaram a ser trancadas em um galpão. Os dois foram considerados culpados por várias acusações de trabalho forçado, tráfico de pessoas e abuso e negligência infantil nessa terça-feira (18/3). A sentença será anunciada hoje, no Tribunal do Condado de Kanawha, que fica em West Virgínia, nos Estados Unidos.
A mulher também foi condenada por violações de direitos civis com base na raça. Os cinco irmãos, então com 16, 14, 11, nove e cinco anos, foram "usados como escravos" por causa da cor da pele. A mãe pode pegar até 215 anos de prisão; e o pai, 160 anos.
Depois de adotar as crianças, o casou se mudou para uma fazenda em Washington, em 2018, voltando para West Virginia em 2023. Cinco meses depois, o casal foi preso depois que vizinhos viram Lantz trancar dois de seus filhos em um galpão e sair de casa. A polícia precisou arrombar a construção para resgatar as crianças.
Dentro da casa, uma menina de nove anos foi encontrada chorando sozinha em um loft, sem proteção contra quedas, de acordo com uma queixa criminal. As crianças foram encontradas com roupas sujas e com mau cheiro. O menino mais velho foi encontrado descalço e com feridas nos pés.
A quinta criança estava com Lantz. Todos os cinco foram entregues aos Serviços de Proteção à Criança após a prisão do casal. No mês ado, a filha mais velha, processou o casal, alegando abuso físico e emocional severo e negligência que a marcaram permanentemente.
Durante o julgamento, os vizinhos contaram que nunca viram as crianças brincarem e disse que presenciaram Lantz fazê-las ficar em fila ou realizar tarefas difíceis no quintal, incluindo levantar itens pesados. Depois que Lantz notou os vizinhos curiosos, as crianças ficaram em casa.
A filha mais velha contou que o trabalho ao ar livre ocorria principalmente quando moravam em Washington e era forçada a usar as mãos para cavar as terras. Ela também disse que as crianças eram xingadas "o tempo todo" e que Whitefeather usava linguagem racista.
A filha ainda narrou que a filha mais nova recebia tratamento diferente e que mãe dizia às outras crianças que desejava uma vida sem elas. Segundo a jovem, eles eram alimentados com sanduíches de manteiga de amendoim em horários programados, e, algumas vezes, recebiam sobras de uma refeição anterior.
Os irmãos eram forçados a ficar em pé em seus quartos por horas e manter as mãos na cabeça. A menina e o menino mais velhos dividiam um quarto, eram forçados a dormir no chão e usavam o mesmo balde para fazer as necessidades.
O casal e seus advogados rejeitaram as acusações. Segundo o pai, as tarefas foram atribuídas para ensinar responsabilidade às crianças.
Isso pode ocorrer quando o corpo é exposto a condições secas e com pouco o ao ar, o que faz com que a pele e os órgãos percam água, resultando em uma aparência ressecada e enrugada.
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O termo "estado de mumificação" se refere a um estágio avançado de decomposição do corpo humano, no qual os tecidos do corpo se desidrataram significativamente devido à perda de umidade.
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Segundo as investigações, a mulher estava desaparecida havia sete meses. Não havia sinais de sangue ou pegadas no imóvel e a hipótese é de que ela tenha morrido de causas naturais.
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E esse não foi primeiro caso desse tipo no Brasil. Em maio de 2023, o corpo de uma idosa de 62 anos foi encontrado em estado de mumificação por um entregador de medicamentos na cidade de Mafra, Santa Catarina.
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Um vizinho da família afirmou que Sergio, assim como Maria Eugênia, costumava ser visto ao redor da casa, mas desapareceu de uma hora para outra.
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Os vizinhos disseram à polícia que a mulher tinha mais de 90 anos e o homem, cerca de 48 anos. Um homem que disse ser vizinho da família há 40 anos comentou que os moradores começaram a suspeitar do desaparecimento “repentino” dos dois.
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A mulher foi encontrada na cama, enquanto o filho estava no chão da cozinha.Segundo o relatório da polícia do 3º Distrito da cidade, as vítimas foram identificadas como Maria Eugenia de Lourdes Morgado Gonçalves e Sergio Gonçalves Proença.
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Os corpos foram descobertos em uma residência localizada na Rua Júlio Seco de Carvalho, no bairro Solemar.
A Polícia Militar foi chamada por um dos vizinhos, que notou um cheiro muito forte vindo da casa.
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A Polícia Militar pediu a ajuda do Corpo de Bombeiros para entrar na casa, e uma equipe de peritos foi enviada ao local.
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De acordo com informações de pessoas que moravam nas proximidades, a mulher tinha desaparecido há cerca de um ano, enquanto seu filho estava sumido por aproximadamente seis meses.
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Segundo a polícia, ao lado dela havia ainda o corpo do filho, este em estado de putrefação — um estágio menos avançado.
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Em 2023, uma mulher que estava desaparecida foi encontrada em estado de “mumificação” numa casa em Praia Grande, no litoral paulista.
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A mumificação geralmente ocorre em ambientes frios e secos, preservando pele e tecidos. Casos como o de Hackman e da esposa já aconteceram no Brasil.
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A família suspeita de que um vazamento de gás tóxico pode ter causado as mortes, mas a polícia ainda pede uma investigação mais detalhada.
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Pílulas foram encontradas ao lado do corpo de Betsa no banheiro, junto a um cão morto. Outros dois cachorros estavam vivos no local.
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Dois trabalhadores de manutenção descobriram os corpos após não verem o casal por pelo menos duas semanas.
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Segundo o profissional, não era possível afirmar com clareza qual dos dois morreu primeiro. De acordo com o jornal britânico The Mirror, ambos os corpos estavam "parcialmente mumificados".
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O chefe do Corpo de Bombeiros de Santa Fé, Brian Moya, compartilhou novos detalhes sobre a morte do ator Gene Hackman e sua esposa Betsy Arakawa.
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A defesa argumentou que o casal estava sobrecarregado e pediu ajuda para lidar com os problemas de saúde mental, abuso e trauma que as crianças desenvolveram antes da adoção. O advogado do pai, John Balenovich, disse que a agência estadual de bem-estar infantil, à qual a família solicitou ajuda várias vezes, "deixou a bola cair neste caso".
Um psicólogo forense da promotoria testemunhou que o tratamento dado pelo casal às crianças piorou suas condições mentais. A promotoria também acusou o casal de nunca procurar ajuda para o filho mais velho, apesar de uma clínica de saúde comportamental estar a poucos minutos de sua casa. O menino atualmente está recebendo cuidados em tempo integral em uma unidade psiquiátrica.
O advogado da mãe, Mark Plants, disse que o casal era culpado apenas por tomar decisões parentais ruins. “Esses (Whitefeather e Lantz) são fazendeiros que fazem tarefas agrícolas. Não era sobre raça. Não era sobre trabalho forçado”, defendeu.