Casa da Infância da UFMG propõe laboratório de vivências e pesquisas
O espaço, inaugurado em maio, é voltado para projetos de ensino, pesquisa e extensão relativos às temáticas que envolvem crianças
compartilhe
Siga noA Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) agora tem um espaço laboratorial voltado para projetos de ensino, pesquisa e extensão relativos às temáticas da infância, como processos educativos. Inaugurada no dia 16 de maio, a Casa da Infância é ligada à Faculdade de Educação (FAE) e ao Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil (Nepei).
O espaço, localizado no Campus Pampulha, pode ser usado por estudantes, docentes e pesquisadores de outros cursos ou pós-graduação, cujo segmento esteja ligado a essa fase da vida.
Leia Mais
Levindo Diniz Carvalho, professor da FAE da UFMG e membro do Nepei, explica que o espaço do projeto congrega debates ligados a processos educativos na infância e outros temas que contemplam essa faixa etária, como os direitos das crianças. O docente afirma que a Casa da Infância não é exclusivamente voltada para a Faculdade de Educação, mas uma “dimensão interdisciplinar que convoca diferentes áreas de conhecimento — a psicologia, pediatria, ciências sociais, antropologia, história… — que pensam a infância, as condições sociais da infância e os processos educativos na infância”.
O pesquisador do Nepei também ressalta que a Casa da Infância é um laboratório de vivências, onde projetos e pesquisas interdisciplinares poderão ser elaborados. Dessa maneira, os trabalhos desenvolvidos no espaço vão dialogar diretamente com os pequenos dessa faixa etária. “A gente defende a compreensão das crianças como sujeitos dos seus processos educativos e das pesquisas destinadas a elas”, afirma Levindo Diniz Carvalho.
O professor acredita que a Casa da Infância é importante por ser um espaço físico onde pesquisadores e estudiosos podem se unir. Além da relevância da prática laboratorial na formação.
Visitação
O espaço, situado em meio à mata da UFMG, vai receber o público infantil em atividades específicas, como oficinas, ou para visitas à bebeteca, projeto independente voltado para literatura para crianças. “A casa não é um centro cultural, uma escola ou um espaço para acolher crianças de maneira institucionalizada e com uma regularidade. É um espaço que vai poder ser visitado, mas dentro desse contexto de centro de pesquisa, ensino e extensão”, esclareceu Diniz Carvalho.
Um dos pequenos visitantes da Casa da Infância foi Cauã de Alcantara León, de 5 anos, presente na inauguração da casa e acompanhado do pai, que é docente na Faculdade de Educação. Andrea Catalina León Amaya, de 45 anos e mãe de Cauã, conta que o filho se encantou tanto pelo espaço que pediu para voltar.
No dia 21 deste mês, ele chegou a levar a mãe até o local, uma vez que já o havia frequentado e é familiarizado com a UFMG por estudar na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Alaíde Lisboa, no campus na Pampulha.
Pesquisadora e consultora em direitos humanos, Andrea Catalina relata que Cauã gosta do o aos livros, dos fantoches disponíveis e das estruturas no exterior do espaço. “É um ambiente propício para crianças”, diz a colombiana, bacharel em direito. Para ela, a Casa da Infância deve ser ível e frequentada por pessoas diversas, e não só pela comunidade no entorno.
Bebeteca
A Bebeteca, cujo espaço atualmente está localizado dentro da Casa da Infância, é um programa de extensão que existe há 14 anos. Ele tem como objetivo promover ações de leitura com crianças de 0 a 6 anos, capacitar promotores e mediadores de leitura, produzir pesquisas relacionadas a esses temas e construir um acervo de livros infantis de qualidade — atualmente, a Bebeteca conta com mais de 3 mil obras.
Coordenadora da Bebeteca e professora da Fae, Laís Bitencourt lembra que o projeto já teve outras sedes, mas em espaços improvisados e temporários. Para ela, a Casa da Infância como local definitivo se adequa melhor ao projeto, que recebe crianças e adultos. “Para a gente, é um sonho porque o programa é muito extenso, temos muitas atividades acontecendo ao longo de todo ano e um acervo físico de mais de 3 mil obras de literatura”, afirma Bitencourt.
No programa Bebeteca, são desenvolvidos diferentes projetos, como o “Nana Neném: Entre Livros, Histórias e Canções”, voltado para pensar a literatura, principalmente por meio da contação de histórias, na primeira infância. Há também “O que tem nesta Bebeteca”, que propõe resenhas dos livros do acervo, que são definidos por meio de critérios de qualidade e bibliodiversidade construídos a partir das pesquisas e atividades de extensão do programa, como explica a coordenadora. As resenhas são compartilhadas com o público externo e de maneiras diferentes para adultos e crianças.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
A Bebeteca tem também o Tertúlia Literária, “que parte do princípio de que para formar a criança um sujeito leitor, precisamos ser um adulto leitor de literatura”, como explica Laís Bitencourt. Nesse projeto, temas são estabelecidos e discutidos.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata