Dia Mundial das Abelhas: conheça o Projeto PolinizaBH e comemore a data
Programação em Belo Horizonte destaca a importância das abelhas nativas para a polinização urbana e preservação ambiental
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Siga noA Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai promover nesta terça-feira (20/5) atividades para marcar o Dia Mundial das Abelhas. A programação será realizada no Parque das Mangabeiras, na Região Centro-Sul, e no meliponário (espaço dedicado à criação e conservação de abelhas sem ferrão) do Zoológico da capital, na Região da Pampulha. O objetivo é sensibilizar a população sobre a importância das abelhas, em especial as espécies sem ferrão, para a manutenção dos ecossistemas e para a polinização das áreas verdes urbanas.
As ações integram o Projeto PolinizaBH, iniciativa da Prefeitura que instala meliponários em diferentes regiões da cidade. O projeto também promove oficinas e ações educativas que ensinam os moradores a instalar iscas-pet em casa, atraindo colônias nativas e contribuindo para a polinização urbana.
Confira a programação
Parque das Mangabeiras – Casa Amarela
Público-alvo: Alunos de 8 a 12 anos
Capacidade: Até 30 pessoas por horário
Horários:
8h30 às 10h
10h10 às 11h40
13h30 às 15h
15h10 às 16h40
Atividades: Visita guiada ao meliponário e à horta e jogo educativo “Corrida das Abelhas”
Inscrições: [email protected]
Zoológico de Belo Horizonte
Atividade educativa: “Abelhas: muito além do mel”
Horário: Das 14h às 16h
Local: Área externa da Zooboteca, próximo ao recinto dos elefantes
Público: Visitantes do zoológico (não é necessário agendamento)
Ingresso: Valor da entrada do zoológico. Mais informações sobre os valores no link.
Circuito Meliponário
Além das atividades comemorativas, o Zoológico oferece quinzenalmente o “Circuito Meliponário” para escolas do Programa Escola Integrada. A visita apresenta 10 colônias de cinco espécies de abelhas nativas sem ferrão, localizadas em três pontos.
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As abelhas e Belo Horizonte
Atualmente, BH conta com cinco meliponários mantidos pela Prefeitura: na Biofábrica do Parque das Mangabeiras (o primeiro da cidade); no CEA-PROPAM, na Região da Pampulha; no Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Horto; no CEMAR, no Estoril; e na Fundação Zoobotânica, na Pampulha.
Segundo a PBH, quando as colônias se expandem, são redistribuídas para novos pontos da cidade, fortalecendo o ecossistema urbano.
O biólogo Thiago dos Santos, responsável pelo PolinizaBH, destaca que as abelhas sem ferrão têm ganhado visibilidade nos últimos anos. “Por muito tempo, o imaginário coletivo foi moldado pela abelha com ferrão, como a europeia ou africanizada. Agora, o mundo está descobrindo o valor das espécies nativas sem ferrão e as características únicas do mel produzido por elas”, comenta.
Ainda de acordo com Thiago, o Brasil abriga mais de 300 das cerca de 500 espécies de abelhas sem ferrão conhecidas mundialmente, o que posiciona o país como líder em diversidade.
E Belo Horizonte, por estar numa zona de transição entre os biomas do cerrado e da mata atlântica, destaca-se por sua variedade de espécies que se adaptam bem ao ambiente urbano.
O PolinizaBH também atua no resgate de colônias encontradas em áreas urbanas prestes a sofrer intervenção, como o corte de árvores ou demolição de muros. Nesses casos, as abelhas são removidas e levadas para um dos meliponários.
Novos projetos
O Centro de Educação Ambiental da Pampulha, conhecido como CEA-Propam, também está se preparando para novas iniciativas ligadas à polinização. Um dos projetos prevê a criação de jardins voltados a atrair polinizadores variados, como borboletas, beija-flores e besouros, em parceria com o Jardim Botânico na UFMG.
Outro projeto, realizado com o apoio de um professor da Faculdade de Arquitetura da PUC Minas, visa a instalação de “hoteizinhos” para abelhas solitárias, que não vivem em colônias. A Mamangava, por exemplo, é essencial para a polinização do maracujá e depende de locais específicos para nidificar. As estruturas devem ser posicionadas junto aos jardins e acompanhadas da plantação de flores atrativas a essas espécies.
“A polinização está diretamente ligada à nossa segurança alimentar. Sem esses animais, muitas culturas agrícolas desapareceriam”, ressalta a bióloga Tatiane Almeida, gerente do CEA-Propam. Estima-se que mais de 75% das culturas agrícolas no mundo dependem de polinizadores, sendo as abelhas as mais eficientes.
Criação doméstica e oficinas
Segundo a PBH, a legislação ambiental brasileira permite que qualquer cidadão crie até 49 colônias de abelhas sem ferrão em casa, desde que sem fins comerciais. O incentivo à criação domiciliar dessas abelhas está diretamente ligado à sua importância ecológica e à segurança, já que não representam risco por não possuírem ferrão.
O PolinizaBH oferece oficinas onde os interessados aprendem técnicas de captura e manejo das colônias. No entanto, Thiago alerta: a identificação correta da espécie é fundamental. Em caso de dúvida, a recomendação é fotografar o enxame e encaminhar para a equipe do projeto.
“Quando bem cuidadas, as abelhas sem ferrão se multiplicam naturalmente. Um enxame pode dar origem a outros na mesma região, contribuindo para o aumento populacional e para a saúde ambiental da cidade”, afirma o biólogo.
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*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino