Com filas de espera, postos de BH têm alta procura por vacinas
Cinco unidades de saúde funcionam em esquema especial neste sábado (17/5) para vacinação e atendimento de casos leves de doenças respiratórias
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Siga noCinco postos de saúde estão abertos neste sábado (17/5), até as 19h, para atender exclusivamente pacientes com sintomas de doenças respiratórias e oferecer vacinação contra gripe, COVID-19 e dengue. A ação visa ampliar a rede de atendimento e desafogar a demanda nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Os locais de atendimento estão em pontos estratégicos que, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), seguem de acordo com a demanda assistencial. As unidades estão localizadas nas regionais Barreiro, Nordeste, Norte, Oeste e Venda Nova.
A reportagem foi conferir alguns desses pontos para observar como está a demanda e o serviço prestado. Na ocasião, enfermeiros informaram que há de duas a três salas reservadas para a imunização, cada uma com dois profissionais, para dar conta do público que chegou às 7h. A a Flávia Teixeira, de 43 anos, por exemplo, aguardava na fila do posto CS Betânia, Região Oeste de BH, com a senha de número 59, ainda com 20 pessoas à sua frente.
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Esperando chegar sua vez para chamar a filha, de 6 anos, e o marido, Flávia conta que a família veio tomar as vacinas contra gripe e COVID-19. “Entre os dias 29 e 30, a escola da minha filha receberá a equipe de vacinação para atualizar a caderneta, então, hoje ela já toma algumas para não sofrer tanto”, brinca. Ela revela que a família mantém as vacinas em dia, mas que isso não é um hábito comum entre pessoas próximas. “No condomínio onde moro, há vários que não vacinam suas crianças, ou seja, elas ficam em risco.”
A vacinação contra a COVID-19 está disponível para o público a partir de 12 anos que integra os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, como pessoas com comorbidades, imunocomprometidos, trabalhadores da saúde e cuidadores de idosos, entre outros. Para tomar a vacina, é necessário ter recebido a última dose há pelo menos seis meses. Há, ainda, orientações específicas para pessoas com 60 anos ou mais, que devem se vacinar duas vezes ao ano, e para gestantes, que devem tomar uma dose a cada gravidez.
Quem também aproveitou a oportunidade foi a família da farmacêutica Rúbia Batista, 47 anos, que levou o marido, Marcelo Simão, 52, e os filhos: Pedro Simão, 19, e Raul Batista, 12. Todos tomaram o imunizante contra a gripe e elogiaram o serviço do posto no Bairro Betânia. “São três salas disponíveis para isso, e foi muito rápido. Atendimento de qualidade”, comentou Marcelo.
Arbovirose
Além das doenças respiratórias, crianças e adolescentes de 6 a 14 anos podem se vacinar contra a dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A capital teve mais de 200 mil casos em 2024, causando uma sobrecarga no sistema de saúde. O município recebeu, na última terça-feira (13/5), cerca de 27,3 mil doses da vacina Qdenga. Com a nova remessa, enviada pelo Ministério da Saúde, os estoques das unidades de saúde, que estavam zerados desde o dia 5 de maio, foram reabastecidos. Segundo a PBH, as doses serão utilizadas para a aplicação da primeira dose ou conclusão do esquema vacinal.
Cristina Gomes, de 40 anos, conta que o filho Juan Filipe, de 14, a mãe e o irmão foram vítimas da arbovirose no ano ado. Moradora do Bairro Cabana, a dona de casa destaca que não estava encontrando a vacina contra a dengue. “A caderneta dele estava atrasada, pois não achávamos posto com o imunizante.”
Cristina afirma que fez questão de procurar a vacina. Diferente da família, ela teve chikungunya. “Fiquei três meses sem conseguir andar. A articulação dos meus punhos doía muito. Às vezes, ainda sinto dores.”
Acompanhando os dois, Rayane Santos, 33 anos, levou a filha Kauany Santos, de 13, também para se vacinar contra a dengue. A jovem também teve a doença. Como a oportunidade também visa atualizar a caderneta, ela acabou tomando a vacina contra a meningite.
O posto CS Carlos Renato Dias, na Região do Barreiro, também está aberto. Em uma fila extensa, o aposentado Elias Vaz de Andrade, de 68 anos, aguardava com a namorada, Cácia Maria Santos, de 61, responsável por motivá-lo a atualizar a caderneta de vacinação. “Faz uns dois anos que não olho isso. Tenho medo de tudo que tem agulha, mas hoje vou tomar todas que estão atrasadas”, revela.
À reportagem, a equipe de enfermagem informou que duas salas foram reservadas para a imunização. Não havia entrega de senhas, mas os casos prioritários estavam sendo observados ao longo da fila.
Doenças respiratórias
A orientação deste sábado é que pessoas com sintomas mais leves, como coriza, tosse ou dores de cabeça e garganta, por exemplo, busquem acolhimento nos centros de saúde. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) funcionam todos os dias, por 24 horas, e estão voltadas para cuidados mais urgentes.
Gleiciane Leal, de 34 anos, levou Isaque Leal, de 9, para uma consulta. O pequeno está com sintomas gripais e realizou o teste de COVID. “Não está cheio e não demoraram para chamar a gente.”
A sala tinha, em média, três pessoas aguardando atendimento — todas com crianças. Para o vigia Demerson Sousa, de 45 anos, a baixa presença seria mais por desconhecimento da ação do que por falta de demanda. Ele aguardava atendimento com a pequena Mariana Sousa, de 3 anos. “Esta semana eu estava ruim de gripe e procurei o posto. Estava lotado. Agora a Mariana está melhor, mas ontem à noite chorou muito, reclamando de dor de cabeça, e está com coriza”, conta.
Segundo a PBH, neste ano, até o momento, foram realizados aproximadamente 200 mil atendimentos a pessoas com sintomas de doenças respiratórias na rede SUS-BH. Foram feitas 6.367 solicitações de internação na rede SUS da capital, motivadas por doenças respiratórias. No mesmo período do ano ado, houve 6.307 pedidos.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até 30 de abril, o estado registrou 26.786 internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 334 mortes. No centro dessa crise respiratória estão bebês e idosos. De janeiro até o fim de abril, esses dois grupos somaram mais de 17,7 mil internações pelo mesmo motivo. Entre os bebês com até 1 ano de idade, foram 2.587 internações, e entre adultos com mais de 60 anos, 15.130.
Vale destacar que Minas Gerais e a capital ainda estão em estado de emergência. A medida tem validade de 180 dias e autoriza a adoção de ações emergenciais para conter o avanço das doenças.
Os principais microrganismos que provocam doenças agudas são os vírus da influenza, rinovírus, SARS-CoV-2 e vírus sincicial respiratório (VSR).
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