BELO HORIZONTE

Agressão de aluno a professora levanta debate sobre insegurança nas escolas

A agressão aconteceu após a professora pedir que o estudante aguardasse o intervalo para ir ao banheiro e que guardasse o celular

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O aluno do ensino médio que agrediu uma professora na Escola Estadual Três Poderes, em Belo Horizonte, foi transferido para outra unidade da rede estadual e teve seu caso encaminhado ao Conselho Tutelar. A situação levantou uma série de dúvidas e debates sobre o respeito nas relações professor-aluno e um possível aumento da violência entre os jovens.

A ação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), que informou ter adotado todas as providências cabíveis após o episódio, ocorrido na última segunda-feira (5/5). Confira a nota do SEE/MG ao fim da reportagem. 

Em entrevista ao Estado de Minas, a professora e coordenadora do departamento de comunicação do Sind-UTE MG, Marcelle Amado, conta sobre a possível motivação para o ato. "A proibição do celular nas escolas e a falta de regulamentação dessa lei, somadas ao discurso de ódio, cada vez mais presente nas mídias sociais, agravam cada vez mais esse cenário, o que pode resultar em acontecimentos como esse", alerta.

A agressão aconteceu após a professora pedir que o estudante aguardasse o intervalo para ir ao banheiro e que guardasse o celular. Em um vídeo gravado por outro aluno, é possível ver o adolescente empurrando a docente, que cai no corredor da escola. A professora não se feriu e dispensou atendimento médico.

Segundo os pais, o jovem tem diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD).

Após o caso vir à tona, professores denunciaram ter sido intimidados por representantes da Secretaria Estadual de Educação, que teriam tentado impedir manifestações da categoria sobre a insegurança nas escolas.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) manifestou apoio à docente agredida e alertou para o aumento da violência nas escolas públicas, atribuindo o problema à falta de apoio psicológico, desvalorização da profissão e discursos de ódio disseminados nas redes sociais.

Confira a nota do Sind-UTE/ MG na íntegra:

O Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação em Minas Gerais (Sind-UTE/MG) informa que está acompanhando de perto o caso da agressão à professora da rede estadual por aluno de uma escola de BH. O Sindicato já manteve contato com a professora agredida e está prestando todo apoio e solidariedade à educadora.

Da mesma forma, está também acompanhado o caso de outra professora, de 61 anos, vítima de agressões e ameaças na Escola Estadual Paula Rocha, em Sabará, também na Grande BH.

O Sind-UTE informa ainda que está adotando medidas para combater este tipo de situação que vem se repetindo com frequência nas escolas públicas, em grande parte estimulada por discursos de ódio nas redes sociais; por transtornos psicológicos não tratados de alunos (como é o caso do aluno de BH); por conivência de pais e responsáveis com atos de desrespeito às regras de convivência na escola e na sociedade; em face da desvalorização dos (as) trabalhadores (as) em educação pelo governo, da falta de segurança, entre outros fatores que impulsionam e relativizam a onda de violência no ambiente escolar.

Infelizmente, a rapidez com que a violência física, o bullying, o cyberbullying e outras manifestações violentas vem se propagando, principalmente através do discurso de ódio ou desafios de comunidades mórbidas na internet, não permite um levantamento estatístico preciso do volume de casos ocorridos em Minas Gerais.

Além da rapidez na propagação, há uma subnotificação de casos, muitos deles não são denunciados e sequer são registradas ocorrências policiais. Mesmo com estes limites e dificuldades, o Sind-UTE/MG está se propondo a iniciar estudos no sentido de produzir este levantamento.

Finalmente, o Sind-UTE/MG entende que a violência crescente nas escolas públicas em Minas Gerais é um fenômeno que precisa ser urgentemente combatido a partir de uma ação conjunta que envolva o governo, a comunidade, a família dos estudantes e os próprios estudantes. De nossa parte, desde já estamos estruturando uma ampla campanha de informação e conscientização contra a violência, pelo respeito aos (as) educadores (as) e cobrando das autoridades medidas que garantam a segurança no ambiente escolar.

SEE

Já a SEE/MG informou que enviou equipes de apoio psicossocial à escola e que um trabalho interdisciplinar será realizado com os alunos da turma, com foco em comunicação não violenta. O caso segue em apuração pelas autoridades competentes.

Confira a nota do SEE/MG na íntegra:

Sobre o ocorrido na Escola Estadual Três Poderes, em Belo Horizonte, na última segunda-feira (5/5), a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), informa que a direção da escola adotou todas as medidas necessárias. A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi chamada ao local e registrou um Boletim de Ocorrência. A família do estudante envolvido também foi acionada.

Uma equipe da Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana C, responsável pela coordenação da escola, também compareceu ao local para apurar a situação e elaborar um relatório de inspeção. O estudante foi transferido para outra unidade de ensino da rede estadual. Além disso, o caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar do Município para acompanhamento e providências.

Nesta quarta-feira (7/5), o Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), composto por psicólogo e assistente social, esteve na escola para dar e aos servidores. Um trabalho interdisciplinar, conduzido pelos professores, será desenvolvido junto à referida turma para tratar sobre comunicação não-violenta.

A pasta reforça o compromisso com a promoção da paz e do respeito no ambiente escolar por meio de diversas ações, incluindo o Programa de Convivência Democrática. O Programa contempla protocolos e documentos com a perspectiva de fortalecer as políticas de prevenção às diversas formas de violência nas escolas, além de normatizar os procedimentos a serem adotados pelas unidades da rede estadual de ensino.

A SEE/MG reitera que repudia qualquer forma de agressão ou violência, e reafirma que a escola deve ser um ambiente de paz e aprendizado para todos. O caso está sendo investigado pelas autoridades competentes.

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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