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PARRICÍDIO

Com anuência da mãe, filho contratou matador para matar o próprio pai

Desavenças constantes entre pai e filho foram o motivo do crime. Imagens de câmeras de segurança ajudaram a elucidar o crime

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Investigações da Polícia Civil apontam que a morte do pedreiro e piscicultor Marcelo Bruno de Souza Pereira, de 39 anos, em novembro de 2024, em Ibirité, na Grande BH, foi um parricídio - homicídio do pai pelo próprio filho. O corpo do pedreiro foi encontrado numa estrada vicinal de Betim, parcialmente carbonizado, e com uma motocicleta, também queimada, em cima dele. Segundo a polícia, os autores do assassinato foram o filho de Pereira, Y. M. S., de 20 anos, e um matador contratado por este, conhecido por John.

Imagens das câmeras de segurança de uma residência e de um radar em uma rodovia,somadas às manchas de sangue encontradas na casa da vítima foram determinantes para a elucidação do crime. 

“A motivação para o homicídio seria uma série de desavenças e desentendimento entre pai e filho. Marcelo Bruno chegou a expulsar Y. M. S. de casa um ano antes do crime. Além disso, o filho mais velho teria se revoltado com uma surra dada pelo pai num dos irmãos mais novos, de 10 anos. O terceiro tem oito anos”, conta o delegado Otávio Luiz de Carvalho, da Delegacia de Homicídios de Betim.

O corpo, segundo o delegado, foi encontrado no dia 20 de novembro de 2024, mas o crime ocorreu no dia anterior, com Marcelo Bruno sendo assassinado dentro de casa, enquanto dormia. ”A mãe sabia de tudo, tanto que ela esperou o marido dormir, tirou os filhos mais novos, de oito e 10 anos, de casa. Saiu de casa, levando o carro para o filho, num bar em Ibirité. E neste momento, da entrega do carro, o filho já estava com o assassino contratado”, explica o delegado.

Com o carro, Y.M.S e o matador John foram até a casa de Marcelo Bruno e, enquanto o filho ficou no veículo, John entrou e executou o pedreiro com golpes na cabeça. O filho ajudou o matador a enrolar o corpo numa lona e levá-lo para o carro. 

Segundo as investigações, o filho conduziu o carro com o corpo do pai para o local da desova, na Estrada Contorno da Várzea. O matador acompanhou de moto. O veículo era roubado. Imagens de uma câmera de segurança mostram a motocicleta ando na estrada, seguida pelo carro dirigido pelo filho.

Placa

E foram essas imagens que possibilitaram à polícia, indentificar a placa do carro. “No retorno, a, apenas o carro. A moto não aparece. Aí, conseguimos a placa, através dessas imagens, e descobrimos que o veículo estava em nome da mãe”.

Os policiais foram até a casa e levaram a mulher para a delegacia. “Ela caiu em contradição. Primeiro disse que o marido tinha saído de casa à noite. Depois, falou que tinha sido pela manhã, do mesmo dia. Além disso, disse que o carro não tinha saído da garagem da casa. No entanto, quando mostramos as imagens do veículo, próximo do local do crime e também na rodovia, ela acabou confessando, mas disse que não era a autora, mas sim, seu filho.”

Ao prender Y. M. S., este acabou confessando o crime e contando que ele contratou o matador. Disse que pagou R$ 6 mil pela morte e também deu a motocicleta de seu pai.

Os policiais descobriram, também, que a mãe e os três filhos, chegaram a ar alguns dias na praia, logo depois do crime, como se nada tivesse acontecido.

“Hoje, o filho está preso no Ceresp de Betim. A mãe está em liberdade, pois a justiça não confirmou a prisão preventiva dela. O matador está foragido, estamos à sua procura. Foi emitido um alerta”, diz o delegado Otávio.

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Iluminol

John, como é conhecido o matador de Marcelo Bruno, estava cumprindo pena, e teve direito a uma saída temporária, mas não retornou, mais ao presídio.

“Nos encontramos na casa dele a tornozeleira, que tinha sido serrada. Descobrimos também que a motocicleta usada no crime foi roubada, em Belo Horizonte”, conta o delegado.

Um outro detalhe que chamou a atenção dos policiais, é que depois de desovar o corpo na beira de uma estrada vicinal, John e o filho da vítima voltaram à casa e o matador se encarregou de limpar o local e os vestígios do crime, afirma o delegado.

A casa onde ocorreu o crime, por sinal, tornou-se uma das principais provas contra mãe e filho e John. “A perícia foi determinante, com o uso do Iluminol. O produto químico reaviva as marcas de sangue. O quarto e a casa ficaram iluminados. Havia marcas de sangue no quarto, no corredor e sala, por onde o corpo foi arrastado, até chegar ao carro”, diz o delegado Otávio.

O produto foi utilizado, também, no veículo, com marcas de sangue encontradas.

O criminoso contratado, segundo o delegado, tem uma vasta ficha criminal, como lesões corporais, porte ilegal de arma, furto, roubo, receptação, associação criminosa, porte de documento falso e articulação de um motim dentro de um presídio.



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