FAUNA BRASILEIRA

Projeto TamanduASAS: esperança para a preservação dos tamanduás-bandeira

Desde 2017, equipe se dedica ao resgate da espécie ameaçada de extinção

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O avanço da movimentação humana gera sérias consequências para a fauna brasileira, com destaque para a diminuição de habitats naturais. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil já perdeu mais de 20% da sua cobertura vegetal original, principalmente devido ao desmatamento. Além disso, o número de espécies ameaçadas é estimado em 8.200.

Nesse cenário, um dos animais ameaçados é o tamanduá, que possui um elevado número de filhotes órfãos por conta do atropelamento de suas mães. Na tentativa de evitar que a destinação dessas crias seja o cativeiro, o Projeto TamanduASAS do Instituto Estadual de Florestas, em parceria com o Ministério Público do Meio Ambiente e Projeto Bandeiras e Rodovias, vem se dedicando a esse resgate desde 2017.

Em entrevista ao Estado de Minas, Juliana Magnino, médica veterinária, analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e coordenadora do projeto TamanduASAS, destacou a importância da iniciativa: "Nosso trabalho é garantir que esses filhotes não sejam destinados ao cativeiro, mas que em por uma reabilitação e, depois, sejam liberados novamente na natureza, com o devido monitoramento".

 
 
 
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Desde a criação do projeto, já foram soltos e monitorados 23 tamanduás-bandeira, sendo o primeiro projeto no Brasil a realização de solturas monitoradas dessa espécie. Embora existam casos de sucesso, também ocorreram perdas e desafios enfrentados pelos animais em seu retorno à natureza, como problemas relacionados ao ambiente antropizado.

Tamanduá se alimentando em mamadeira
Desde a criação do projeto TamanduASAS, já foram soltos e monitorados 23 tamanduás-bandeira Bettina Ávila/Divulgação

"A principal causa do resgate de filhotes órfãos é a antropização do ambiente, ou seja, a invasão do homem no espaço natural dos animais. As rodovias, o uso de agroquímicos, a fragmentação de habitats e até os ataques de cães são fatores que dificultam a sobrevivência dessa espécie", explica Juliana.

A coordenadora também conta sobre o processo de monitoramento desses bichos. "Com o colete rastreador, monitoramos os animais por até dois anos. Cada tamanduá que soltamos tem uma história única, com desafios e vitórias. Estamos sempre aprendendo com eles, pois cada situação é diferente e nos ensina algo novo. A cada dois meses, recapturamos os tamanduás para avaliar sua saúde e garantir que eles estejam bem adaptados ao novo espaço", compartilha.

Tamanduá fazendo ultrassom
Os animais que usam o colete rastreador são monitorados por até dois anos Bettina Ávila/Divulgação

O colete é especialmente desenvolvido para a espécie, importado e altamente seguro. O equipamento não interfere no comportamento dos tamanduás, permitindo até que as fêmeas se reproduzam sem problemas. Além disso, a equipe realiza verificações semanais para garantir o bem-estar dos animais. "Uma pesquisa mostrou que o colete não atrapalha a vida dos animais. Fazemos questão de que o equipamento seja confortável para eles", destaca.

"O que acontece com o tamanduá-bandeira é um reflexo do que está acontecendo com muitas outras espécies. Eles são uma espécie-chave para a conservação, pois nos mostram os efeitos da alteração do ambiente e os riscos aos quais estão expostos. Nossa missão é entender esses desafios e contribuir para soluções que beneficiem toda a fauna brasileira", concluiu Juliana.

 
 
 
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Com a dedicação da equipe do TamanduASAS, os tamanduás-bandeira têm uma nova chance de viver livremente, e o projeto continua sendo um exemplo de sucesso na reabilitação e conservação de uma espécie ameaçada. A cada tamanduá liberado, um novo capítulo é escrito, trazendo esperança para a preservação dessa espécie tão importante para os ecossistemas brasileiros.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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