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ATENDIMENTO EMERGENCIAL

Estudantes de medicina em BH participam de missão humanitária na África

Alunos ficarão 15 dias em Benin, na África Ocidental, para atendimento emergencial a comunidades vulneráveis

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“Embora nosso objetivo seja levar assistência e alívio à comunidade local, nós, voluntários, também somos profundamente impactados por cada pessoa atendida.” É o que diz Gleiciane Lemos, uma das estudantes de medicina do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) que estão em Benin, na África Ocidental, desde quinta-feira ada (13/2), para prestar atendimento médico em vilarejos da região a uma população em situação de vulnerabilidade. 

A expedição faz parte da Missão África, ação desenvolvida pelo ecossistema de ensino médico Inspirali, que busca oferecer ao corpo docente uma oportunidade de desenvolvimento profissional e humanitário. Durante 15 dias (até 28 de fevereiro), os missionários vão visitar e receber pessoas de cinco diferentes comunidades das cidades Adjarra e Ganvie, com a expectativa de atender 500 pessoas por dia. 

O hospital Centre de Santé de Adjarra servirá de base para o atendimento, mas os alunos serão divididos em grupos com diferentes atuações pelos vilarejos locais. Os consultórios serão organizados em galpões ou debaixo de árvores sombreiras próximas ou dentro de paróquias. 

Além de procedimentos cirúrgicos, visitas domiciliares e outros serviços de saúde, os missionários atuarão em um centro de tratamento à saúde mental. Segundo a líder de Internato e Residência Médica da Inspirali, Neoma Mendes de Assis, a mortalidade infantil em Benin chega próxima dos 50% no primeiro ano de vida, e a expectativa de vida é, em média, 53 anos. Esse panorama, como ela diz, é visto como uma oportunidade de, mesmo que minimamente, reparar um déficit histórico que envolve o país africano e o Brasil.

“Benin tem uma conexão forte com nosso país, que vem desde o período da colonização. De lá vieram pessoas que foram colocadas em situação de escravidão para trabalhar na construção do Brasil, e, com isso, a gente tem uma dívida com esses povos no que tange ao cuidado que eles merecem, principalmente porque lá não existe um sistema único de saúde público”, explica. 

Transformação

A Missão África é a primeira ação internacional da aluna Gleiciane Lemos, que espera por uma experiência enriquecedora e transformadora. “É minha primeira viagem internacional em ação missionária. Cada missão tem uma marca própria, e acredito que a Missão África será única. Essa missão será um marco na minha trajetória. Em todas as ações humanitárias, buscamos fazer a diferença na vida das pessoas atendidas, mas, no fim, somos nós quem saímos transformados”, afirma ela.

A estudante conta que a preparação começou já no processo seletivo. “Para ser selecionada, era necessário um bom desempenho acadêmico e envolvimento prévio em ações sociais. Também iniciei aulas de francês, já que alguns moradores e voluntários locais falam a língua, e organizei uma arrecadação de 1.500 medicamentos para levar à Benin, já que lá não tem Sistema Único de Saúde (SUS), como aqui”, compartilha Gleiciane. Cada participante disponibilizou até duas malas de 23 quilos para os remédios.

Gabriella Mourão também crê que será surpreendida. “Estou com expectativas altíssimas e tenho certeza que vai ser muito mais incrível do que estou esperando. Essas missões humanitárias sempre superam nossos sonhos, a troca com a população é muito grande. A cultura de Benin é muito diferente da nossa, e poder conhecer um pouco dos costumes enquanto oferecemos nossos serviços para uma população em que o cuidado ainda é escasso, é um privilégio enorme”, comenta.

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Já Adriano Ayres, que conta em seu currículo com outras expedições humanitárias, diz que  a missão África sempre esteve no meu radar antes mesmo de entrar em medicina. “Temos a expectativa de acolher 3 mil pessoas nesse tempo. É muito desafiador, porque sabemos que não vamos conseguir resolver muita coisa, devido às condições do país. Muitos ali não tem o que comer. Por isso, o que espero é conseguir o máximo possível oferecer cuidado em saúde para as pessoas, e assim sair de lá com a sensação de que modifiquei algo na vida delas”, anseia o estudante.

Ele conta que, durante os 15 dias, haverá apenas um dia de folga, e que os atendimentos são feitos todos os dias, inclusive sábados e domingos, com plantão das 8h às 18h. "Experiências como a que vamos viver em Benin me fazem sentir que, de fato, estou exercendo a medicina na sua plenitude – uma medicina humanitária, que veio para servir", afirma Ayres.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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