
MG: sobe para dez o número de denúncias de violência sexual contra médico
Até o momento foram identificadas cinco pacientes e cinco funcionárias do hospital onde ele prestava serviço. Polícia acredita que mais vítimas podem aparecer
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Siga noSubiu para dez o número de denúncias contra o médico mastologista Danilo Costa, suspeito de estupro no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira, na Região Central de Minas Gerais. Segundo a Polícia Civil (PCMG), uma nova vítima foi identificada nesta sexta-feira (7/2). Representantes dos órgãos de segurança pública afirmaram que mais mulheres podem surgir com denúncias até a finalização do inquérito, previsto para a próxima quarta (12). Ele responde pelos crimes de estupro e importunação, além de outros crimes contra a dignidade sexual.
Até o momento dez mulheres denunciaram o médico, sendo cinco pacientes e cinco funcionárias da unidade de saúde. Do total, nove vítimas são de Itabira e uma de João Monlevade, também na Região Central do estado. Segundo o delegado de audiência João Martins, apesar da diversidade nos crimes relatados, o modus operandi do suspeito é semelhante em todas as acusações.
"O que foi percebido até agora é que todas as condutas aconteceram no exercício da profissão. Com as funcionárias, percebemos um padrão em que os crimes sempre ocorriam em momento em que o hospital não estava tão cheio, sempre às escondidas, ou dentro do consultório sem nenhum tipo de testemunha presente", explica Martins.
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O delegado explica que ainda não foi feita a tipificação da conduta, mas que a PC está trabalhando com crimes sexuais. "As hipóteses são estupro, assédio sexual, importunação sexual e violação sexual mediante fraude. As vítimas alegam falas impróprias durante o atendimento, toques inapropriados, outras alegam que foram agarradas nos corredores, escadas e consultórios. A tipificação só será feita na conclusão do inquérito, mas, vale ressaltar que, qualquer ato sexual que tenha violência ou grave ameaça já é considerado um estupro", afirma ele. Segundo ele, a faixa etária das mulheres vai de 35 a 52 anos.
A primeira denúncia contra Costa foi feita em 24 de janeiro deste ano. Na ocasião, uma paciente, que fazia acompanhamento oncológico em Itabira, mas reside em João Monlevade — cidade a 36 quilômetros de distância —, foi estuprada no consultório durante um atendimento. Depois disso, novas acusações foram feitas. O relato mais antigo, conforme informado pelo delegado, é de 2015. "Gira em torno de 9 ou 10 anos, o prazo em que isso vinha acontecendo", diz.
O médico está detido desde janeiro, quando a Justiça acatou um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de prisão preventiva. "Ele foi entregue a polícia penal de João Monlevade, e possui uma agem anterior por um crime relacionado a posse de arma. Até o momento, no entanto, não há nada que o suspenda do exercício profissional. Mas, isso será apurado no processo penal se houver um pedido do MP", conclui João Martins.
O Estado de Minas procurou o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) para saber se há alguma investigação interna sobre as denúncias contra o médico. No entanto, a entidade se limitou a dizer que todas as acusações "formais e de ofício" recebidas são apuradas. "Todos os procedimentos abertos correm sob sigilo, conforme previsto no Código de Processo Ético-Profissional."
Defesa
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Procurado nessa quinta (6/7) pelo EM, o advogado Hermes Vilchez Guerrero, que representa Costa, afirmou que vai impetrar um habeas corpus para que o médico responda às acusações fora da prisão. "O que me preocupa, agora, é colocá-lo em liberdade, para ele poder rebater as acusações e se defender. Preso, ele não consegue fazer isso", disse o jurista.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Regina Werneck