
Justiça ordena suspensão de badaladas noturnas de relógio de igreja em MG
Um morador vizinho da paróquia de Rio Espera, na Zona da Mata, acionou a Justiça por se sentir incomodado pelo barulho
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Siga noA polêmica envolvendo o relógio da Igreja Matriz Nossa Senhora da Piedade, em Rio Espera, na Zona da Mata, em Minas Gerais, ganhou um novo capítulo. Em decisão liminar, a juíza da 4ª Vara Cível da Comarca de Conselheiro Lafaiete determinou que o aparelho fique inativo entre 0h30 e 4h15 da madrugada.
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A decisão judicial foi em resposta a um dentista que mora ao lado da paróquia. Ele alegaque já havia feito um acordo com o padre Jackson de Sousa Braga, responsável pela igreja, para que o relógio tocasse menos vezes, mas o combinado não estava sendo cumprido, o que resulta em perturbação para a sua família devido às badaladas durante a madrugada.
A magistrada alegou que, embora o pedido inicial visasse limitar o toque no intervalo das 7h às 19h, o acordo homologado estabelece o período de silêncio apenas entre 0h30 e 4h15. Em nota divulgada à comunidade, a paróquia informou que suspenderá o sino do relógio até que o processo termine de tramitar.
Na última sexta-feira (3/2), padre Jackson também já havia divulgadp uma nota para explicar o que tem ocorrido. "Desde que me tornei pároco [em 2020], tenho tentado conciliar o funcionamento do relógio com o respeito às leis de silêncio. Fiz inúmeras tentativas (a partir de 2021) com equipamentos para manter seu funcionamento diário e evitar seus badalos à noite e madrugada", declarou.
Contudo, ‘trata-se de um relógio centenário, com uma mecânica complexa, sendo um trabalho atípico com a mistura de digital, elétrica e mecânica; e apareceram conflitos no funcionamento, que se espera sanar’, conforme salientou a empresa que nos ajuda nessa empreitada. Ademais, o equipamento e as intervenções no relógio causaram-lhe danos e prejuízos que exigiram reparos, que até hoje não foram sanados completamente”, explica a nota.
A decisão judicial que determinou a suspensão das badaladas noturnas tem gerado controvérsias na comunidade local, que tem se mobilizado em defesa da manutenção das badaladas, considerando-as parte da tradição e patrimônio cultural da cidade.
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Por meio das redes sociais da paróquia, padre Jackson voltou a se manifestar e pediu respeito ao processo. "Essa questão é para ser resolvida na paz. Vocês têm todo o direito de se manifestarem, mas nunca se esqueçam que estamos lidando com outra pessoa (que tem família, filhos, etc.), os quais, às vezes, são inocentes", disse.
A decisão judicial ressaltou que o descumprimento do acordo poderia afetar a qualidade de vida da família do morador, que tem duas crianças. O processo ainda segue em tramitação e cabe recurso sobre a decisão liminar.