
Menino de oito anos é atacado por pitbull e perde parte da orelha
Criança teve parte da orelha arrancada e foi socorrida para o Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte
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Siga noUm menino de oito anos foi atacado pelo próprio animal de estimação de sua família, um cachorro da raça pitbull, na madrugada desta quinta-feira (23/1) em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O animal arrancou parte da orelha da criança, que foi socorrida às pressas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros, e transportada para o Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul da capital.
O ataque ocorreu por volta das 2h30, quando o pitbull conseguiu entrar na casa, localizada na Rua Nicodemos Celestiano da Mota, no Bairro Santinho, após o pai da criança esquecer uma porta aberta. O menino, que estava dormindo, foi surpreendido pelo cão, que o atacou após a criança acordar assustada com o barulho, enquanto ele ainda estava na cama.
A mordida do animal causou um sangramento intenso e arrancou parte da orelha da vítima, conforme informações do Corpo de Bombeiros (CBMMG). Os militares preservaram o pedaço da orelha arrancada em uma geladeira, na tentativa de possibilitar uma futura cirurgia de reconstrução do órgão.
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Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde do menino, uma vez que o hospital não divulga detalhes sobre seus pacientes.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão das Neves manifestou solidariedade à família da criança atacada pelo animal. Segundo o comunicado, a vítima foi atendida inicialmente pelo Samu e, devido à gravidade do trauma, transferida para o João XXIII, referência em casos de alta complexidade. "A criança está recebendo os cuidados especializados necessários", informou.
O que diz a lei
O caso acontece poucos dias após a promulgação de uma nova lei em Minas Gerais que endurece as regras para a criação e segurança de raças consideradas potencialmente perigosas, como pitbulls, rottweilers e dobermanns. A Lei 25.165 determina a obrigatoriedade do uso de focinheiras e coleiras com identificação em locais públicos.
Além disso, a procriação e a entrada desses cães no estado seguem proibidas, embora agora seja permitida a adoção de cães que já estejam em Minas Gerais, o que era proibido há quase duas décadas.
Outro ponto central da legislação é a responsabilidade de quem conduz os animais. Apenas maiores de 18 anos podem levar cães dessas raças para eios em áreas públicas. Em caso de descumprimento, estão previstas multas a partir de R$ 553,10, valor que pode ultraar R$ 16 mil em casos de ataques com lesões graves.
Os números justificam a medida. Dados do Hospital João XXIII revelam que, entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados 2.294 atendimentos relacionados a ataques de cães. Em 2023, o total foi ainda maior, com 2.838 ocorrências.
Como se proteger?
Os ataques de cães, embora muitas vezes inesperados, são situações que podem ser prevenidas com responsabilidade dos tutores e atenção redobrada ao comportamento dos animais. Especialistas ouvidos pelo Estado de Minas ressaltam que a agressividade não pode ser associada exclusivamente a raças específicas.
O comportamentalista animal Wagner Brandão explica que qualquer cão, independente do porte ou da raça, pode desenvolver comportamentos agressivos caso não receba o treinamento e a socialização adequados ou seja submetido a condições inadequadas de criação.
“O porte não define o comportamento. Cães grandes e pequenos podem apresentar reações agressivas se forem maltratados ou criados sem os cuidados necessários”, afirma. Quando um ataque acontece, há técnicas que podem ajudar a conter o animal. Eleadverte que atitudes como jogar água, agredir o animal ou segurar suas patas não são recomendadas, pois podem aumentar a intensidade do ataque.
Uma das estratégias pode ser utilizar um objeto pontiagudo, caso esteja ao alcance, e inseri-lo entre os dentes do cão, na região do maxilar, para criar uma alavanca e forçar a abertura da boca. Outra abordagem eficaz é realizar uma asfixia mecânica momentânea. Com o uso de uma coleira, corda ou cinto, o material deve ser ajustado acima do pescoço, logo atrás da orelha, e o cão deve ser suspenso.
Além das preocupações práticas em situações de ataque, há implicações legais. Segundo o Código Civil brasileiro, o tutor é responsabilizado por danos causados pelo animal, incluindo despesas médicas, psicológicas, danos estéticos e até indenizações por lucros cessantes. No entanto, o dono pode se eximir de culpa se conseguir provar que a vítima contribuiu para o ataque ou que o incidente foi causado por um fator maior e inesperado.
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