
Número de pessoas atendidas por acidente de moto no João XXIII cresce 30%
Segundo gerente médica do hospital, as principais vítimas de acidentes com motocicletas são homens, com idade entre 19 e 39 anos, maioria trabalhando
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Siga noO número de pessoas atendidas por acidente de motocicleta no Hospital João XXIII, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, cresceu 30% em comparação ao mesmo período do ano ado. O hospital é referência em atendimentos a traumas da América Latina e recebe vítimas de toda Minas Gerais.
Divulgados nesta quinta-feira (2), dados da instituição de saúde mostram que somente no ano ado, a unidade registrou um total de 8.631 atendimentos a vítimas de acidentes envolvendo pedestres, carros de eio, caminhões, camionetes, ônibus e motos. Desse total, 5.707 são ocupantes de motocicletas.
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Os números podem piorar, visto que de janeiro a março deste ano, já foram registrados um aumento de mais de 30% nos atendimentos a motociclistas ou garupeiros, em relação ao mesmo período do ano ado.
Segundo a gerente médica da Urgência e Emergência do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência, Daniela Fóscolo, a maioria das pessoas que chegam ao João XXIII vítimas de acidentes com motocicletas são homens, com idade entre 19 e 39 anos. “Percebemos que muitos deles estavam usando o veículo como meio de trabalho no momento do acidente”, afirma.
A especialista faz um alerta: os acidentes envolvendo motocicletas têm alta taxa de mortalidade. Já os cerca de 70% dos sobreviventes, ainda segundo ela, têm algum tipo de lesão ortopédica, geralmente nos membros inferiores. “A complexidade varia de acordo com a velocidade em que ocorreu o acidente, podendo causar, em casos mais graves, traumatismos tóraco-abdominais, cranianos e lesões na coluna. Os pacientes que estavam em alta velocidade também costumam ser aqueles que demoram mais tempo para se recuperar e com mais chances de ficarem com algum tipo de sequela permanente”, alerta a médica.
Piloto sofre menos
De acordo com Daniela Fóscolo, o padrão de lesões de ageiros de moto é diferente do piloto. “O piloto está mais fixo, segurando no guidão e com uma percepção muito maior do trânsito ao seu redor. Já o ageiro não tem muito como se apoiar na moto e muitas vezes não tem noção da dinâmica de andar nesse tipo de veículo, além do aparato de segurança – principalmente dessas pessoas que fazem o uso transitório da moto – geralmente ser de menor qualidade”, alerta.