
'Me beija que eu sou pagodeiro' comemora 10 anos e aplaude a folia
Bloco arrasta multidão no Bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul da capital
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Siga noO bloco Me beija que eu sou pagodeiro invadiu as ruas de BH, na tarde deste domingo (4), em plena comemoração dos seus 10 anos de vida. O cortejo com 110 integrantes na bateria, sob a regência de Rafael Matos, arrasta uma multidão no Bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O desfile termina às 17h e a expectativa é reunir cerca de 40 mil pessoas.
Idealizado pelo músico e advogado Matheus Brant, oMe Beija tem programação especial com dois desfiles - o próximo será no 13, para contar a história que levou o bloco a ser um dos maiores e mais esperados da capital mineira. Neste primeiro encontro, há participações de Julia Rocha, Fran Januário, Juliana Schutz e Andrezza Duarte. As camisetas e o estandarte estão em harmonia com as comemorações do aniversário.
"Para quem gosta de pagode, este é o melhor bloco. Adoro!", disse a influencer Nahde Freitas, que veio de Sete Lagoas, na Região Central de Minas, para curtir a folia. Firme no tamborim da bateria pelo quarto ano consecutivo, a publicitária Camila Drumond contou que aprendeu a tocar nas oficinas do bloco. "Todos nós nos sentimos muito acolhidos no Me Beija", destacou Camila.
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MEMÓRIA E ALEGRIA
O "Me Beija" é reconhecido por trazer a nostalgia de grandes clássicos do pagode dos anos 1990, despertando a memória afetiva da geração, assim como sucessos atuais. O repertório ainda conta com produções autorais registradas no EP "Eu vou" - música tema do bloco - lançado em 2018. As músicas são arranjadas para o axé, salsa, maracatu, frevo e pagode baiano. Desde 2017, a ala de dança é composta pelos artistas do Favelinha Dance, projeto realizado pelo coletivo Lá da Favelinha, comandado por Kdu dos Anjos.
O bloco nasceu em 2014, no Gutierrez, como o primeiro bloco do bairro e, praticamente, único da cidade nesta data pré-carnaval. Fala Matheus Brant: “O Me Beija se inscreve nesse reflorescimento do carnaval de rua de BH que vem ocorrendo pelo menos desde 2009. Quando criamos o bloco, no domingo antes do carnaval, só havia um: o Tetê, a Santa. Hoje, 10 anos depois, são mais de 50. E falando em 10 anos, dizem que esse é o tempo de 'uma geração'. Pensando nisso, temos muito orgulho de fazer parte dessa geração belo-horizontina nascida entre 1980 e 1990 que, diferentemente de outras, não legou para a cidade, para o país, grandes artistas como Milton Nascimento, Skank e Djonga, mas sim um movimento coletivo horizontal e plural como é da natureza do carnaval de rua”.
Em sua estreia, segundo os organizadores, o bloco tocou para um público de 5 mil pessoas. Com o número crescente de foliões, o encontro ou a acontecer, em 2018, na Avenida do Contorno, momento em que o Me Beija aconteceu pela primeira vez em cima de um trio grande, com banda completa. A formação ou a ter guitarra, baixo, bateria e, além do vocal do Leonardo Brasilino, as duas cantoras Jhe Delacroix e Andrezza Duarte. Em 2020, o bloco chegou a reunir mais de35 mil foliões.
Em cena com produções originais e autênticas, o Me Beija entende que a vitalidade do Carnaval de rua de BH a pela valorização da produção autoral, como forma de promover a renovação constante da manifestação popular. Em comemoração aos cinco anos, ainda em 2018, o bloco lançou o EP “Eu Vou”, com a canção homônima que é grande sucesso entre os foliões. Composta por Matheus Brant e Tamara Franklin, “Eu Vou” ainda ganhou videoclipe, em 2019, gravado ao longo do desfile. A produção exalta a diversidade característica do Carnaval de rua.