É comum que muitas pessoas comecem o dia ouvindo a mesma música. Seja um som enérgico, relaxante ou nostálgico, essa prática parece ser mais do que uma simples escolha aleatória. A psicologia cognitiva e as neurociências oferecem explicações intrigantes sobre esse comportamento, revelando que ele pode ter efeitos significativos sobre nosso bem-estar e a maneira como enfrentamos o dia.
O fenômeno de ouvir a mesma música está repetidamente enraizado em processos mentais complexos. Não se trata apenas de uma questão de hábito, mas de um fenômeno que envolve memória, emoções e a maneira como nosso cérebro processa a música. Vamos explorar como isso acontece e quais são os impactos dessa prática na nossa rotina diária.
O que é o fenômeno do “earworm”?
O termo earworm, que pode ser traduzido como “verme de ouvido”, refere-se a uma imagem musical involuntária que se repete na mente. Esse fenômeno ocorre quando um fragmento musical se instala no cérebro e é reproduzido em loop, mesmo sem um estímulo externo evidente. Estudos em psicologia cognitiva sugerem que a repetição de uma melodia fortalece as conexões neurais associadas a ela, tornando-a mais fácil de ser lembrada.
As músicas que se tornam earworms geralmente possuem melodias simples, ritmos marcantes e significados emocionais pessoais. Durante a manhã, quando a mente está se despertando, esses padrões neurais consolidados podem emergir espontaneamente, servindo como uma trilha sonora natural para o início do dia.

Quais são os efeitos de ouvir a mesma música todas as manhãs?
Ouvir a mesma música diariamente não é apenas uma questão de familiaridade, mas também uma estratégia para gerenciar emoções e estabelecer uma rotina reconfortante. A música tem o poder de influenciar profundamente nosso estado emocional, estimulando a produção de substâncias químicas associadas ao bem-estar, como serotonina e dopamina.
Pesquisas realizadas pela Universidade McGill indicam que ouvir música ao acordar pode reduzir os níveis de cortisol e fortalecer o sistema imunológico. Isso ocorre porque a música atua em áreas profundas do cérebro, como a amígdala e o hipotálamo. Além disso, a previsibilidade e estabilidade proporcionadas por uma música familiar podem servir como uma âncora emocional em um mundo incerto e agitado.
Como a música afeta nosso cérebro e emoções?
A música tem a capacidade de ativar diversas áreas do cérebro, incluindo aquelas responsáveis pelas emoções e pela memória. Quando uma música é ouvida repetidamente, ela se torna uma trilha sonora pessoal, evocando lembranças e sentimentos específicos. Essa conexão emocional pode ajudar a moldar nosso humor e a forma como percebemos o mundo ao nosso redor.
Além disso, a música pode atuar como um gatilho para a liberação de neurotransmissores que promovem sensações de prazer e relaxamento. Isso explica por que muitas pessoas recorrem à música como uma forma de aliviar o estresse e melhorar o humor.
Qual é o papel da música na criação de rotinas matinais?
Estabelecer uma rotina matinal que inclua música pode ser uma maneira eficaz de começar o dia com uma mentalidade positiva. A familiaridade de uma música conhecida oferece uma sensação de controle e conforto, preparando a mente para enfrentar os desafios diários com mais serenidade.
Em suma, ouvir a mesma música todas as manhãs não é apenas um hábito, mas uma prática que pode ter benefícios psicológicos e emocionais significativos. Ao integrar a música em nossa rotina, podemos criar um ambiente mental mais estável e acolhedor, facilitando a transição do sono para a vigília e promovendo um início de dia mais harmonioso.