Recentemente, a NASA divulgou uma imagem infravermelha capturada pelo telescópio James Webb, revelando detalhes impressionantes do universo distante. Essa imagem, conhecida como Primeiro Campo Profundo de Webb, destaca o aglomerado SMACS 0723, proporcionando uma visão sem precedentes do cosmos. Com o auxílio dos telescópios espaciais Hubble e James Webb, os cientistas estão desvendando como o universo primitivo se iluminou.
De acordo com um estudo publicado em fevereiro de 2024, as galáxias anãs desempenharam um papel crucial na iluminação do universo inicial. Essas pequenas galáxias foram responsáveis por dissipar a escuridão que prevalecia, transformando o hidrogênio neutro em plasma ionizado. A astrofísica Iryna Chemerynska, do Institut d’Astrophysique de Paris, enfatiza a importância dessas galáxias na evolução cósmica.
Como as galáxias anãs contribuíram para a reionização cósmica?
No início do universo, logo após o Big Bang, o espaço era preenchido por uma névoa densa de plasma ionizado. Essa névoa impedia a agem da luz, mantendo o universo na escuridão. Cerca de 300 mil anos após o Big Bang, o universo começou a esfriar, permitindo a formação de gás de hidrogênio neutro. Foi a partir desse gás que as primeiras estrelas surgiram, emitindo radiação capaz de reionizar o gás e iluminar o cosmos.
As galáxias anãs, embora pequenas, emitiram fótons ionizantes que desempenharam um papel vital na reionização cósmica. Durante esse processo, o gás se tornou suficientemente difuso para permitir a agem da luz, resultando na completa reionização do universo cerca de 1 bilhão de anos após o Big Bang.

Por que as galáxias anãs são importantes na reionização?
O Telescópio Espacial James Webb foi projetado para explorar essa era crucial do universo. Observações recentes indicam que as galáxias anãs, e não as gigantes, foram as principais responsáveis pela reionização. Um estudo liderado pelo astrofísico Hakim Atek utilizou dados do JWST e do Hubble para analisar o aglomerado de galáxias Abell 2744, revelando a importância das galáxias anãs.
Essas galáxias, mais abundantes do que as grandes, emitem uma radiação ionizante significativamente maior. Elas superam as grandes galáxias em número e são mais brilhantes do que se imaginava. Coletivamente, essas pequenas galáxias emitem energia suficiente para realizar a reionização cósmica.
Qual é o futuro das pesquisas sobre a reionização?
Embora as evidências atuais sejam promissoras, ainda há muito a ser investigado. Os pesquisadores analisaram apenas uma pequena parte do céu e planejam expandir seus estudos para garantir que suas descobertas sejam representativas. O uso de lentes cósmicas permitirá uma análise mais abrangente das populações galácticas primitivas.
O astrofísico Themiya Nanayakkara, da Swinburne University of Technology, destaca que o JWST abriu novas possibilidades de pesquisa. Este trabalho levanta questões intrigantes sobre a história evolutiva do universo, e os cientistas estão ansiosos para explorar essas novas fronteiras.