A morte do Papa Francisco, no mês ado, abriu caminho para um dos eventos mais solenes e misteriosos do Vaticano: o conclave. Em 7 de maio, 133 cardeais eleitores se reunirão na Capela Sistina, em Roma, para escolher o 267º papa da história da Igreja Católica. Não há prazo para a decisão, que pode sair em dias ou se arrastar por semanas.
Isolados do mundo exterior, os cardeais permanecem em completo sigilo. Essa tradição milenar busca garantir que a escolha do novo papa ocorra sem pressões externas, orientada exclusivamente pela fé e pela missão da Igreja.
Como funciona o conclave no século XXI?
Somente cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Para ser eleito, o novo papa precisa conquistar dois terços dos votos. A votação é secreta e acontece até que se chegue a um consenso. Quando isso ocorre, a fumaça branca sobe pela chaminé da Capela Sistina, indicando ao mundo: Habemus Papam.
O conclave mais longo da história, em 1271, durou quase três anos. Na ocasião, o teto foi removido do local para apressar os cardeais. Desde então, normas foram implementadas para evitar imes prolongados — embora o processo ainda mantenha seu ritmo próprio e envolto em rituais centenários.
Quais desafios cercam a eleição de 2025?
O conclave de 2025 acontece em um momento sensível para a Igreja. Questões como a reforma interna do Vaticano, o papel da mulher na Igreja e os dilemas morais do mundo moderno devem influenciar os debates.
A diversidade dos cardeais — vindos de todos os continentes — torna o processo ainda mais complexo. Além disso, alguns eleitores foram afastados por motivos de saúde, como os cardeais John Njue (Quênia) e Antonio Cañizares Llovera (Espanha).

Cardeais brasileiros ganham protagonismo histórico
Com sete cardeais votantes, o Brasil assume um papel de destaque no conclave. Nomes como Odilo Pedro Scherer, João Braz de Aviz e Orani João Tempesta representam não apenas a maior nação católica do mundo, mas também os anseios da América Latina.
O continente, berço de Francisco, pode novamente emplacar um papa — um sinal claro de que a força espiritual e política do Sul global cresce dentro da Igreja.
Um novo papa para um mundo em transformação
Mais do que uma eleição, o conclave é um divisor de águas. A escolha do novo papa pode impactar temas como sustentabilidade, pobreza, migração e diálogo inter-religioso.
Seja ele conservador ou progressista, jovem ou veterano, europeu ou latino-americano, o novo líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos terá uma missão desafiadora: manter a tradição e renovar a esperança em tempos de incerteza.