O governo Lula anunciou mudanças cruciais nas regras de proteção do Bolsa Família. A partir de 2025, milhões de famílias podem ter o benefício parcial reduzido ou até mesmo cancelado. A nova regra, aprovada pelo Congresso, reduz o tempo de recebimento da proteção e impõe limites mais rígidos de renda. O impacto será direto na vida de quem depende do programa para sobreviver.
As mudanças visam conter os gastos públicos e ajustar o orçamento social, mas também levantam preocupações quanto à segurança financeira das famílias em situação de vulnerabilidade. Entenda o que mudou, quem será afetado e o que fazer para não perder esse apoio essencial.
Regra de proteção encolhe: de 24 para 12 meses
Antes, famílias que aumentavam a renda familiar continuavam recebendo 50% do Bolsa Família por até dois anos. Agora, esse prazo cairá para apenas 12 meses. Essa redução afeta especialmente quem conseguiu um emprego informal ou uma renda extra, mas ainda não tem estabilidade.
A intenção do governo é “enxugar” o programa e incentivar a autonomia das famílias, mas, na prática, quem tiver um leve aumento na renda pode perder o auxílio muito mais rápido do que antes.
Novo teto de renda: o valor caiu e muitos ficarão de fora
O novo limite de renda per capita para manter o benefício parcial caiu de R$ 759 para R$ 706. Se a renda da família ar disso, o Bolsa Família é automaticamente cortado, sem direito à regra de proteção. E para quem recebe aposentadoria ou pensão, a tolerância será ainda menor: apenas dois meses de pagamento parcial após a atualização cadastral.
Essa mudança exclui rapidamente famílias que mal saíram da linha da pobreza, colocando em risco a estabilidade financeira de quem vive com o mínimo.

Famílias atuais têm direito adquirido… por enquanto
Quem já estava na regra de proteção antes de abril de 2025 ainda poderá seguir com os 24 meses de benefício parcial, desde que respeite o limite de R$ 759 por pessoa. Mas atenção: se a família sair do programa e tentar voltar depois, será submetida às novas regras, com prazos mais curtos e renda mais restrita.
O governo quer evitar a chamada “porta giratória” de beneficiários que saem e voltam ao programa. Mas a medida pode penalizar quem enfrenta instabilidade no trabalho.
Se a renda cair de novo, há prioridade no retorno
Se uma família voltar a ter renda per capita inferior a R$ 218, poderá retornar ao Bolsa Família com prioridade, por até 36 meses. Essa regra foi definida por decreto em março de 2025. Ou seja, mesmo quem perder o benefício poderá voltar com rapidez, desde que comprove a nova situação de pobreza.
A medida é uma forma de garantir proteção mínima em tempos de crise, mas não elimina o impacto das novas restrições.
Atenção redobrada: cada centavo pode mudar seu futuro
Com as novas regras, o controle da renda familiar será mais rígido e qualquer mudança deve ser comunicada imediatamente no CadÚnico. O não cumprimento das exigências pode resultar em bloqueio ou cancelamento do benefício.
O Bolsa Família segue essencial, mas mais exigente do que nunca. Em tempos de cortes e reavaliações, manter-se bem informado é o primeiro o para proteger o que é seu por direito.