Inflação de BH desacelera em maio, mas perspectiva para junho preocupa
Além da inflação estável, maio fechou com queda no preço da cesta básica. Porém, alta na conta de luz deve elevar significativamente o índice de junho
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Siga noA inflação em Belo Horizonte, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou desaceleração em maio. A pesquisa da Fundação Ipead (Instituto de Pesquisas Econômicas, istrativas e Contábeis de Minas Gerais) apurou alta de 0,05% no último mês, contra as altas de 0,2% na última semana e 0,37% em abril. No acumulado do ano, o IPCA do município teve aumento de 2,98%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice registrou alta de 6,69%
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De acordo com Eduardo Antunes, gerente de Pesquisa da Fundação Ipead, esse cenário de quase estabilidade só não foi negativo porque a alimentação fora da residência puxou muito o índice, com aumento de 1,9%. Outro destaque individual para elevar a inflação foi o custo da energia elétrica, que subiu 2,69%, devido à bandeira tarifária amarela adotada para maio. Entre os produtos que seguraram a alta estão as excursões (- 4,63%), a gasolina (- 2,08%) e a cerveja (- 7,89%).
Inflação pesa mais para os mais pobres
A Fundação Ipead também mede o IPCR (Índice de Preços ao Consumidor ), que considera apenas os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos. Em maio, o IPCR em Belo Horizonte foi de 0,21%, evidenciando como a inflação impacta bem mais os núcleos com menor poder aquisitivo. Ainda assim, houve uma desaceleração em relação à última semana (quando houve alta de 0,37%) e ao mês anterior (+ 0,67%).
A Fundação Ipead ainda divulgou pesquisa sobre o custo da cesta básica em Belo Horizonte, que reduziu 2,17%. O novo valor apurado é de R$ 755,68, que representa o gasto médio mensal de um trabalhador adulto com alimentação. Em relação a maio de 2024, a cesta está R$ 37,34 mais cara.
Cesta básica
O custo da cesta básica na capital equivale a 49,78% do valor de um salário mínimo. Há um ano, essa proporção era de 50,87% do salário mínimo vigente. Mesmo com esse segundo recuo, a cesta básica em Belo Horizonte apresenta elevação de 1,02% no acumulado do ano e 5,2% em relação a maio de 2024.
O gerente de Pesquisa da Fundação Ipead atribui essa variação negativa à queda do preço de produtos como a banana caturra (- 16, 57%), o tomate (- 9,94%) e ao chã de dentro (- 2,64%), que ajudaram a segurar o índice em maio. Na contramão, alguns itens do café da manhã apresentaram elevação de preço em maio, lideradas pelo café torrado e moído (com alta de 3,5%), seguido pela manteiga (+ 3,96%) e pelo pão francês (+ 1,76%).
Energia elétrica deve explodir inflação em junho
A expectativa de Eduardo Antunes é de que a inflação tenha uma elevação significativa em junho. Na análise do gerente do Ipead, mesmo com o recuo significativo do preço da gasolina em maio, movimento que deve continuar neste mês devido à nova redução do preço do combustível para as refinarias, parcialmente reado aos consumidores, o aumento da energia elétrica deve se sobrepor. Além do aumento da tarifa, na ordem de 7,36%, a conta de luz de junho terá o acréscimo da bandeira tarifária vermelha, gerando variação de preço acima de 10%, o que vai pressionar a inflação.
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