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ECONOMIA

Indústria aposta em ‘novidade’ no ovo de Páscoa para driblar alta do cacau

A informação é de Gustavo Bastos, vice-presidente jurídico e de assuntos públicos da Nestlé, e presidente do conselho diretor da Abia

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O consumidor deve encontrar nas parreiras de ovos de Páscoa deste ano opções recheadas com biscoitos ou "bombons bola", uma tentativa da indústria de diminuir a quantidade de cacau nas apresentações. Isso porque o preço da matéria-prima disparou 189% em 2024.

A informação é de Gustavo Bastos, vice-presidente jurídico e de assuntos públicos da Nestlé, e presidente do conselho diretor da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), que apresentou nesta quinta-feira (20) o balanço anual do setor.

"Nesta Páscoa teremos mais opções na tendência 'chocobakery', união do chocolate com biscoito. É uma opção que o consumidor tem de continuar consumindo seu chocolate, com um pouco menos da presença de cacau, para que não haja um impacto tão forte sobre os preços."

Segundo Bastos, a indústria registrou pico de 400% de alta do cacau em 2024. Parte disso será reado ao consumidor, em uma alta que deve chegar a dois dígitos, afirma. "Mas não será nada absurdo, como um aumento de 50% ou 70% [sobre o preço dos ovos]. A indústria faz uma ginástica para que o preço caiba no bolso do consumidor."

Na Nestlé, a produção de ovos de Páscoa começou em setembro, concentrada na fábrica de Vila Velha (ES), na antiga fábrica da Garoto. Em Extrema (MG), a multinacional suíça está produzindo ovos da Kopenhagen, adquirida no ano ado.

A inflação sobre alimentos e bebidas atingiu 7,7% no ano ado, contra 1,02% de 2023, segundo dados do IBGE compilados pela Abia. Os industrializados puxaram a alta (8,94%), uma vez que os alimentos in natura registraram deflação de 1,93%.

O faturamento da indústria de alimentos cresceu 9,9% em 2024 e atingiu R$ 1,27 trilhão, segundo a instituição. O montante, em termos nominais, representa 10,8% do PIB (Produto Interno Bruto). O mercado interno respondeu por 72% desse valor (R$ 918 bilhões), sendo R$ 357 bilhões referentes a exportações.

As vendas reais avançaram 6,1% e a produção física cresceu 3,2% no ano, para 283 milhões de toneladas de alimentos.

O Sudeste respondeu sozinho por 38% do faturamento da indústria (R$ 488 bilhões), seguido por Sul (R$ 348 bilhões), Centro-Oeste (R$ 251 bilhões), Nordeste (R$ 126 bilhões) e Norte (R$ 63 bilhões).

Foram investidos R$ 38,7 bilhões no ano ado, um aumento de 9% sobre 2023. Desse total, R$ 24,9 bilhões foram destinados à inovação, um aumento de 48% em relação a 2023. As fusões e aquisições somaram R$ 13,8 bilhões de investimentos em 2024.

No período, foram gerados cerca de 72 mil postos de trabalho, formais e diretos. Ao todo, a indústria emprega diretamente 2 milhões de pessoas. Do consumo interno, 72% foram comercializados no varejo (um crescimento de 9% sobre 2023) e 28% foram vendidos no food service (alta de 10,4% na comparação anual). Embora continue apresentando alta, o food service vem desacelerando: em 2021, por exemplo, o crescimento havia sido de 26%.

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De acordo com a Abia, a indústria de alimentos processa 62% de tudo o que é produzido pela agropecuária e 68% da produção da agricultura familiar. Entre as commodities agrícolas, destaque para o aumento do preço do cacau em 2024 ?alta de 189%? e do café, 140%.

Entre os insumos, as maiores altas foram observadas em embalagens (15%) e na energia elétrica industrial (10%).

Em volume, o Brasil é o maior exportador global de alimentos industrializados e o quinto maior em valor. Os maiores mercados consumidores são China, Estados Unidos, Indonésia e Emirados Árabes. O saldo da balança comercial somou US$ 57,4 bilhões. A indústria de alimentos representa 20% das exportações brasileiras.

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